Nixon não sofreu impeachment porque renunciou. Tampouco foi a juízo, porque seu sucessor, seu próprio vice-presidente Gerald Ford, o perdoou de forma preventiva, evitando assim que fosse julgado. Nixon nunca admitiu abertamente qualquer culpa no chamado Escândalo Watergate. Mas tanto o Grande Juri, ante o qual testemunhou, como seus herdeiros após sua morte mantiveram em segredo esse testemunho. Nesse gesto, encontraram o apoio da Casa Branca e do presidente Obama, que recusou o pedido de liberação da gravação que lhe foi feito pelo historiador Stanley Kutler, que por isso levou a juízo o Departamento de Justiça.
Agora, o juiz Royce Lamberth ordenou ao Departamento de Justiça que revele o que Nixon disse naquele julgamento. "É muito grande a importância que o caso Watergate teve na história americana", disse ele em sua sentença. "A revelação do tetemunho de Nixon naquele Grande Juri servirá para melhorar os registros históricos, alimentar o debate histórico e melhorar a compreensão do público sobre esse caso histórico".
Diante das inúmeras petições recebidas desde o dia 29 de julho, dia em que se soube da decisão do juiz Lamberth, o Departamento de Justiça disse que está analisando a hipótese de um recurso e por isso não publicará imediatamente a transcrição do testemunho de Nixon. Os historiadores querem escutar esse testemunho porque, acreditam, pode se constituir na primeira e única ocasião em que o presidente falou de seu conhecimento do caso de espionagem política com sinceridade e sem a pressão de fazê-lo diante do eleitorado.
Nixon e sua mulher Pat no Salão Leste da Casa Branca, durante seu discurso de renúncia em 1974 (Foto: AP).
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