sábado, 21 de maio de 2011

Padre holandês era membro da diretoria de um clube de pedófilos

Em matéria de abuso sexual de crianças a Igreja Católica parece ser um antro imbatível de histórias impressionantes, sem que o Vaticano faça efetivamente alguma coisa para acabar com isso. Agora, surge a inacreditável história de um padre holandês que era membro da diretoria de um clube de pedofilia!

A Igreja Católica holandesa e a ordem dos Salesianos estão investigando as revelações de que um padre da ordem, com o pleno conhecimento de seu superior, fez parte da diretoria de um clube que promove a pedofilia. Herman Spronck, o mais graduado dos Salesianos no país, confirmou em um comunicado que o padre -- identificado pelo site holandês RTL Nieuws como "Padre Van B." -- foi membro da diretoria do Martijn, um grupo que faz campanha para acabar com a proibição do sexo entre adultos e crianças no país. Esse grupo é muito insultado, mas não é declarado ilegal.

"É claro que rejeitamos isso e nos mantemos distantes dessa iniciativa pessoal desse padre", disse Spronck. "A participação em tais organizações não se encaixa no perfil ético-moral dos Salesianos", acrescentou ele. No entanto, o próprio superior de Spronck na Bélgica afirmou que investigará os dois, Spronck e o padre, já que ambos foram citados pelo RTL Nieuws como tendo dito que tais relações entre adultos e crianças nem sempre são prejudiciais. O Superior Jos Claes disse à televisão belga hoje que "não poderia imaginar" que os dois não fossem punidos, mas acrescentou que precisa antes ter certeza dos fatos.

Segundo o RTL, o padre Van B. teria dito que "a sociedade acredita que essa relações são prejudiciais. Eu discordo". O padre participou da diretoria do Martijn de 2008 a 2010, quando o fundador do clube foi preso sob a acusação de posse de pornografia infantil em um caso ainda em andamento. Van B. disse ao RTL que permanece como membro do clube e que agora vive em uma espécie de asilo para aposentados no leste da Holanda.  Em uma segunda entrevista, o RTL mencionou Spronck como tendo dito que sabia da pedofilia de Van B. e de sua participação no Martijn, assim como de duas situações em que o padre havia sido multado pela polícia por se expor em público, mas que não via razão suficiente para baní-lo da ordem.

Spronck teria acrescentado que relações sexuais entre adultos e crianças, incluindo crianças de 12 anos, não têm que ser necessariamente perniciosas. Spronck e sua comunidade não puderam ser contatados neste sábado para se pronunciar. De acordo com seu site, o braço holandês dos Salesianos tem 14 empregados e 400 voluntários, e visa ajudar crianças pobres.

O porta-voz da Igreja Católica holandesa, Pieter Kohnen, disse hoje que mesmo com escândalos de abuso sexual sacudindo a Igreja no mundo todo esse caso era "inacreditável", e que a Igreja rejeita visceralmente a pedofilia. Ele disse que se o Superior Claes não agir rapidamente para reformar a liderança dos Salesianos holandeses, o caso será levado a Roma.

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