No final deste ano estará à venda na Grã-Bretanha, para o público em geral, por 435 libras (500 euros), um exame de sangue que pode revelar com que rapidez alguém está envelhecendo e lhe oferecer a tentadora ou irresistível possibilidade de estimar quanto tempo de vida ainda lhe resta. Isso é o que nos mostra um artigo do dia 16/5 do jornal inglês The Independent.
O artigo citado apresenta uma figura (difícil de reproduzir aqui, por falta de espaço devido à quantidade de texto dentro dela) que explica como funciona esse controvertido exame. Ele mede as estruturas vitais nas extremidades dos cromossomos de uma pessoa, chamadas telômeros, que os cientistas acreditam que sejam um dos mais importantes e precisos indicadores da rapidez com a qual alguém está envelhecendo. Os cientistas que estão por trás desse exame disseram que será possível avaliar se a "idade biológica" de uma pessoa, medida pelo comprimento de seus telômeros, é mais velha ou mais jovem que a sua idade cronológica.
Pesquisadores médicos acreditam que o exame de telômeros tornar-se-á muito difundido dentro dos próximos 5 ou 10 anos, mas já há alguns cientistas que questionam seu valor e se não deverão existir controles éticos mais rígidos sobre seu uso mais amplo. Além das preocupações sobre como as pessoas reagirão a um exame que lhes dirá quão "velhas" elas realmente são, alguns cientistas preocupam-se com a possibilidade de que o exame de telômeros possa ser empregado por organizações inescrupulosas, para tentar vender medicamentos não comprovados contra o envelhecimento e outros falsos "elixires da vida".
Os resultados dos exames poderiam ser também de interesse para companhias que comercializam apólices de seguro de vida ou cobertura médica que dependem do risco de alguém, durante seu período de vida, cair seriamente doente ou morrer prematuramente. Entretanto, há um crescente grupo de cientistas que diz que examinar o comprimento dos telômeros de alguém pode permitir ter-se uma visão mais próxima do risco de se morrer prematuramente por causa de uma gama de distúrbios relacionados com a idade, desde doenças cardiovasculares a Alzheimer e câncer. "Sabemos que pessoas que nasceram com telômeros mais curtos do que o normal têm também uma vida mais curta", disse Maria Blasco, do Centro Nacional Espanhol de Pesquisa de Câncer, de Madri, que inventou o novo exame comercial dos telômeros. "Mas não sabemos se telômeros mais longos darão a alguém uma vida mais longa. Isto realmente não é sabido para os seres humanos", acrescentou ela.
O artigo do The Independent se alonga ainda mais sobre o exame de telômeros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário