O texto abaixo é de autoria de Renato Cruz, e foi publicado ontem no blog "Link" do jornal O Estado de S. Paulo.
Nos últimos meses, a TV paga via satélite, também conhecida por Direct
To Home (DTH), tem liderado o crescimento da televisão por assinatura.
Em abril deste ano, o total de assinantes do DTH ultrapassou o de cabo,
pela primeira vez. Em julho, havia 5,8 milhões de clientes de DTH e 5,3
milhões de cabo. Parte disso foi a expansão da Embratel, que passou de 656 mil clientes
em junho de 2010 para 1,54 milhão no mesmo mês deste ano. Mas outra
parte se deve à limitação geográfica do cabo. O Brasil tem somente 242
cidades com operações de cabo, e a última licença foi vendida pela
Agência Nacional de Telecomunicações há mais de uma década.
Nos próximos meses, esse cenário deve mudar. A Anatel prepara a venda de
novas licenças. Com a aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 116, o
mercado de TV a cabo foi aberto às operadoras de telefonia fixa, e
acabou a restrição ao capital estrangeiro. As novas licenças devem levar a um grande investimento no setor, com
impacto em outros serviços. Um estudo publicado na semana passada pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que, quando um
município passa a ter uma operação de TV a cabo, a base de assinantes de
banda larga pode crescer em até 35%.
Combos. “Os investimentos em TV a cabo e fibra óptica caminham juntos”,
afirmou Leila Loria, diretora executiva de Relações Institucionais e
Regulamentação da Telefônica. “A TV é fundamental para diminuir a
desvantagem competitiva”, disse Paulo Mattos, diretor de Regulamentação
da Oi. Ele se refere às empresas do setor de TV a cabo, que oferecem
pacotes de banda larga, telefonia e televisão.
A Oi tem uma operação de DTH e também a Oi TV, que opera o cabo em
algumas cidades de Minas Gerais. Em junho, tinha 3% de participação,
segundo a consultoria Teleco. “Queremos chegar a 20%”, disse Mattos,
acrescentando que o prazo depende de quando a Anatel começará a vender
as novas licenças.
A Net, maior operadora de TV a cabo do País, está animada com a
perspectiva de expansão, e até já selecionou novas cidades em que terá
operações, como as capitais Salvador, Recife e Niterói. A empresa está
investindo em redes nesses municípios, antes mesmo de ter licenças. André Borges, vice-presidente Jurídico e de Relações Institucionais da
Net, apontou a restrição geográfica como um dos principais motivos para o
avanço do DTH nos últimos meses. “Nas cidades em que estamos,
continuamos a ser a empresa que mais cresce”, disse Borges.
Quando se leva em conta o mercado nacional, a Sky e a Embratel crescem
mais. A Embratel faz parte do grupo de controle da Net e, quando o PLC
116 entrar em vigor, deve assumir a participação que hoje pertence às
Organizações Globo.
Mais rápido. A expansão do mercado vem se acelerando. “Os clientes que
conquistamos no primeiro semestre equivalem a 90% de todo o crescimento
do ano passado”, afirmou Agricio Neto, vice-presidente de Programação e
Marketing da Sky. Segundo ele, a expansão têm sido maior nas regiões
Norte e Nordeste. No mês que vem, a empresa planeja lançar sua banda larga em Brasília e
também o Sky Online, serviço de vídeo sob demanda, inicialmente para
computador. Em 2012, o serviço de vídeo por banda larga também poderá
ser acessado pelos conversores HD da empresa.
No Estado de hoje (“Novas regras de TV a cabo aceleram investimento em fibra óptica“, p. H3).
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