A notícia abaixo foi publicada no jornal A Folha de S. Paulo de 18 deste mês, e só está disponível para os leitores e assinantes do jornal.
Maior banco da zona do euro, o espanhol Santander poderá vender fatia de 3% de sua participação na filial brasileira, a de maior crescimento do grupo no mundo. O Santander Brasil deu entrada, anteontem [16/11], na SEC (CVM dos EUA) com um pedido que prepara terreno para que empresas do grupo possam vender ADRs (recibos de ações brasileiras nos EUA) da unidade brasileira.
O pedido tem validade imediata e a venda pode ser feita em etapas desde que envolva um máximo de 310,8 milhões de papéis -- R$ 4,2 bilhões ou 8% do capital. Nesses 8% já estão 5% que o banco havia se comprometido a vender ao Fundo Soberano do Qatar, que adquiriu títulos conversíveis em ações da unidade brasileira. Os 3% valeriam hoje R$ 1,58 bilhão.
O Santander espanhol tem hoje 81% da filial brasileira, enquanto o mercado tem pouco mais de 17%. Se a venda for concretizada, o banco ficará com 73% e o banco atingirá, com dois anos de antecedência, a meta de ter 25% de seu capital pulverizados na Bolsa até outubro de 2014.
Em comunicado, o banco diz que o pedido enviado à SEC não significa que o banco esteja preparando oferta pública, mas que é obrigado a fazer esse tipo de solicitação por se tratar de negócio com empresas do grupo. "Nenhum registro perante a CVM de oferta pública de valores mobiliários no Brasil foi solicitado", diz o banco.
O Brasil responde por 20% dos ganhos do Santander no mundo. Depois da Espanha, a filial brasileira é hoje a que mais contribui com o lucro. Os rumores da venda, alimentados pelo relatório de um analista de banco concorrente, reduziram em 4,6% os valores dos papéis na Bovespa.
Em 2009, o Santander Brasil levantou R$ 13,2 bilhões com oferta de ações. À época, foi a maior operação já feita no país, e a maior parte dos recursos foi para financiar a expansão do banco.
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