Honda e Toyota têm apenas compactos e sedãs, médios e grandes, e SUVs (Sport Utility Vehicles, carros maiores). Neste mês, inundações na Tailândia interromperam o fornecimento de peças, prejudicando também a montagem no Brasil.
No ranking de vendas da Fenabrave, a federação dos distribuidores de veículos, a Toyota perdeu duas posições desde o ano passado. A situação também não favorece a Honda. "Tudo isso [os eventos relacionados a fenômenos naturais] afetou o desempenho das montadoras japonesas e favoreceu a agressividade das outras empresas, tanto as locais como as coreanas e as chinesas", afirma o professor e consultor da MSX International, Arnaldo Brazil.
De acordo com o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, "não (se) pode deixar um carro dez anos com o mesmo modelo", diz. "A obrigação da indústria é se atualizar." As duas montadoras têm planos para evitar perder uma participação maior de mercado. Para Brazil, porém, além de inovação, as empresas precisam mudar a própria "ideologia empresarial". "Acredito que a Toyota possa se recuperar ao lançar o novo produto previsto para 2012. Mas a Honda deve perder mercado se não entrar na guerra do preço praticado atualmente pelos concorrentes", disse.
No ranking anual de vendas da Fenabrave, a sexta colocação, mantida pela Honda, é perseguida por três montadoras: as francesas Peugeot e Citroën, e a sul-coreana Hyundai. A disputa ficou ainda mais acirrada no mês passado. Todas as três marcas venderam mais que a japonesa. A Toyota, que até o ano passado mantinha a nona posição no ranking brasileiro, perdeu espaço para duas coreanas -Hyundai e Kia- e é seguida de perto por outra montadora japonesa que vem se expandindo no Brasil mais recentemente, a Nissan.
Em entrevista à Folha no mês passado, o presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, demonstrou preocupação com o avanço das montadoras coreanas e chinesas no mercado. De acordo com ele, a produção coreana "lembra" a japonesa, ao se basear na tecnologia e na qualidade dos automóveis. De olho no consumo em ascensão, a Nissan lançou neste ano no Brasil o compacto popular March a partir de R$ 27,7 mil. "Competir hoje é mais difícil com o carro coreano. Amanhã, será o chinês, que hoje está em desenvolvimento", disse o executivo.
Montadoras japonesas perdem mercados no Brasil - (Gráfico: Folha de S. Paulo) - Clique na imagem para ampliá-la.
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