Um requerimento apresentado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) deve atrasar ainda mais a votação da Lei de Acesso à Informação.
Com isso, dificilmente ela será aprovada a tempo de a presidente Dilma
Rousseff apresentá-la à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações
Unidas), na qual participará na semana que vem de um debate justamente
sobre transparência governamental.
O requerimento de Collor, do início deste mês, foi enviado ao GSI
(Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, pedindo
informações sobre documentos sigilosos no órgão.
Segundo o regimento do Senado, só depois de o pedido do petebista ser
respondido é que a matéria poderá continuar sua tramitação na Casa. O
GSI tem até o dia 12 do mês que vem para enviar suas respostas.
"A presidente vai ter que se contentar a falar que o governo é aberto,
mas que está faltando uma ferramenta", disse o senador Walter Pinheiro
(PT-BA).
Para o petista, Collor age em causa própria e prejudica assim a imagem internacional do país.
A estratégia de Collor contou com auxílio do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), que levou uma semana para despachar o documento ao
GSI.
Ex-presidentes, Collor e Sarney já se posicionaram contra o projeto, que
conta com o aval do Planalto e prevê que documentos classificados como
ultrassecretos sejam mantidos em sigilo por 25 anos, prorrogáveis pelo
mesmo período. Collor propôs em seu relatório, já apresentado na CRE, o
sigilo eterno para esses documentos. [Quando dois políticos com currículo miúdo e de baixíssima qualidade como Collor e Sarney se unem, o resultado inequivocamente é aético, antidemocrático e nocivo ao país].
Walter Pinheiro disse que vai pressionar o GSI a responder rapidamente o
requerimento. Até a conclusão desta edição, o órgão não informou quando
responderá.
Procurado pela Folha, Collor não quis se manifestar. O petebista, que é
presidente da Comissão de Relações Exteriores, ainda pretende fazer duas
audiências públicas para discutir o projeto antes de colocar a proposta
em votação.
Ainda assim, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse
que vai tentar um acordo para votar o projeto na semana que vem
diretamente no plenário. "Já passou o tempo", afirmou
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