Sete modelos básicos das principais montadoras do país — Volkswagem, Fiat, General Motors, Ford e Peugeot — obtiveram nota um, numa escala que vai de zero a cinco. Isso significa que a segurança dos carros mais vendidos no país e na América Latina é equivalente à dos carros europeu de 20 anos atrás, conclui o Latin NCAP, que é uma iniciativa conjunta da Federação Internacional de Automobilismo, do Global New Car Assessment Programme, e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entre outras instituições de pesquisa.
Entre os modelos reprovados nos testes estão o Gol Trend (VW), o Palio ELX e o Novo Uno (Fiat), o Celta e o Corsa Classic (GM), o KA (Ford) e o Peugeot 207. Todos sem airbags. Segundo o Latin NCAP, os resultados dos testes "mostram claramente os benefícios do airbag".
Entre os modelos de carros com airbag testados pelo programa, a nota mais baixa foi 3. O Toyota Corolla com dois airbags, por exemplo, obteve nota 4, enquanto que o Chevrolet Meriva GL com o mesmo equipamento, ficou com nota 3. "Trata-se de um sistema de retenção suplementar que deve ser usado junto com o cinto de segurança e não como uma alternativa dele", adverte o estudo. A Latin NCAP informa que o airbag é um item padrão de segurança dos carros da Ford nos Estados Unidos desde 1990. E que o uso de airbags laterais foi introduzido pela Volvo em 1995. O custo de produção de cada unidade de airbag, segundo o estudo, é de US$ 50.
Mas pior para o consumidor brasileiro é que os testes comprovaram outro problema mais grave nos modelos nacionais, além da ausência dos aibags. Os testes evidenciaram que as carrocerias dos carros feitos aqui são frágeis e incapazes de aguentar fortes impactos, além de terem estruturas perigosas que apresentam graves riscos de lesão e até morte a seus passageiros, especialmente a região da cabeça do motorista. Ou seja, pontos fracos estruturais, que são fundamentais para proteger os passageiros e evitar lesões.
Procurada para comentar os resultados da nova rodada de testes da Latin NCAP, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que os veículos produzidos no Brasil cumprem todos as exigências legais de segurança e emissões de poluentes vigentes no país. Alegando não ter tido acesso ao estudo, a entidade informou que "pesquisas que comparam diferentes países e modelos de veículos pode trazer têm distorções".
A associação de montadoras lembrou ainda que a partir do ano que vem entram em vigor novas exigências de itens de segurança para os veículos produzidos no Brasil. As novas regras vão exigir a incorporação "gradativa" dos airbags como item obrigatório. [Essa Anfavea é muito cínica!]
Fonte: O Globo - Clique na imagem para ampliá-la.
[A contundente reportagem acima prova definitivamente que as montadoras que aqui fabricam e vendem seus carros nos tratam como rebutalhos, e clientes de terceira categoria, nos impingindo produtos que são proibidos de ser fabricados por suas matrizes. Ficam comprovadas também a omissão criminosa e a irresponsável conivência do governo com esse desrespeito à nossa segurança. A atuação relapsa do governo é confirmada também pela crescente entrada de carros importados absolutamente inseguros, como os chineses Chery, objeto de postagem anterior.]
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