"O procedimento não é de forma alguma incompatível com as atuais funções da diretora-gerente do FMI", disse o advogado Yves Repiquet por meio de um comunicado. O possível abuso teria sido cometido quando Lagarde atuava como ministra das Finanças francesa, cargo que ocupou entre 2007 e último mês de junho. Lagarde nega qualquer irregularidade na aprovação de um pagamento de 285 milhões de euros (mais de R$ 638 milhões) para o empresário Bernard Tapie, um amigo do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para encerrar uma disputa legal com o banco, que havia pertencido ao governo.
Tapie foi, no passado, ministro de governo socialista, mas mudou de posição para apoiar Sarkozy nas eleições presidenciais de 2007. Na época, ele estava em meio a uma disputa legal com o banco Crédit Lyonnais. Ele alegava que o banco o havia fraudado em meados da década de 1990, quando ele vendeu ações da empresa de material esportivo Adidas. O negociante perdeu o caso nos tribunais, mas estava apelando da decisão. Meses depois, Lagarde, que era a nova ministra das Finanças, teria facilitado um acordo entre o banco e Tapie.
Não há qualquer sugestão de que Lagarde tenha pessoalmente obtido lucros com o ocorrido.
O correspondente da BBC em Paris Christian Fraser afirma que a investigação é embaraçosa para Lagarde, que ocupa a chefia do FMI há apenas um mês. Lagarde substituiu Dominique Strauss-Kahn em julho, depois de ele ter se demitido após se envolver em um escândalo sexual. O correspondente da BBC diz que a investigação que examinará o sistema burocrático legal do país pode levar meses ou mesmo anos.
Justiça francesa apura possível abuso de poder quando ela era ministra da Justiça (Foto: Getty).
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