Na manhã de hoje o Rio viveu horas de absoluto caos no trânsito por conta de uma absurda manifestação de bombeiros na Candelária, em protesto contra os salários que recebem. Uma corporação que até hoje de manhã era querida e admirada pela população da cidade, certamente passou a ser por ela execrada e odiada por causa dessa violência gratuita e injustificável contra o sagrado direito de ir e vir das pessoas. Eu estava a caminho da Zona Sul e tive que dar uma volta gigantesca para chegar ao Túnel Rebouças.
É inadmissível que um bando de irresponsáveis dêem um nó na vida pública de uma cidade como o Rio, penalizando injustificadamente aqueles que, além de nada ter a ver com o seu problema, pois salário de bombeiro quem decide é o governador do estado, pagam taxa de incêndio e outros impostos que em última análise sustentam esses baderneiros.
Não é possível que no Corpo de Bombeiros só existam cabeças de bagre como esses idiotas que bloquearam o trânsito da cidade, há que existir alguém de matéria cinzenta pensante na cabeça no meio dessa gente para entender e explicar aos colegas embotados que a população tem que ser poupada de qualquer maneira nessas manifestações públicas. O cidadão comum que precisa se locomover para trabalhar, para ir ao médico, para passear ou o que seja, tem que ser respeitado a qualquer custo e cativado como aliado a qualquer preço -- transformá-lo como inimigo e adversário com atitudes como a de hoje de manhã é de uma estupidez atroz e inaceitável.
Só depois de instalado o caos total é que o governo estadual teria começado a se mexer -- pelo rádio do carro ouvi que havia uma tropa de choque da PM a caminho da Candelária. Não sei que bicho deu, porque resolvi desligar o rádio do carro e me isolar dessa esculhambação. Mas fica o registro: por ação ou omissão o governador do estado, Sérgio Cabral, é corresponsável pelos danos diversos causados hoje pela manhã à cidade do Rio e a seus habitantes. Alguém precisa impor a ordem e disciplinar a realização de manifestações de qualquer natureza na cidade, impedindo-as terminante e peremptoriamente de tumultuar e infernizar a vida de seus moradores.
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