Ayalon também mencionou a possibilidade de que Israel declare a anexação dos blocos de assentamentos israelenses na Cisjordânia "se os palestinos desrespeitarem suas obrigações".
Segundo o site de notícias Ynet, fontes oficiais do governo israelense disseram que "em represália às medidas unilaterais dos palestinos, Israel poderá causar danos significativos à economia da Autoridade Palestina" e ameaçaram interromper a transferência de taxas e impostos para o governo palestino. O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, advertiu que se os palestinos obtiverem o reconhecimento da ONU "as implicações serão duras e graves".
Apesar das pressões por parte de Israel, porta-vozes do presidente Abbas anunciaram que o plano de pedir o reconhecimento da ONU continua de pé. Segundo o porta-voz Nabil Abu Rodeina, Abbas deverá discursar na Assembleia Geral da ONU no dia 23. O pedido palestino deverá ser votado pela Assembleia Geral no inicio de outubro e, de acordo com avaliações de analistas locais, pelo menos 140 dos 193 países membros das Nações Unidas deverão apoiar o reconhecimento do Estado Palestino. Os Estados Unidos já prometeram a Israel que irão utilizar seu direito ao veto no Conselho de Segurança contra a iniciativa, o que deve fazer com que o Estado da Palestina não possa ser aceito como membro integral da ONU.
Abbas, no entanto, disse que vai em frente com os planos porque uma votação da maioria dos países da Assembleia Geral em favor da independência "conferirá aos palestinos uma posição diplomática mais forte para negociar com Israel".
Para Mohamad Shtayeh, uma das figuras centrais da liderança da OLP e do partido Fatah, a decisão do presidente Abbas de se dirigir à ONU "decorre do unilateralismo israelense". Shtayeh, que deverá acompanhar Abbas a Nova York, declarou que "depois de anos de políticas unilaterais e ilegais por parte de Israel, com o objetivo de sabotar um acordo bilateral, os palestinos levarão sua luta de volta para o lugar onde tudo começou – a Assembleia Geral da ONU", em referência à decisão da ONU sobre a partilha, de 1947, segundo a qual a Palestina, que então se encontrava sob controle britânico, seria dividida entre um Estado árabe e um Estado judaico.
A OLP, reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino, defende hoje em dia o estabelecimento de um Estado Palestino nos territórios ocupados por Israel durante a guerra de 1967 – Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou a proposta do presidente americano, Barack Obama, de que as negociações de paz entre israelenses e palestinos fossem baseadas nas fronteiras de 1967. Netanyahu também se negou a estender o congelamento da construção dos assentamentos na Cisjordânia, onde moram cerca de 300 mil colonos israelenses.
Em setembro de 2010, Abbas anunciou que não voltaria à mesa de negociações se Israel não prosseguisse com o congelamento dos assentamentos e não aceitasse a criação do Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. Durante esse último ano, de paralisia total do processo de paz com Israel, Abbas decidiu recorrer à ONU. A posição oficial do governo de Israel é de que a liderança palestina deveria voltar à mesa de negociações "sem condições prévias".
Para Abbas, o reconhecimento da maioria da ONU daria força diplomática aos palestinos (Foto: Reuters).
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