Fico imaginando o que pode estar acontecendo por aqui ...
Quando as companhias de petróleo estão reclamando que as isenções fiscais da sua indústria são exageradas ou excessivas, algo está errado. De que indústria estamos falando? Não é da indústria agrícola ou da indústria verde. É da indústria onde companhias têm isenções fiscais gigantescas para fornecer ao mundo produtos importantes como "Dead Space 2" (Espaço Morto 2) e "Escape from Monster Manor" (Fuga do Solar do Monstro) -- sim, trata-se da indústria de vídeo games.
O The New York Times (NYT) informa que, devido à frouxa definição do que é a indústria de vídeo games -- algo entre desenvolvimento de software, entretenimento e varejo online -- essa indústria pode usufruir de grandes isenções fiscais e outros incentivos. Uma companhia, Electronic Arts, gaba-se de um lucro global de US$ 1,2 bilhão em 5 anos e apesar disso, dizem os analistas, ainda recebe generosoas isenções fiscais (não disponíveis publicamente) que não têm justificativa razoável. A companhia não se arrepende de usar incentivos que lhe são oferecidos legalmente. O porta-voz da empresa, Jeff Brown, escreveu para o NYT dizendo que agir de outra maneira seria como "insistir em pagar o preço pleno em uma liquidação".
Enquanto as mais de dezenas de milhões de dólares em isenções fiscais dessa indústria -- que supostamente tornam pequenas as usufruídas por companhias como Netlflix e Adobe -- são legais, elas colocam em forte contraste um sistema fiscal que, enquanto projetado para ajudar a decolagem de empresas principiantes, geralmente protege os lucros substanciais de grandes companhias. (É como ter) Mamãe e Papai ajudando a pagar a conta de empresas que têm departamento inteiros dedicados a fazer cabeças explodirem mais realisticamente.
Algumas companhias dizem que estão usando incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento para ter retorno. Os militares têm usado alguma tecnologia de vídeo games para treinar soldados e pilotos. Mas, para muitos, esses incentivos e o argumento geralmente verbalizado de que há um benefício global social decorrente de melhorias técnicas não devem ser do nível de subsídios gigantescos.
"Os créditos para pesquisas beneficiam as empresas erradas e estimulam o tipo errado de pesquisas", disse ao NYT Michael Rashkin, especialista em impostos e executivo da Marvell Technology. "Ao desviar o financiamento e as atenções de onde eles podem ser mais úteis, o crédito está tolhendo a inovação americana", acrescentou.
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