Sede de conhecidas empresas de internet como Skype, Spotify e Last.fm, Londres se prepara não apenas para a próxima Olimpíada no ano que vem. A capital inglesa quer capturar toda a cultura de empreendedorismo digital da Europa e se transformar numa espécie de Vale do Silício do Velho Continente. Para isso, o governo britânico criou um programa para atrair empresas para a região leste da cidade, perto do parque olímpico, e batizou a região de Tech City (cidade tecnológica). Em um ano, o número de empresas de tecnologia subiu de 200 para mais de 600 e companhias como Google e Facebook se comprometeram a abrir escritórios lá. “Vai ser um centro de tecnologia construído na região do parque olímpico depois das competições”, explica Brent Hoberman (foto), investidor e empresário do comércio eletrônico do Reino Unido.
Hoberman está entre um dos responsáveis por divulgar o novo projeto. Ele é um conhecido empresário de internet no Reino Unido, cofundador do site de vendas de passagens e hotéis LastMinute.com – vendido em 2005 à norte-americana Sabre. No ano passado ele foi nomeado pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, como um dos embaixadores de negócios do país e desde então tem percorrido eventos internacionais para passar parte da sua experiência no meio digital.
Na semana passada o “embaixador digital” esteve em São Paulo na feira Brasil Design Week com uma delegação britânica para divulgar o mercado de comércio eletrônico do Reino Unido. Ele falou principalmente da experiência de outros dois sites que fundou mais recentemente, o MyDeco.com e o Made.com, que vendem móveis e produtos de decoração.
O Vale ficou caro. “Um dos maiores investidores de capital de risco do Vale do Silício me disse que estão incentivando muitas startups a irem ao Reino Unido porque o Vale do Silício ficou muito caro”, disse, sem citar quem é o investidor. “Todo o talento está sendo sugado pelos gigantes e há muita valorização de novas startups". Há também um interesse crescente das empresas do Reino Unido em procurar oportunidades de negócios na internet brasileira. Por meio da ProFounders Capital, uma empresa de investimentos da qual ele faz parte, Hoberman também tem participação em empresas de tecnologia.
No dia da entrevista ao Link ele se encontraria com empresários do comércio eletrônico brasileiro. “Todos conhecemos os números. A internet vem passando por um crescimento incrível no Brasil”, disse ele, esperando ter uma ideia melhor do mercado brasileiro depois do encontro. “Não venho ao Brasil faz dez anos. Claro, o mundo mudou. Mudou e muito. O que está claro é que o Brasil vai começar a criar empresas de internet muito mais valiosas”, afirma.
Em março o empresário quer fazer uma edição brasileira do evento Founders Forum – que ocorre uma vez por ano no Reino Unido – para reunir fundadores de empresas da área digital do seu país e do Brasil. Assim ele espera incentivar os negócios digitais entre os dois países. “Ainda é cedo para abrir negócios no Brasil. Mas é bom começar cedo. Acho que nos próximos cinco anos estes caras vão ter empresas que podem ser vendidas por centenas de milhões de dólares”, diz. Ele crê que a experiência das empresas britânicas e o incentivo do governo podem abrir espaço para empreendedores do País expandirem seus negócios globalmente. “O Reino Unido é um dos mercados de e-commerce mais avançados no mundo. Há novos conceitos de negócios que estão surgindo no Reino Unido e podem ser adotados aqui.”
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