domingo, 29 de janeiro de 2012

Pentágono quer "navio-mãe" como base de comandos no Oriente Médio

O Pentágono está apressando o envio de uma grande base flutuante para grupos de comando no Oriente Médio, devido ao aumento das tensões com o Irã, com a al-Qaeda no Iêmen, e com piratas somalianos, entre outras ameaças.

Em resposta a uma solicitação do Comando Central dos EUA, que supervisiona as operações militares no Oriente Médio, a Marinha está convertendo um navio de guerra velho -- que havia planejado desativar -- em uma base temporária para os comandos [tropas especiais]. Oficiosamente apelidado de "navio-mãe", a base flutuante pode acomodar barcos menores de alta velocidade e helicópteros, comumente usados pelos SEALs da Marinha, segundo mostram documentos do governo.

As forças de Operações Especiais são uma peça chave na estratégia da administração Obama para tornar as forças armadas americanas mais compactas e mais ágeis, tendo em vista que o Pentágono enfrentará cortes de gastos de pelo menos US$ 487 bilhões na próxima década.

O tenente-coronel comandante Mike Kafka, um porta-voz do Comando das Forças de Frotas da Marinha, declinou de dar mais detalhes sobre o objetivo da base flutuante ou de dizer onde, exatamente, ela ficará estacionada no Oriente Médio. Outros oficiais da Marinha admitiram que estavam trabalhando em um ritmo incomum, para concluir a conversão e enviar o navio para a região por volta do início do verão.

Documentos da Marinha indicam que o navio pode ser direcionado para o Golfo Pérsico, onde o Irã tem ameaçado bloquear o Estreito de Ormuz, uma rota marítima crucial para grande parte do suprimento de petróleo mundial. Uma proposta de pesquisa de mercado emitida pelo Comando de Operações de Carga Marítimas Militares, datada de 22 de dezembro e postada online, afirma que a base flutuante destina-se ao Golfo Pérsico. Outros documentos contratuais não especificam um local, mas dizem que o navio-mãe seria usado para missões de "apoio a medidas defensivas contra minas". Oficiais da defesa dizem que, se o Irã tentar fechar o Estreito de Ormuz ele se apoiará em minas para obstruir a rota marítima.

Com uma grande base naval no Bahrein, e um ou dois grupos de porta-aviões usualmente comissionados para a região, a Marinha tem uma forte presença no Golfo Pérsico e águas adjacentes. O acréscimo do navio-mãe terá relativamente pouco efeito para aumentar o poderio marítimo dos EUA, mas poderá desempenhar um papel útil na realização de missões de comando secretas longe da costa.

A operacionalização da base flutuante pode também marcar o retorno dos grupos dos SEALs às operações marítimas, pois na última década eles passaram a maior parte de seu tempo em operações terrestres no Iraque e no Afeganistão.

[...] A base flutuante poderia ser adequada também para as costas da Somália, um país falido sob todos os aspectos, que abriga um ramo da al-Qaeda e quadrilhas de piratas [esta história de piratas "da Somália" está mal contada -- vejam o vídeo  http://dotsub.com/view/8446e7d0-e5b4-496a-a6d2-38767e3b520a ]. Um navio-mãe ali daria aos SEALs ou a outros comandos mais flexibilidade em missões como a de quarta-feira, na qual foram resgatados um dinamarquês e uma americana que há meses eram reféns de piratas somalianos. 


O navio anfíbio de assalto americano USS Ponce navega pela Canal de Suez em março de 2011. Se reformado como um "navio-mãe", o navio poderia servir de apoio para missões dos SEALs da Marinha americana - (Foto: The Washington Post).

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