O editorial do Xinhua discorda do anúncio de Obama de que as forças armadas [americanas] "reforçariam" sua presença na região da Ásia e do Pacífico, mesmo reduzindo seu porte e seu orçamento para os próximos 10 anos. Para mais informações sobre a mudança de foco das forças armadas americanas, como anunciado ontem, veja a reportagem da AP (Associated Press).
O editorial do Xinhua diz essencialmente aos EUA que joguem limpo. Eis um trecho do seu texto:
Os Estados Unidos são bem-vindos para contribuir mais para a paz e a estabilidade na região Ásia-Pacífico, mas seu possível militarismo provocará muita má vontade e encontrará forte oposição na região mais dinâmica do mundo.
Como comenta a BBC, a China provavelmente não está surpresa com o novo enfoque dos EUA na região Ásia-Pacífico, mas provavelmente interpreta esse novo foco como uma "estratégia de contenção" em resposta ao crescente poderio chinês nessa região.
Os EUA estão se movendo para além das guerras de contra insurgência, como as no Iraque e no Afeganistão. Essa é a grande novidade do plano abrangente de Obama para reformatar as forças armadas do país, segundo o New York Times.
Com a nova estratégia, as forças armadas passarão de 590.000 efetivos para 490.000, na medida em que o Pentágono corta quase meio trilhão de dólares de seu orçamento para os próximos 10 anos. Num aparecimento raro no Pentágono, Obama salvou as aparências dos cortes: "Estamos virando a página de uma década de guerras", disse.
De acordo com o Wall Street Journal, ele expôs a nova estratégia como uma alternativa mais inteligente para os cortes generalizados no orçamento militar. Ela se apoia mais fortemente na Marinha e na Força Aérea, e no deslocamento de um pouco de foco do Oriente Médio para a Ásia. O Times registra que o Departamento de Defesa continuará a investir em contraterrorismo, inteligência, guerra cibernética, e nos esforços para cessar a proliferação nuclear.
"Nossas forças armadas serão mais esguias, mas o mundo precisa saber que os EUA manterão sua superioridade militar com forças armadas que são mais ágeis, flexíveis e prontas para o espectro completo de contigências e ameaças", disse Obama.
Enquanto isso, o Secretário de Defesa Leon Panetta apelou ao Congresso para que se evitem cortes mais profundos para os militares -- isso exigirá mudanças no acordo do ano passado sobre o teto da dívida pública.
Em um editorial recente, o jornal Boston Globe discordou do argumento de Panetta ao Congresso de que esses cortes [adicionais] fariam dos EUA um "tigre de papel" -- o Globe propõe várias maneiras de reduzir o orçamento [militar] sem comprometer a segurança nacional.
Presidente Obama, após falar no Pentágono sobre o novo formato e o novo foco das forças armadas americanas - (Foto: The New York Times).
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