O texto abaixo é de autoria de Felipe Serrano, e foi publicado em 18/9 no blog "Link" do jornal O Estado de S. Paulo.
Entre os brasileiros que estão participando deste boom de startups em
Nova York, está o paulistano Adriano Blanaru, de 33 anos. Ele é um dos
fundadores de uma nova empresa que também começou em Nova York: o site
Clipik, um serviço online para pessoas que querem um vídeo editado
profissionalmente a partir de filmes e fotos próprios. O site recebe as
imagens e contrata editores de vídeo ao redor do mundo para fazer o
trabalho individualmente, no modelo conhecido como crowdsourcing.
Depois de se cansar de trabalhar na área financeira em São Paulo,
Adriano foi fazer um MBA na Filadélfia em 2007 e lá conheceu os sócios
do novo site. Sua esposa também começou a trabalhar com colegas da turma
dele, que eram de Nova York e estavam montando a loja online Warby
Parker, que vende óculos e armações com design vintage. O casal se mudou
para a cidade há um ano e meio, acompanhando o crescimento do novo
empreendimento dos colegas e onde Blanaru fundou o Clipik. “Há cinco, dez anos, Nova York nem aparecia no mapa de startups nos EUA.
Hoje já é definitivamente o segundo polo do país”, afirma.
Para ele, há duas razões para o crescimento: a crise financeira de 2008 –
que aumentou o desemprego, reduziu salários e, assim, incentivou as
pessoas a deixar os empregos para criar negócios próprios –, e a atenção
gerada por novas empresas de internet, como Facebook, Twitter e
Groupon, que surgiram depois da crise da bolha da internet em 2000. “Foi
um momento em que as empresas abertas pós-bolha da internet começaram a
amadurecer. Começou a ficar claro que dava para ganhar dinheiro com
internet outra vez. E não só em Nova York, mas no mundo inteiro está
assim, na Europa, no Brasil”, diz Blanaru.
Vale brasileiro. A brasileira Bedy Yang é uma das que
também se beneficiou desse crescente interesse em novos empreendimentos
online. Ela é fundadora do grupo Brazil Innovators, cujo principal
objetivo é ajudar startups de São Paulo a conseguir entrar em contato
com investidores e outras empresas do Vale do Silício. A iniciativa gerou três investimentos em startups brasileiras e, com os
eventos mensais como o BR New Tech, organizado por ela, os novos
negócios no Brasil estão chamando cada vez mais atenção. Ela mesma se
tornou uma investidora e trabalha hoje para o grupo 500 startups, um
fundo que faz investimentos iniciais em novas empresas.
Em São Paulo ou Nova York, há uma profusão de encontros incentivam os
novos negócios. “Parte da solução para as startups precisa ser criada
dentro de cada cidade”, disse Yang. “Isso permite que os empreendedores
saibam com quem contar.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário