Alfândega autoriza devolução de lixo hospitalar para os EUA
Vigilância Sanitária manda incinerar tecidos importados dos EUA
Justiça bloqueia R$ 126 mil de empresa que vendia lixo hospitalar
Lixo hospitalar dos EUA é vendido no Nordeste
O envio da carga estava marcado para o último dia 7, mas foi postergado por falta de documentação. De acordo com a Anvisa, a companhia marítima alemã Hamburg Süd, responsável pelo transporte dos contêineres ao Brasil, solicitou a emissão de documento pelas autoridades alfandegárias ou do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos avalizando o retorno da carga.
Além da devolução, a Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária) determinou a incineração de 50 toneladas do lixo importado --material que estava no depósito da empresa e vendido na região.
O esquema de importação do lixo hospitalar foi descoberto após a Receita Federal interceptar, entre os dias 11 e 13 de outubro, no porto de Suape (PE), dois contêineres carregados com lençóis, fronhas e toalhas usados em hospitais dos EUA. Junto com tecidos manchados de sangue havia seringas, drenos e máscaras cirúrgicas usados.
No dia 14, a Folha encontrou lençóis semelhantes, manchados e com marcas de hospitais americanos, à venda em uma loja da Império do Forro de Bolso, em Santa Cruz do Capibaribe. A Vigilância Sanitária interditou o local. Dias depois, os outros dois galpões da confecção foram fechados.
O dono da Império do Forro de Bolso, Altair Teixeira de Moura, disse que o lixo hospitalar foi enviado por engano. Segundo ele, a empresa havia encomendado apenas tecidos de algodão com defeito, para a fabricação de forros de bolso.
[Essa notícia mostra que a costa brasileira é um queijo suiço, por cujos inúmeros buracos entra no país sabe-se lá o quê. Felizmente essa importação absurda e criminosa foi sustada pela Receita, mas o que mais pode ter entrado sem que ela percebesse, em Suape mesmo ou em outros portos do país? E qual é a explicação para que essas 46 toneladas (!) de lixo hospitalar, de alto risco para a saúde de quem os manusear, fiquem quatro meses no país até serem devolvidas?! Historiazinha estranha, essa...]
Contêiner com lixo hospitalar apreendido em outubro do ano passado no porto de Suape, em Pernambuco - (Foto: Receita Federtal-PE/Divulgação).
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