O New York Times informa que o diretor da Roscosmos, Vladimir Popovkin, inicialmente atribuiu à falha de um computador de navegação o insucesso da missão daquela espaçonave no dia 9 de novembro. Mas, em uma nova entrevista ao jornal [russo] Izveztia ("Notícias") Popovkin apresentou uma nova versão para o acontecido: "Não queremos acusar ninguém, mas existem hoje dispositivos muito poderosos que podem afetar uma espaçonave", disse ele. "Não se pode descartar a hipótese de que [tais dispositivos] tenham sido usados".
Embora não implicando diretamente os EUA, esse comentário parece referir-se a uma teoria anterior, expressa por um comandante russo apopsentado, de que a falha [da sonda] pode ter sido ocasionada por sinais de radar anti-satélite provenientes de instalações no Alasca, explica o Times.
Entretanto, Popovkin admitiu que os problemas da espaçonave podem ter resultado também do longo tempo de espera pela janela propícia para o lançamento, o que ocorre uma vez a cada dois anos. "Se não a tivéssemos enviado para Marte em 2011, teríamos que nos descartarmos dela", disse ele.
Como observa a AFP (Agência France Press), esperava-se que o lançamento da Fobos-Grunt injetasse vida nova no problemático programa espacial russo, que não tem uma missão bem sucedida desde antes do desaparecimento da União Soviética. A missão da Fobos-Grunt era colher uma amostra do solo de Marte.
O Times diz que esse recurso usado pela autoridade [russa] de "culpar um agente externo" é muito comum [nos russos]. As autoridades russas soltam regularmente insinuações de intromissão internacional em eventos públicos [na Rússia], incluindo os protestos recentes em Moscou. Normalmente, essas insinuações referem-se indiretamente aos EUA.
Um foguete Zenit-2SB, transportando a sonda espacial Fobos-Grunt, mostrado pouco antes de seu lançamento em 09/11/2011 no cosmódromo de Baikonur, arrendado ao Cazaquistão -- (Foto: STR/AFP/Getty Images).
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