terça-feira, 5 de abril de 2011

Edouard Manet, "farol da pintura moderna", no Museu d'Orsay (Paris)

Depois de Monet, é a vez de Manet ser celebrado em Paris. Quem tiver a felicidade de estar a caminho da Cidade Luz, ou já estiver por lá, terá a oportunidade imperdível de ver, a partir de hoje, o Museu d' Orsay retraçar o percurso desse pintor audacioso que se esforçou em introduzir o mundo moderno na pintura alimentando-se da tradição dos grandes mestres, gerando assim polêmicas. Há 28 anos ele não tinha uma grande exposição de suas obras em Paris, sua cidade natal.

Edouard Manet (1832-1883) " é um farol da pintura moderna, um grande pintor de história que tem o sentido do trágico e da zombaria" diz Guy Cogeval, diretor do Museu d'Orsay. -- Até 03 de julho o museu apresenta cerca de 140 obras de Manet, das quais 84 são pinturas, incluindo ainda pastéis, aquarelas e desenhos. A esse conjunto se juntam obras de cerca de trinta artistas de sua época. Morto aos 51 anos, Manet pintou durante apenas 20 anos e deixou 400 telas, enquanto Monet deixou 3.000.

Filho de um alto funcionário do ministério da Justiça, Manet não estava predestinado a ser um pintor. Depois de fracassar no concurso para a Escola Naval, se formou no ateliê de pintura de Thomas Couture, um dos pintores oficiais da Segunda República. Em 1861 exibiu o "Retrato de M. e Madame M.", uma tela comovente de seus pais e especialmente de seu pai, enfraquecido pela doença. A recepção à pintura foi fria. Ao longo de toda sua carreira o ambicioso Manet continuou expondo, a despeito das críticas, em busca de um reconhecimento que só viria a receber no final de sua vida.

O início da vida de Manet como pintor é marcada por escândalos. A hoje famosa tela "O Almoço sobre a relva" (Le déjeuner sur l'herbe), de 1863, apresentada em uma exposição de reprovados, mostra dois rapazes de paletó e duas jovens nuas em um bosque."Um tema escabroso, em que a pintura faz referência a Rafael e Ticiano, querendo inscrever o mundo moderno na grande tradição -- para os críticos isso era ainda mais insuportável", diz Stéphane Guégan, curadora da exposição de Manet no d'Orsay. Dois outros quadros seus, "Olympia" (com a mesmo modelo que havia posado nua para o "O almoço sobre a relva") e "O Cristo zombado pelos soldados" geraram polêmicas. Leia mais.
"O almoço sobre a relva", de Manet.
"Olympia", de Manet.
"Flores em um vaso", de Manet.
"O jardim em Bellevue", de Manet.

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