A FNSEA (sigla em francês para Federação Nacional dos Sindicatos de Cultivadores Agrícolas), principal órgão sindical agrícola francês, requereu no dia 27 deste mês que o governo preste ajuda aos criadores, primeiras vítimas da seca que assola boa parte do país, descartando de imediato um novo "imposto da seca" como o decretado quando da canícula do verão de 1976. Segundo Xavier Beulin, presidente da Federação, "isto seria contraproducente" -- ele teme pela imagem dos agricultores, porque considera que "esse imposto foi mal compreendido, nos constrangemos com ele regularmente". No verão de 1976, Jacques Chirac, então Primeiro-Ministro, decidiu ajudar os agricultores, reembolsando-os através de um imposto em regime de excepcionalidade. O ministro da Agricultura, Bruno Le Maire, já disse que tal medida está fora de sua alçada, enquanto que a ministra da Ecologia, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse no domingo passado considerar ainda "muito cedo" para se pensar nisso.
O presidente da FNSEA insiste na "urgência" de se prover os criadores de recursos financeiros para comprar alimentação para seus animais, carentes de pastagens pela falta de chuvas. A produção de forragem, que se faz agora como provisão para o inverno, caiu entre 50% e 60%, diz Xavier Beulin. "Os criadores não podem esperar até o 16 de outubro para cobrar por antecipação as ajudas europeias, como lhes foi prometido", diz esse líder sindical.
A seca assola boa parte da França (Audrey Garric).
Vista de uma parte seca do leito do rio Allier, perto de Brassac-les-Mines (Auvergne, centro da França) (Thierry Zocollan/AFP).
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