domingo, 13 de novembro de 2011

A hora de comprar seu smartphone

O texto abaixo é de autoria de Camilo Rocha, e foi publicado hoje no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela estatística, é provável que você ainda não tenha um smartphone. Apenas 5,8% dos celulares vendidos no Brasil são aparelhos do tipo, segundo pesquisa recente do instituto Nielsen. O mesmo levantamento, porém, indica que são enormes as chances de você virar dono de um em breve: no primeiro semestre, as vendas de smartphones dispararam 165% em um ano. O ritmo de vendas é muito superior ao dos celulares como um todo, que cresceu 21% no período. A tendência é mundial. Smartphones devem movimentar em 2011 US$ 116 bilhões (R$ 203 bilhões) no mundo todo, segundo a empresa de pesquisa Pyramid.

Atrapalhando esse crescimento por aqui está nossa tradicional desvantagem de preço em relação a outros países. Ainda pagamos um valor muito maior. Nos EUA o iPhone 4S, por exemplo, tem um preço inicial de US$ 199 (R$ 349), se vendido com um plano de operadora. Aqui seu antecessor, o iPhone 4, não sai por menos de R$ 899 no pós-pago. O que alivia um pouco a situação do brasileiro é a enxurrada de lançamentos que ocorreu de dois anos para cá. As lojas hoje estão lotadas de opções em diversas faixas de preço, tamanhos e configurações.

A lista de sugestões de fim de ano que o Link selecionou traz 15 modelos diversos (ver fotos e descrições abaixo - clique nas imagens para ampliá-las).

A premissa de um smartphone é simplificar sua vida ao juntar vários recursos em um aparelho só: internet, e-mail, câmera, filmadora, tocador de música, agenda, lista de contatos. Alguns celulares que não são considerados smartphones também têm esses recursos. Mas essas ferramentas rodam melhor em smartphones porque, em geral, eles têm maior poder de processamento. Sua capacidade de armazenamento digital (na casa do gigabyte) também os diferenciam dos celulares comuns. A conectividade de um smartphone é superior e permite realizar atividades com uma conexão 3G ou Wi-Fi.

Não se pode falar em smartphone sem mencionar os aplicativos. São softwares para celular e com funções específicas. Existem apps para atividades rotineiras como tirar fotos, mandar e-mails ou servir de despertador. Games, mapas, previsão do tempo, últimas notícias e compras virtuais também são outras opções comuns de aplicativos. Esse formato gerou um boom de novas empresas que desenvolvem esse tipo de programa. Há apps para todo o tipo de uso: desde monitorar o ciclo menstrual de uma mulher até identificar as músicas que estão tocando na balada. E parece bobagem, mas, uma vez que você passa a usar e gostar de determinados aplicativos, percebe quanto sua vida pode melhorar. Afinal o smartphone é um computador de bolso.

Os apps estão vinculados a outro item básico num smartphone: o sistema operacional. O mais comum é o Android, do Google. É esse o sistema encontrado nos smartphones de fabricantes como LG, Samsung, Motorola e Sony Ericsson. Com a quantidade considerável de modelos lançados por essas e outras marcas que usam o mesmo sistema, o Android viu sua parcela de mercado crescer de 2,8% em 2010 para 39,4% em 2011. É por esse motivo que os aparelhos com Android costumam estar entre as opções mais baratas.

O segundo sistema operacional mais comum é o Symbian, que move os aparelhos da Nokia, mas ele tem data de validade. A partir do ano que vem, os novos modelos da Nokia usarão o sistema Windows Phone 7, da Microsoft. Assim, pode parecer que um smartphone com Symbian esteja fadado à obsolescência em breve, mas a Nokia garante o suporte pelo menos até 2015.

Em terceiro lugar vem o iOS, da Apple. Ele ocupa 10% do mercado brasileiro, quase o dobro do que tinha há um ano. Uma das vantagens desse sistema é seu “corpo fechado”. Como a Apple controla a aprovação dos aplicativos para o iPhone, o sistema é mais seguro do que o Android, cujo controle de aplicativos é menos rígido.

O iPhone ganha facilmente da concorrência no mais intangível dos aspectos: o fator “objeto de desejo”. Graças a seu design estiloso, facilidade de uso e marketing eficiente, o iPhone tem status de popstar. A cada novo lançamento se repetem as cenas de gente passando a noite na fila para ser um dos primeiros a entrar na loja e garantir seu exemplar. A última versão 4S começou a ser vendida nos EUA há um mês. A Apple disse que o telefone deve chegar a 70 países até o fim do ano e é provável que o Brasil esteja nessa lista. O smartphone já foi até homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas a representação brasileira da Apple não confirma qualquer lançamento. Parece que a mesma estratégia adotada à época do lançamento do iPhone 4 está sendo seguida: zero informação até que, subitamente, uma data é anunciada no curtíssimo prazo.

Muitos preferem não esperar. O Link conversou com brasileiros que já têm o aparelho, comprado em viagens ao exterior. O engenheiro de software Leo Lobato conta que a câmera do novo modelo é um dos destaques, mas que não é preciso ter pressa para comprar. “Só comprei porque uso no meu trabalho, que é desenvolver aplicativos”, diz. Outro problema é o aplicativo Siri – principal novidade –, não entende português. Dando nova dimensão ao termo “secretaria eletrônica”, a Siri (a voz usada é a de uma mulher) obedece a comandos de voz dos usuários, responde perguntas e procura informações no telefone e na web, cruzando dados de maneira inteligente. Mas só em inglês.






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