O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens
Sardenberg, classifica como "totalmente fora de propósito a colocação de que haja uma formação de bolha de crédito no Brasil, especialmente no setor imobiliário", conforme aparece, vez por outra, em artigos da
imprensa internacional. Ele fez este desabafo durante coletiva online
nesta quarta-feira, 14, para divulgar a Pesquisa Febraban de Projeções
Macroeconômicas e Expectativas de Mercado de setembro.
Ele disse que andou analisando os artigos publicados na imprensa
estrangeira e comparando com os números oficiais do Brasil e não
conseguiu ver nenhuma possibilidade de formação de bolhas no País. Aqui,
de acordo com ele, o crédito total equivale a 47% do Produto Interno
Bruto (PIB), o que é um porcentual baixo. Além disso, afirma, o crédito
no Brasil é bastante pulverizado. No setor imobiliário é da ordem de 4% e
está concentrado na Caixa Econômica Federal. Ou seja, o setor privado
está pouco exposto a esta modalidade de crédito.
Para Sardenberg, os próprios artigos (sobre bolha de crédito no País) se
contradizem quando relatam um comprometimento maior da renda do
consumidor brasileiro. Ele explica que aqui há um maior comprometimento
da renda porque a taxa de juros no País é muito alta e o prazo dos
financiamentos é curto. Por isso, os brasileiros comprometem uma parcela
maior da renda. Por outro lado, pondera, pagam suas dívidas em um prazo
bem menor que os americanos. "Mesmo assim, o comprometimento da renda é bem menor do que a imprensa
internacional tem divulgado", critica o economista da Febraban.
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