O New York Times (NYT) analisou tanto o estudo, que concluiu que apenas 45% dos diagnosticados com formas ou padrões de maior atividade (higher-functioning) de autismo poderiam satisfazer os novos critérios, com as mudanças propostas para a definição. [A reportagem do NYT -- cujo título é "Muitos serão excluídos com a nova definição de autismo, diz estudo" (New Definition of Autism Will Exclude Many, Study Suggests") -- diz que as mudanças propostas na definição de autismo reduziriam drasticamente a taxa vertiginosamente crescente em que esse transtorno é diagnosticado, e poderiam tornar mais difícil a vida para aqueles que passariam a não preencher mais os critérios para a obtenção de serviços de assistência médica, de educação, e sociais (caso fossem confirmados como autistas).]
O estudo é de autoria do Dr. Fred R. Volkmar, que se desligou do grupo de especialistas que no momento se dedica à definição de autismo. Parece que ele e seus pares têm fortes divergências quanto ao objetivo e ao efeito de se redefinir autismo.
Em resumo, a Associação Psiquiátrica Americana criou um grupo para gerar uma nova edição do DSM (que há muito deveria ter sido feita -- a edição atual foi criada há 17 anos), e em redefinindo o autismo os especialistas tentam combater a vertiginosa taxa de diagnósticos de autismos e transtornos semelhantes como a síndrome de Asperger e "transtorno de desenvolvimento mental difuso, não diferentemente especificado" -- "pervasive developmental disorder, not otherwise specified", abreviado, em inglês, como P.D.D.-N.O.S. pelos especialistas. Ele [o grupo] está fazendo isso combinando todas as três categorias de diagnóstico na classificação "spectro do transtorno de autismo" (autism spectrum disorder) e estreitando os critérios que têm que ser satisfeitos para um diagnóstico.
A nova definição, diz o grupo de especialistas, permitirá clareza para se diagnosticar um transtorno que seja muito carente disso. Enquanto os membros do grupo consideram que o impacto de uma nova definição será adequado e conveniente, o estudo do Dr. Volkmar indica que ela pode ter um efeito muito mais amplo para aqueles que tenham a síndrome de Asperger ou P.D.D.-N.O.S., com uma maioria deles perdendo seu diagnóstico [de autistas] de acordo com a análise do autor do estudo.
Para aqueles que podem perder seu diagnóstico [de autistas] -- ou podem jamais tê-lo -- os riscos em jogo são altos: sem um diagnóstico, as pessoas perderão o acesso a serviços tais como educação especial em escolas e apoio para incapacitados, ou serão deles excluídas. Mas, alguns especialistas em autismo e seus transtornos associados consideram que eles são muitas vezes diagnosticados em excesso: uma em cada cem crianças recebe esse tipo de diagnóstico [nos EUA], diz o NYT.
Uma mãe passa loção nas mãos de seu filho autista de 10 anos. Uma mudança na definição do transtorno pode ter um efeito muito amplo sobre aqueles que sofrem desse mal, diz um estudo. - (Foto: Scott Olson/AFP/Getty Images).
Mary Meyer, à direita, de Ramsey, New Jersey, disse que um diagnóstico de síndrome de As[erger foi crucial para sua filha Susan, de 37 anos. - (Foto: Todd Heisler/The New York Times).
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