quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lei nos EUA visa taxação de empresas aéreas para bagagem despachada

Excesso de bagagem manual carregada por outros passageiros tornou-se recentemente a reclamação n° 1 de passageiros de avião [nos EUA], e com o tumulto do Dia de Ação de Graças [na quarta quinta-feira de novembro] se avizinhando o Congresso [americano] cogita de limitar as taxas que as empresas aéreas podem cobrar sobre as bagagens despachadas. [Não exatamente pelos mesmos motivos, mas basicamente devido a um senso de comodismo egoísta e a uma absoluta falta de noção do que é viver em sociedade, passageiros aéreos hoje no Brasil embarcam carregando consigo malas absurdamente grandes e pesadas, atravancando o embarque e o desembarque nas aeronaves].

As taxas que as empresas aéreas têm aplicado [nos EUA] sobre as bagagens despachadas têm levado os passageiros a exagerar nas bagagens manuais, retardando os controles de segurança nos aeroportos e provocando empurra-empurras e discussões sobre o direito de acesso e uso dos compartimentos de bagagem dentro dos aviões.

"Muitas empresas aéreas consideram despachar uma bagagem não um direito, mas um privilégio -- e um privilégio com uma taxa cara associada a ele", disse a senadora Mary Landrieu (democrata, da Louisiana), que apresentou uma lei que "garantiria aos passageiros uma bagagem despachada sem pagamento de taxa e sem a dor de cabeça de tentar acomodar tudo numa bagagem de mão". Landrieu disse que em 2008 - 2009 as empresas aéreas recolheram 3,9 bilhões de dólares [impressionante!] em taxas de bagagens despachadas.

A lei permitiria aos passageiros uma bagagem despachada sem taxa, grátis, e proibiria a cobrança de taxas para bagagens manuais de tamanho normal. Ela exige também que as empresas aéreas informem aos passageiros as restrições sobre tamanho, peso e número de bagagens antes que eles cheguem aos aeroportos. E determina ainda que as empresas aéreas publiquem e divulguem suas taxas para todos os tipos de bagagens e para assentos preferenciais.

"Em vez de limitar a escolha e regular o que as empresas aéreas podem ou não podem oferecer aos passageiros, os [órgãos] reguladores deveriam continuar trabalhando na eficiência do sistemma de controle dos aeroportos", disse Steve Lott, porta-voz da Associação de Transporte Aéreo, um grupo da indústria das empresas aéreas. "Opções de serviços no setor não são novas. Há mais de três anos atrás as empresas aéreas começaram a oferecer aos consumidores a opção de pagar por serviços que [eles ou elas?...] valorizam, incluindo o check-in de uma bagagem". Lott disse que menos de um passageiro em quatro paga por bagagem despachada/checada.

As empresas aéreas começaram a cobrar pelas bagagens quando os aumentos dos preços dos combustíveis e a economia ruim começaram a morder suas já minguadas receitas. A taxação das bagagens prococou a ira de alguns passageiros, e a Southwest Airlines capitalizou isso anunciando que não cobra nada sobre as bagagens. Apenas uma empresa aérea americana, a Spirit Airlines, é conhecida por cobrar taxa sobre bagagem manual.

Mais de dois terços dos passageiros de avião disseram em pesquisa à U.S. Travel Association (Associação de Viagens dos EUA) que estavam irritados com "pessoas que passam com excesso de bagagens de mão pelos postos de controle". Roger Dow, presidente dessa associação, disse em março a um comitê do Senado presidido pela senadora Landrieu que as taxas sobre as bagagens despachadas incentivaram o aumento no uso de bagagens manuais. Na mesma audiência, Janet Napolitano, secretária de Segurança Doméstica, afirmou que o custo do controle de segurança por imagem aumentou ao passo que o número de bagagens despachadas caiu em 20%.

"Quando você tem que pagar por uma bagagem despachada, isto aumenta o número de bagagens de mão e significa que há mais itens a inspecionar no portão antes que os passageiros entrem nos aviões", disse Napolitano.

"Está chegando a um ponto que ficou ridículo", disse Nick Peters, um executivo de Washington que voa regularmente para a Califórnia. "Se você não entrar primeiro no avião ... não haverá espaço nos compartimentos de bagagem".


Um comentário:

  1. O sistema dos americanos é ridículo. A reportagem não mencionou que a taxa é de 25 dólares, um absurdo. E, pode-se levar uma mala relativamente grande na mão. Mas, não pode levar liquidos, etc... Simplesmente se é obrigado a ser roubado...

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