sexta-feira, 15 de abril de 2011

Gastos privados com educação

Volta e meia escrevo neste blog sobre a educação no Brasil, um assunto que considero prioritário e preocupante -- minha mais recente postagem a respeito foi no dia 9 p.p..

O Jornal da Ciência (JC) de hoje traz um interessante artigo de Naercio Menezes Filho, publicado também hoje no jornal Valor Econômico (VE),  que reproduzo parcialmente a seguir.

Diante da péssima qualidade da educação pública brasileira, muitas famílias acabam gastando uma parcela significativa da sua renda com educação privada. Uma pesquisa recente do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Insper calculou pela primeira vez o total de gastos privados com educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), utilizando dados das pesquisas de orçamentos familiares (POF) do IBGE. O valor gasto pelas famílias brasileiras com educação atingiu 1,3% do PIB em 2009. Isso é muito ou pouco?

O artigo apresenta um gráfico (não reproduzido pelo JC e disponível apenas a assinantes do VE) que compara os gastos públicos e privados com educação em vários países. Ali se verifica que os gastos do Brasil (tanto públicos como privados) estão um pouco acima da média da OCDE. Em termos de gastos públicos, o Brasil gasta mais do que Chile, Alemanha e Coreia e menos do que os Estados Unidos e a Islândia. Vale notar que as estatísticas brasileiras não incluem os gastos com aposentadoria dos professores das redes públicas de ensino, ao contrário do que ocorre na maioria dos países da OCDE. Em termos privados, o Brasil gasta mais do que México e Portugal, mas menos do que Coreia do Sul e os Estados Unidos. Como estamos em 88° lugar no mundo em termos de educação, segundo a Unesco (ver postagem anterior citada no início deste texto), conclui-se que estamos gastando mal, gerando um ensino de má qualidade.


País gastou em 2009 cerca R$ 15 mil por aluno do ensino superior, e só R$ 3 mil por aluno no ensino básico, o que confirma que o ensino básico recebe menos atenção e recursos no Brasil, o que é incompreensível e é uma burrice suicida. Leia mais.

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