O plano propõe também a criação de usinas ou centrais de dessalinização de água do mar em ilhas artificiais construídas para esse fim longe da costa, no oceano, por causa da dificuldade em encontrar terra disponível para isso nas praias. Com base nesse plano, a expansão da disponibilidade de água em Israel se fará prioritariamente por essas usinas de dessalinização. Isso possibilitará retirar menos água de fontes naturais, permitindo que elas sejam recuperadas em níveis mais altos. O foco na dessalinização reduz também os riscos apresentados por uma depência maior de fontes naturais, como o Lago Kineret, por exemplo.
A quantidade de água alocada para a agricultura não diminuirá, mas ela se baseará porém em água de esgoto purificada e água não potável retirada de cisternas. O plano propõe seguir adiante com os objetivos fixados pelo governo, alcançando 750 metros cúbicos de água dessalinizada em uma década, o dobro da capacidade atual. A começar da próxima década, será necessário dobrar novamente a capacidade de dessalinização -- em 2050.
Os cáculos no plano mostram que Israel exigirá um adicional de 1,5 bilhões de metros cúbicos de água nos próximos anos, além do que lhe é disponível. Um terço será usado para suprir a Jordânia e a Autoridade Palestina.
Os autores do plano, membros do departamento de planejamento do órgão responsável pela água, avaliam que o consumo por pessoa por ano não atingirá 110 metros cúbicos, como estimativas anteriores afirmavam. Espera-se que ele fique em 95 metros cúbicos, apesar do esperado aumento nos padrões de vida. As principais razões para isso são uma eficiência maior no uso da água, assim como a utilização de água de esgoto purificada em jardins públicos.
Os autores do plano afirmam que há um atraso na construção de instalações para a purificação de água que foi poluída, ou que se tornou salgada. Esse atraso, dizem eles, está sendo causado pelo ministério do Meio Ambiente, que emite autorizações para a remoção do sal que é coletado durante o processo de purificação, e em seguida é jogado no mar. "Como consequência, dezenas de tais projetos não estão progredindo, e a recuperação de fontes de água natural está sendo prejudicada", afirma o plano.
Uma alta fonte do ministério do Meio Ambiente negou enfaticamente essas alegações. Ele disse que o órgão responsável pela água não fez uso de nenhum dos locais destinados a jogar sal no mar. Ela disse que o ministério concordou em levar em consideração o depósito de sal em qualquer lugar onde houvesse poços poluídos, mas o Conselho Nacional de Água não solicitou que o ministério fizesse isso. A fonte afirmou também estar previsto que o Conselho apresentasse planos nos quais estivesse detalhada a quantidade de água que deveriam limpar, mas tais planos não foram apresentado ao ministério do Meio Ambiente.
A usina de dessalinização de Hadera, em Israel, controlada pela empresa IDE Technologies Ltd (Foto: Eyal Toueg).
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