No dia 5 de abril corrente realizou-se no UMP um debate de três horas sobre o Islã e a laicidade, provocado pelo presidente Sarkozy dois meses antes. Em 10 de fevereiro Sarkozy declarou, a propósito da integração dos muçulmanos: "Isto coloca em pauta a questão do Islã e de nossos compatriotas muçulmanos (...) Há inequivocamente um problema. Nossos compatriotas muçulmanos devem poder viver, praticar sua religião como qualquer outro de nossos compatriotas (...) Mas, não pode ser senão um Islã da França, e não um Islã na França". Ele constata a "falha do multiculturalismo" e reafirma igualmente sua luta contra "um proselitismo religioso agressivo" no território nacional. Alguns dias mais tarde, Sarkozy oficializou o debate em uma reunião com a diretoria do UMP na sede do governo. Leia mais.
Gilles Bernheim, grande rabino da França, considera inoportuno o debate sobre o Islã e a laicidade, se inquieta por ver as religiões e a laicidade instrumentalizadas, mas decide participar do debate de 5 de abril. Leia mais.
O ministro Guéant, que em diversas ocasiões semeou ele mesmo problemas entre os defensores de uma laicidade "positiva" evocando os "problemas gerados pelo crescimento do número de muçulmanos", ou exigindo a neutralidade religiosa para "os usuários dos serviços públicos", admitiu ter sido "sensível" aos argumentos de seus interlocutores religiosos. Como sinal de uma vontade de apaziguamento, o ministro encaminhou os dossiês mais espinhosos sobre o assunto para um "grupo de trabalho interministerial" -- encarregado de definir "as novas inflexões da laicidade", esse grupo deverá gerar "conclusões jurídicas apropriadas" antes do verão. Leia mais.
O ministro Claude Guéant e os representantes dos cultos religiosos, na reunião de hoje no Ministério do Interior. (Reuters)
Nicholas Sarkozy e Jean-François Copé, presidente do UMP, em 2008. (AFP/Michel Euler)
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