A nave deixou a Base Aérea do Cabo Canaveral, vizinha ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 15h02 locais (13H02 de Brasília). Dois minutos depois da partida, quando o projétil alcançava 7.778 km/h, se desprendeu o primeiro segmento do foguete propulsor. Depois que um segundo segmento se soltou, a cápsula que contém a sonda Curiosity disparou a mais de 24 mil km/h para sua travessia de 9,65 milhões de quilômetros nos próximos oito meses e meio com destino à cratera de Gale, em Marte.
A previsão é de que o foguete aterrisse em marte em 5 de agosto de 2012 e que o Curiosity passe então a enviar informações aos cientistas sobre suas descobertas sem ter que trazer amostras físicas para a Terra. "Esta é a missão mais complicada que já tentamos na superfície de Marte", disse a jornalistas na quarta-feira (23) o gerente do projeto na Lockheed Martin, Peter Theisinger. A empresa é a principal contratada pela Nasa para desenvolver o jipe-robô.
Em 2004, dois jipes-robôs menores, o Spirit e o Opportunity, pousaram em pontos opostos do planeta para procurar água. Deveriam funcionar por três meses, mas a missão acabou durando vários anos. A Spirit sucumbiu no ano passado ao rigoroso inverno local, e a Opportunity agora começou a explorar uma nova área, com argilas formadas por água. Ambas as sondas descobriram sinais de que a água teria se misturado às rochas de Marte no passado.
O novo jipe-robô, apelidado de Curiosity, leva a busca a outros elementos essenciais para a vida, especialmente as substâncias orgânicas. O equipamento, projetado para durar dois anos, está equipado com dez ferramentas. Ele trabalhará em um local particularmente "sedutor" do planeta, a cratera Gale, com 154 km de diâmetro. Dentro dela há uma montanha com depósitos em camadas, erguendo-se a 4.800 metros --o dobro da altura das camadas que formam o Grand Canyon, nos EUA. Os cientistas não sabem como o morro se formou, mas suspeitam que ele resulte da erosão de sedimentos que no passado preenchiam completamente a cratera.
Busca por vida
Na década de 1970, após enviarem a Marte as sondas gêmeas Viking, os cientistas chegaram a um consenso de que não há vida no planeta vermelho. Agora, a estratégia da agência espacial é buscar sinais de água no passado marciano, vinculando a busca pela vida a uma melhor compreensão do ambiente local.
Sem ter uma lua suficientemente grande para estabilizar sua inclinação, Marte passa por mudanças climáticas dramáticas ao longo das eras, já que seu eixo oscila entre ficar mais perto e mais distante do Sol. A história do que aconteceu com Marte ao longo de milhões de anos está quimicamente escrita nas suas rochas, o que inclui pistas sobre se o planeta já teve em sua superfície água líquida e outros ingredientes supostamente necessários à vida, e por quanto tempo.
Tentativa russa
Em postagem anterior, abordei a até agora fracassada tentativa russa de enviar a sonda Fobos-Grunt a Marte. Recentemente, a Agência Espacial Europeia conseguiu receber novos dados de telemetria dessa sonda, o que reacendeu a esperança de que ela possa ser redirecionada para Marte.
Imagem divulgada pela Nasa mostra o foguetye Atlas 5 lançado no Estado da Flórida - (Foto: Nasa).
Ilustração do jipe de pesquisa Curiosity já em solo marciano - (Imagem: JPL-Caltech/Nasa/France Presse).
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