segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Casa Branca e líderes do Congresso fecham acordo sobre limite da dívida

O presidente Obama e líderes do Congresso fecharam ontem à noite um acordo para elevar o limite da dívida federal, que inclui fortes cortes de gastos mas nenhum imposto novo, rompendo um impasse político que levou o país à beira de um default do governo potencialmente perigoso. O acordo, negociado principalmente pelo vice-presidente Joseph Biden e pelo líder da minoria no Senado, o senador republicano do Kentucky, Mitch McConnell, oscilou o dia todo na beira da conclusão enquanto o líder da Câmara, o republicano John A. Boehner, do Ohio, ficava de picuínha com os democratas sobre se se congelava o orçamento de defesa do próximo ano.

Finalmente, Boehner cedeu nesse ponto e o presidente Obama fechou o acordo em ligações telefônicas para cada um dos quatro líderes do Congresso pouco depois das 20h de ontem. Se tudo correr bem, o pacote poderá passar pelo Senado e depois pela Câmara no mais cedo hoje à noite -- apenas 24h antes que o Tesouro informasse estar sem dinheiro para pagar as contas do governo.

"Esse processo foi muito confuso e levou tempo demais", disse Obama em breve comentário na Casa Branca. "Não obstante, finalmente, os líderes dos dois partidos encontraram seus caminhos rumo ao entendimento e quero agradecer-lhes por isso", arrematou o presidente. Obama disse ainda que o acordo "nos permitirá evitar o default e põe fim à crise que Washington impôs sobre o resto do país e começará a dissipar a nuvem de incerteza que pesa sobre nossa economia".

O acordo elevará o limite de US$ 14,3 trilhões de dólares da dívida federal em US$ 2,4 trilhões em dois estágios. Isto representa uma vitória para Obama, já que lhe permitirá evitar outra penosa e extenuante luta sobre limite da dívida política e economicamente desgastante no calor da campanha presidencial de 2012. Entretanto, Obama não conseguiu assegurar outras prioridades importantes, incluindo novas medidas para reavivar a fraca recuperação econômica e por fim às deduções fiscais para as corporações e para os ricos. Obama disse que perseguirá essas prioridades mais tarde neste ano, quando um novo comitê do Congresso iniciará a busca por um plano de redução da dívida mais amplo, nos termos do acordo. "A solução definitiva para o nosso problema de déficit tem que ser equilibrada, daí porque a segunda parte desse acordo é tão importante", disse Obama ontem.

Os republicanos, ao contrário, conseguiram cortes drásticos nor orçamento de agências do governo para a próxima década e a perspectiva de cortes futuros mais profundos, cumprindo promessas de campanha que os ajudaram a ganhar o controle da Câmara dos deputados nas últimas eleições para o Congresso. Os democratas concordaram também em programar uma votação sobre uma emenda de orçamento equilibrado, que se tornou um ponto de convergência para os conservadores alinhados com o Tea Party.

"O que digo aos cidadãos deste país é que, em vez de acrescentarmos US$ 10 trilhões à dívida estamos acrescentando US$ 7 trilhões até 2021", disse o senador McConnell.
O senador republicano Mitch McConnell (Foto: Google).
O deputado republicano John A. Boehner (Foto: Google).

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