O Reinado da Arábia Saudita contém as maiores reservas de petróleo do mundo, é o maior exportador mundial de petróleo, é o principal aliado dos EUA no Oriente Médio, é um dos maiores (se não o maior, a disputa com Israel deve ser brava) compradores de armas dos americanos e, para coroar a lista, tem um péssimo histórico em matéria de direitos humanos. O site francês L'Internaute publicou hoje, 25/5, mais uma história que confirma essa folha corrida saudita e o inaceitável tratamento que os árabes dão às mulheres.
Diz o site francês que foi lançada uma campanha na Arábia Saudita para incitar os homens a "espancar" as mulheres que "ousarem" (são meus os parênteses nesta palavra) desafiar a proibição de dirigir, quando de uma manifestação prevista para o dia 17 de junho vindouro. Paralelamente, ativistas continuam a exigir a libertação de uma mulher, Manal al-Charif, que desafiou essa interdição, enquanto a imprensa reflete geralmente um ponto de vista favorável às mulheres.
A "campanha do iqal" -- o cordão grosso e duro que retém o barrete na cabeça dos homens na tradicional vestimenta masculina árabe -- que faz essa convocação para espancar as mulheres reuniu milhares de sauditas em uma página do Facebook. Aqui, alguns participantes se propõem a oferecer caixas inteiras do "iqal" aos jovens e colocá-las ao longo do percurso das mulheres que participarão da manifestação, incitando-os a espancá-las com esse cordão. Outros participantes se divertem com o fato do preço desse cordão ter subido, depois que os homens passaram a comprá-lo antes da manifestação de 17 de junho.
O famoso romancista saudita Abdo Kahl, lamentou, no diário Okaz, a proibição de mulheres ao volante. Um abaixo-assinado de intelectuais em favor de Manal Charif, presa no sábado depois de dirigir seu carro até Khobar, no leste do país, continua recolhendo assinaturas. Em meados de maio uma outra saudita, Najla Hariri, uma mãe de família, conseguiu durante quatro dias percorrer as ruas de Jeddah (oeste do país) ao volante de um carro sem ser presa.
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