A Apple perdeu o nome iPhone para a Gradiente no Brasil. A próxima
edição da Revista da Propriedade Industrial (órgão oficial do Instituto
Nacional de Propriedade Industrial, INPI), que sai no dia 5, trará
publicada a rejeição a pedidos da Apple para o uso do nome “iPhone” em
celulares ou em produtos de áreas próximas à telefonia móvel. Isso
porque a IGB Eletrônica, da Gradiente, obteve o direito exclusivo sobre
telefones com esse nome em janeiro de 2008, tendo entrado com o pedido
em 2000, sete anos antes de existir o iPhone da Apple. É uma derrota
para a empresa capitaneada por Tim Cook, como antecipou o colunista
Ancelmo Gois.
A Apple solicitou ao INPI o direito sobre a marca iPhone para diversos
segmentos depois da Gradiente, em 2006, 2007, 2010 e 2011. Há dois anos,
a companhia obteve autorização para usar a marca em “artigos de
vestuário, calçados e chapelaria” e manuais de instrução. Mas os pedidos
referentes a produtos que podem conflitar com o conceito de celular
ainda não tinham sido completamente examinados pelo INPI em todos esses
anos.
O INPI não informa quais dos 11 pedidos pendentes da americana serão
negados, mas diz que todos aqueles cuja especificação lembrem celulares
serão rejeitados. Entre os pedidos nessa situação estão os referentes a
“dispositivos eletrônicos digitais móveis” com nome “iphone iphone”, de
“projetos de desenvolvimento de hardware e software”, de “computador e
periférico” e do aplicativo “Find My iPhone”, presente no aparelho da
Apple.
Mas o instituto diz ser provável que a Apple consiga no dia 14 de
fevereiro, numa outra edição da revista, a exclusividade para o uso em
segmentos diferentes, pois os pedidos foram submetidos em datas
próximas. Esses segmentos não foram especificados, mas podem representar
apenas embalagens e serviço de varejo.
Em dezembro, a Gradiente começou a vender uma linha de smartphone
chamada “gradiente iphone”. O aparelho foi lançado semanas antes de sua
exclusividade sobre o nome caducar. Dessa forma, ao vender o iPhone no
Brasil, a Apple fica vulnerável a processo.
Procurada, a Apple preferiu não se pronunciar.
Nos EUA, quem detinha a marca iPhone quando o smartphone da Apple foi
lançado, em 2007, era a Cisco. A empresa processou a companhia de Steve
Jobs, mas as duas fizeram um acordo.
Marca não poderá ser usada pela Apple para nenhum tipo de produto relacionado à telefonia celular
- (Foto:
Justin Sullivan/ AFP).
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