domingo, 27 de novembro de 2011

Liga Árabe impõe sanções sem prededentes à Síria

Neste domingo a Liga Árabe aprovou esmagadoramente uma série de sanções econômicas contra o governo do presidente sírio Bashar al-Assad, incluindo o congelamento de bens  de figuras de destaque do governo, a proibição a altas altas autoridades sírias de visitarem nações árabes, e o fim de negócios com o banco central da Síria.

Essa decisão é a primeira dessa natureza, tomada por um organismo que frequentemente é considerado dividido e indeciso, e alguns de seus membros estão céticos. Líbano e Argélia se abstiveram de votar.

O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, disse ontem que o Iraque tem "reservas" com relação às sanções, e analistas duvidam que o Iraque as implemente. E o Líbano, cujo governo é dominado por grupos que apoiam Assad, incluindo o grupo militante político Hezbollah, também é improvável que aplique as sanções. Mas, as medidas anunciadas em uma entrevista com a imprensa no Cairo pelo ministro do Exterior do Qatar, Sheikh Hamad bin Jassim al-Thani, poderia não obstante ter um impacto significativo sobre o governo sírio e a comunidade de negócios, e representar uma postura de endurecimento dos países árabes contra Assad.

Interromper transações com o banco central sírio tornará o comércio internacional mais difícil, disse Chris Phillips, da Economist Intelligence Unit, assim como a proibição contra voos comerciais entre a Síria e países árabes, que poderá impactar a comunidade de negócios que tem se beneficiado das medidas de liberalização de Assad e tem até agora se mantido em grande medida em apoio ao governo. Phillips disse, entretanto, que é muito tênue a chance dessa comunidade de negócios juntar-se à crescente mas fragmentada comunidade de soldados desertores e de atiradores antigoverno para derrubar o regime. "Não está claro como as sanções poderão probocar uma mudança de regime", disse ele.

Dentro da Síria, ativistas antigoverno disseram que a ação da Liga Árabe é vem-vinda, mas alguns buscavam um envolvimento internacional maior,  conclamando o Conselho de Segurança da ONU a impor uma zona de restrição de voos sobre o país e a apoiar o grupo de desertores do exército e de dissidentes armados conhecido como o Exército Livre da Síria.

Hadi al-Abdullah, um ativista da cidade de Homs, disse que a violência estava piorando dia a dia, com confrontos sectários e choques entre forças de segurança e grupos armados antigoverno gerando vítimas diariamente. "Reivindicamos zonas militares de proteção nas fronteiras e o espaço aéreo fechado", ele disse. "Cada hora que passa é importante, estamos vendo nossos seres amados morrerem". 

Entretanto, como outros sírios, Abdullah mostrou preocupação de que a escassez de alimentos e de combustível, que já é muito grande especialmente para os mais pobres, possa piorar com sanções econômicas muito severas.

Ver postagem anterior sobre a reação até agora do presidente sírio Assad.

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