Em algum lugar dos EUa, talvez neste exato momento, um suspeito pode estar sob vigilância por vídeo. Está sendo vigiado em cada movimento, em cada passo, mas não em uma pequena TV -- isto é 2009. Em vez disso, um agente especial do Birô de Álcool, Fumo, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, em inglês) faz seu trabalho com um iPad. Isto não é um filme, é o governo federal 2.0, no qual a atualização de tecnologia não mais é feita a passos lentos. Até mesmo Obama, um devoto do Blackberry, já fez seu upgrade -- ele agora tem um iPad e é visto com ele p'ra cima e p'ra baixo.
Os vistosos produtos de consumo adotados nas empresas privadas -- substituindo Blackberrys por iPhones, Microsoft Outlook por Gmail, e ultimamente laptops por iPads -- estão agora invadindo o governo federal (o Departamento de Estado, o Exército, a NASA, etc). A Administração de Serviços Gerais está processando a transferência de 17.000 funcionários para o Gmail. Os interesses envolvidos são enormes. As mudanças podem prejudicar empresas há longo tempo ligadas à cultura de trabalho de Washington, mas autoridades dizem que essas mudanças farão com que os funcionários fiquem mais produtivos e, ao mesmo tempo, cortarão bilhões dos 80 bilhões de dólares gastos anualmente em tecnologia de informação.
"A demanda que vemos agora nos últimos 90 dias tem sido simplesmente extraordinária", disse Tim Hoechst, chefe de tecnologia da Agilex Technologies, que está ajudando as agências federais a integrar produtos da Apple nas equipes de trabalho.
Analistas e autoridades governamentais dizem que a demanda por essas tecnologias vem de duas direções. No topo, diretores de agências e funcionários seniors estão utilizando iPads, telefones Android ou email baseado na web em suas vidas particulares e estão perguntando aos administradores de TI porque não podem usá-los em seu trabalho. Mas o empurrão maior vem dos empregados nas linhas de frente, que veem o valor que essas tecnologias podem agregar ao seu trabalho, dando-lhes mais mobilidade e menos vínculo a um escritório.
"As pessoas têm acesso melhor à TI em suas casas do que em seu trabalho, e isto é particularmente verdadeiro no setor público", diz Vivek Kundra, diretor de informação do governo federal. "Se você olhar para um(a) garoto(a) médio de escola, ele(a) provavelmente tem em sua mochila uma tecnologia melhor do que a maioria de nós nas repartições do governo", acrescenta ele.
Chefe de Seção Paul Vanderplow, do Birô ATF, conecta um monitor a um iPad e observa o vídeo de uma prisão na sede nacional do Birô em Washington (Ricky Carioti/Washington Post).
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