(Fonte: Valor Econômico)
Por esse quadro se observa que, já no ano passado, importamos dos chineses quase o mesmo que importamos dos americanos. Pois bem, no período janeiro a março deste ano, com a ajuda dos automóveis, a China exportou para o Brasil US$ 19,8 milhões a mais que os EUA -- item novo na nossa pauta de importação de Pequim, os automóveis chineses que aqui chegaram pularam do valor de US$ 16,1 mil no primeiro trimestre de 2010 para US$ 26,4 milhões no mesmo período de 2011! (Leia mais). É justamente nesse item "carros" é que surgem claros indícios de que os chineses estão nos empurrando geringonças, que mais se parecem com carroças que com carros e que, inclusive, atentam contra a segurança física de seus usuários.O caderno "Carro etc" do jornal O Globo de ontem divulga o teste de avaliação do carro da fábrica chinesa Chery, modelo QQ e o que se lê é muito preocupante e revoltante (leia aqui):
- "os amortecedores parecem de marshmallow e o pequeno Chery vai flutuando e oscilando, sensível aos ventos laterais -- passa uma tremenda insegurança".
- "Chegamos a um trecho de asfalto enrugado. O volante deu tremeliques e a frente começou a passarinhar na reta. Tiramos o pé e passamos a andar com mais cautela".
- "Entramos mais forte num retorno e uma sequência de estalos foi ouvida -- vinham da suspensão dianteira. Agora, resta saber se era um problema crônico ou apenas do carro testado".
- "No fim do trajeto, as mãos estavam cinzentas. Olhei para o volante e vi que a tinta havia se soltado em alguns pontos... Mas a grande questão não é o acabamento, ou mesmo a direção errática e a suspensão traseira balouçante (que poderiam ser melhoradas). O problema do Quiu-Quiu é representar o passado da indústria chinesa".
- "Pior: o QQ obteve resultados medonhos nos testes de colisão - mesmo trazendo airbags e barras de proteção laterais".
O preocupante é que essa geringonça está vendendo bem, porque é baratinho pelos padrões do nosso mercado de carros. A pergunta é: quem é que fiscaliza o item "segurança" dos carros que importamos (se é que existe esse controle)? Já é mais do que sabido que os mesmíssimos modelos aqui fabricados são muitíssimos mais seguros quando exportados, porque recebem acessórios de segurança exigidos pela legislação dos países destinatários e que aqui não são empregados. Nossa legislação nesse aspecto é criminosamente falha e deficiente, porque o governo é conivente com os fabricantes de automóveis e nos tornou cidadãos de segunda categoria, que não merecem o mesmo nível de segurança que os cidadãos de outros países, embora sejamos de carne e osso como eles.
O carro Chery, modelo QQ, testado por Eduardo Sodré (caderno Carro etc do jornal O Globo de 04/5/11).
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