A Argentina é inegavelmente um país lindo e riquíssimo, que até um passado não muito remoto era disparado melhor do que o Brasil no cenário regional e fora dele. Sua capital, Buenos Aires, é uma cidade fantástica, de encher os olhos. Agora, os argentinos ...
Nossos hermanos são absolutamente inconfiáveis em qualquer negociação, principalmente conosco -- lidei com eles por mais de dez anos, por força do meu trabalho na Eletrobrás, e sei do que falo. Querem sempre levar vantagem em tudo, são aborrecidamente escorregadios e sentem especial prazer em querer sempre nos enrolar e nos passar a perna. Quando estão com vantagem nas relações comerciais conosco, e assim estiveram várias vezes durante muito tempo, tudo beleza, mas basta a balança pender para o nosso lado para desenterrarem suas espertezas malandrescas -- imediatamente passam a criar milhões de dificuldades e empecilhos para nossas exportações para o seu mercado.
O problema eterno dos argentinos sempre foi sua empáfia, sempre se julgaram os europeus da América do Sul (até que uma pesquisa recente mostrou que são predominantemente índios ...) e por isso são disparados os reis da antipatia no continente -- é impressionante a unanimidade de sua rejeição pelos outros países sul-americanos! De uns tempos para cá, principalmente depois do peronismo e dos peronistas que governaram o país, culminando com os governos dos Kirchner, o país perdeu o rumo, a indústria não se modernizou e perdeu competitividade, a economia deteriorou-se impressionantemente (Buenos Aires tem hoje suas favelas e seus pedintes de rua, impensáveis até alguns anos atrás) e o país descambou para o populismo barato de, entre outras mutretas, mascarar a inflação real falseando os números do INDEC, o IBGE de lá.
Para a desgraça do orgulho e do fígado argentinos, o Brasil disparou no rumo oposto e hoje damos banho na Argentina, regional e internacionalmente. Entre outros inevitáveis efeitos, isso tem provocado sucessivos superávits brasileiros no comércio bilateral, o que deixa nossos hermanos perto da apoplexia. Incapazes de competir conosco lealmente, eles imediatamente partem para o protecionismo e criam artificialmente milhões de dificuldades para a entrada de nossos produtos em seu país. Em dias recentes mais de 200 produtos brasileiros ficaram praticamente impossibilitados de entrar no mercado argentino devido a barreiras impostas pelo governo do país -- as restrições atingem quase 25% das nossas exportações.
Para espanto meu e, certamente, de muita gente, o Brasil perdeu a paciência (o que, honestamente, credito a Dilma e não ao subserviente Itamaraty -- se Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata, estivesse no poder duvido que isso ocorresse) e resolveu retaliar, criando barreiras à entrada de carros argentinos no país, o que já deixou cerca de 2.000 carros deles na fronteira. A ministra argentina da Indústria reclamou, dizendo que as medidas argentinas cumprem as regras da OMC - Organização Mundial do Comércio e as do Brasil não, mas foi desmentida pelo jornal Clarín de hoje, que informa que em fevereiro a Argentina barrou a entrada de 3.000 carros de luxo brasileiros sem qualquer aviso prévio ou informação por escrito. Quando têm que beber do remédio que nos aplicam os hermanitos perdem logo a pose.
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