A MPX, empresa de energia do empresário Eike Batista, firmou um contrato de mais de US$ 1,2 bilhão com a GE para fornecimento e manutenção de 19 turbinas a gás para sua usina termoelétrica da Bacia do Parnaíba, no
Maranhão. As turbinas, de fabricação americana, serão alimentadas por
gás natural da OGX Maranhão, na qual a MPX detém participação.
O acordo foi fechado pessoalmente entre Eike Batista e o presidente
mundial da GE, Jeff Immelt, informaram ontem o diretor de operações e
implantação da MPX, Marcus Temke, e o presidente da GE Energy para a
América Latina, Marcelo Soares, em entrevista à Agência Estado. "O contrato guarda-chuva com a GE nos possibilita ter agilidade,
padronização e preço. Hoje, posso encomendar uma turbina por telefone, a
rapidez é muito importante para o grupo", disse Marcus Temke.
Do total contratado, já foram encomendadas sete turbinas, todas com
capacidade de cerca de 170 megawatts (MW), por um valor total de US$ 500
milhões. A primeira delas já aportou em São Luís (MA), e a sétima chega
em dezembro. Quatro começam a operar no início de 2013, somando 676 MW,
e gerando receitas anuais de R$ 282 milhões.
Integração
O projeto faz parte da proposta de integração vertical do grupo EBX - a
holding das empresas de Eike Batista -, que busca na produção própria de
energia ganho de lucratividade e independência do fornecimento da
Petrobrás. Para os leilões de energia de agosto passado e de março deste ano, a
estatal informou a empreendedores só dispor de gás para contratos já
firmados, sem disponibilidade adicional do produto. "Hoje, meu problema
já não é turbina, mas o gás para alimentá-la", disse Temke.
A MPX é parceira da empresa de petróleo de Eike, a OGX, na OGX Maranhão,
uma sociedade de propósito específico que detém 70% (23% para MPX e 47%
para OGX) dos sete blocos de exploração de petróleo no Parnaíba
adquiridos em 2009 em parceria com a petrolífera Petra (30%). O primeiro
poço foi perfurado em 2010, e a declaração de comercialidade aconteceu
no ano passado.
A MPX se prepara agora para participar do leilão de energia A-3 (com
entrega para daqui a três anos), previsto para março. O montante a ser
oferecido ainda está em estudo, mas Temke adianta que a empresa pretende
entrar com algo entre 350 MW e e 500 MW.
Porte
O executivo lembra que a usina termoelétrica do Parnaíba vai se tornar,
em 2014, a maior usina a gás do País, com capacidade de geração de 1,5
mil MW e receita fixa de R$ 714 milhões. Mas a companhia tem licença de
instalação para chegar a 3,72 mil MW. "A velocidade dependerá do sucesso
da campanha exploratória da OGX Maranhão", disse Temke.
A produção de gás da OGX Maranhão se inicia no segundo semestre e poderá
chegar, já em 2013, a 6 milhões de metros cúbicos por dia, o
equivalente a quase 10% da produção nacional de gás atualmente. As 19 turbinas do contrato com a GE somam 3,23 mil MW de capacidade. A
rapidez das encomendas dependerá do resultado de leilões de energia e da
demanda no mercado livre, disse o executivo.
Soares, da GE, disse acreditar que as duas empresas poderão fazer novas
parcerias na área de energia, com foco em gás, mas também em energias
renováveis. Hoje, as empresas têm parcerias em gás e em energia solar. "A MPX já demonstrou interesse em expandir a produção, especialmente por
gás, e certamente vamos querer ser parceiros da empresa", disse o
executivo.
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