terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pesquisa britânica mostra expectativa de vida em diferentes tipos de câncer

Médias de sobrevivência de pacientes com câncer na Inglaterra e País de Gales aumentaram de um ano para quase seis anos nas últimas quatro décadas, segundo um estudo. No entanto, a pesquisa, feita pela entidade beneficente Macmillan Cancer Support constatou uma "lamentável" falta de progresso em alguns tipos de câncer, como os de pulmão e estômago. A ONG diz que os dados vão ajudar pacientes a encontrar resposta para a questão: "Quanto tempo eu tenho?"

Com base em pesquisas feitas pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, a equipe da Macmillan analisou índices de sobrevivência e tempo de sobrevida de pacientes com 20 tipos de câncer durante quatro décadas. O estudo usou como referência para sobrevivência marcos como um, cinco ou dez anos após o diagnóstico.

Como tempo médio de sobrevivência foi considerado o tempo levado até a morte de metade dos diagnosticados. A diretora executiva da Macmillan, Ciaran Devane, disse que o estudo representa um grande avanço. "Tempos médios de sobrevivência dão uma ideia nova e precisa de quanto tempo as pessoas podem esperar viver com cânceres diferentes".

Os números mostram uma melhoria na média total de sobrevivência, de um ano em pacientes diagnosticados em 1971-1972 a quase seis anos para pacientes diagnosticados 40 anos mais tarde. Seis dos cânceres estudados hoje apresentam médias de sobrevivência de mais de dez anos. A maior melhoria foi verificada em cânceres do cólon: o tempo de sobrevida aumentou 17 vezes. Em linfomas não-Hodgkin a sobrevida aumentou dez vezes.

A inglesa Dena Hutchings, da cidade de Sheffield, foi diagnosticada com um linfoma há cinco anos. A quimioterapia acelerou sua entrada na menopausa, mas ainda assim ela se considera afortunada. "Poderia ter sido um caso pior de câncer mas, felizmente para mim, era um linfoma. É um dos cânceres mais fáceis de tratar e curar", disse.

Os resultados do estudo mostram, no entanto, que para nove tipos de câncer, a média de sobrevida ainda é de três anos ou menos.  Nas últimas quatro décadas, houve pouca melhoria na sobrevida de pacientes com canceres do pulmão, cérebro e pâncreas.

 O inglês Adrian Antwis tem 40 anos e também é de Sheffield, no norte da Inglaterra. No primeiro semestre desse ano, foi diagnosticado com câncer de pulmão. O médico disse a Antwis que ele tem apenas alguns meses de vida. Ele espera que as imensas variações nos índices de sobrevida reveladas pelo estudo ajam como um incentivo a pesquisas para tratamentos efetivos para cânceres como o dele. Eu enfrentaria meses e meses de tratamento se soubesse que havia uma chance. Mas não há tratamento, então é algo que você tem de aceitar".

A Macmillan Cancer Support diz que o fato de pacientes com câncer estarem sobrevivendo mais tempo é positivo, mas ressalta que muitos estão sofrendo de problemas crônicos de saúde, em grande parte, associados ao tratamento. 
Entre os problemas estão fadiga, infertilidade e danos aos pulmões e coração. Alguns sobreviventes de câncer também precisam de apoio psicológico.

A média de sobrevivência de pacientes de câncer aumentou - (Foto: AP).





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