sexta-feira, 1 de abril de 2011

Líbia: continua confusa a situação por lá e, p'ra variar, os interventores militarers não se entendem entre si

A situação real dos conflitos na Líbia permanece confusa, não se sabe exatamente o que está acontecendo e, p'ra variar, os interventores militares não se entendem entre si. A nítida impressão que se tem é que ali se trava uma guerra atípica, com as grandes potências militares intervenientes como EUA, França e Inglaterra, claramente desacostumadas e desconfortáveis com esse tipo de guerra "pela metade", em que só atuam por via aérea, sem tropas terrestres.

As duas principais autoridades do setor de defesa dos EUA, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Mike Mullen, e o secretário de Defesa, Robert Gates, afirmaram ontem que a ofensiva aérea da chamada coalizão internacional na Líbia já destruiu 25% do poderio militar de Muamar Kadhafi. Mas, segundo Mullen, em termos de armamentos e forças terrestres o efetivo de Kadhafi ainda é dez vezes maior que o dos rebeldes, e "Kadhafi vai matar quantas pessoas forem necessárias para por fim à rebelião", acrescenta ele. As declarações de Mullen e Gates foram feitas durante reunião de comissão do Congresso americano que analisa o envolvimento do país nas ações na Líbia.

Por sua vez, Robert Gates afirmou que os aliados internacionais que hoje atuam contra Kadhafi têm a responsabilidade de treinar os rebeldes -- "A oposição precisa de treinamento, um tipo de comando e organização", disse ele, acrescentando não é uma tarefa que só os EUA podem cumprir, até onde sei outros podem também se responsabilizar por ela". Questionado se haverá militares americanos em solo líbio, Gates respondeu "Não enquanto eu ocupar este cargo".  -- Pouco antes da reunião de que participaram Mullen e Gates, o secretário-geral da OTAN (organização que, oficialmente, coordena a intervenção militar na Líbia), Anders Fogh Rasmussen, disse que se opõe ao fornecimento de armas aos rebeldes líbios, alertando que a aliança internacional que estava intervindo na Líbia o fazia para proteger o povo, não para armá-lo. Acho esta uma afirmação de fachada e com forte carga de hipocrisia. Leia mais. Ver também postagem anterior sobre a intervenção na Líbia.
Robert Gates (esquerda) e Mike Mullen falam sobre a Líbia em comissão do Congresso americano. (Getty)

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