O ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), declarou que o ex-jogador de futebol Edmundo Alves de Souza Neto não pode mais ser punido pela morte de três pessoas em um acidente de trânsito ocorrido em 1995, no Rio. De acordo com a decisão, o crime prescreveu. [Mais uma vez, a morosidade da nossa Justiça deixa impune um infrator -- além de estar dirigindo em alta velocidade, Edmundo estava embriagado, embora isto não conste do relato abaixo feito pela Folha de S. Paulo].
Edmundo tinha sido condenado, em 1999, a quatro anos e seis meses de
prisão por homicídio e lesão corporal. Ele chegou a ser preso duas
vezes, naquele ano e em junho de 2011, mas foi solto graças a recursos
interpostos pela defesa.
O caso chegou ao STF em 2010. A decisão divulgada nesta quinta definiu
que a condenação de Edmundo prescreveu no dia 25 de outubro de 2007,
oito anos depois de a pena ter sido fixada.
Edmundo dirigia uma Cherokee e havia acabado de sair da boate Sweet Love
com as amigas Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da
Silva, Markson Gil Pontes e Joana Maria Martins Couto, que morreu no
hospital. O carro de Edmundo bateu em um Uno, na Lagoa.
O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, que também morreu
no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alessandra
Cristini Pericier Perrota, que morreu no hospital, e de Natascha Marinho
Ketzer. Roberta, Débora e Natascha ficaram feridas.
O laudo policial sobre o acidente concluiu que a alta velocidade em que o
jogador conduzia seu carro foi determinante para a batida. Ele foi
acusado (denúncia formal) de triplo homicídio culposo, em 1996.
Em sua defesa, no depoimento para o Ministério Público, Edmundo disse
que foi fechado pelo motorista do Uno, mas não convenceu a Justiça.
No dia 5 de março de 1999, Edmundo foi condenado. Os advogados do
jogador entraram com um recurso e conseguiram a liberdade provisória.
Em outubro, o Tribunal de Justiça confirmou a sentença e determinou a
imediata detenção do jogador. Depois de ficar foragido por 24 horas,
Edmundo se entregou e chegou a passar uma noite detido na Polinter
(Polícia Interestadual). Foi liberado graças a uma liminar do STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
A defesa do atleta fez várias tentativas de reverter a condenação, até
então sem sucesso. O jogador também teve de fazer acordos com as
famílias dos envolvidos no acidente, que entraram na Justiça com pedidos
de indenização.
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