- O frigorífico brasileiro JBS foi escolhido pelo BNDES para ser o campeão brasileiro de produção de carne, recebeu R$ 7 bilhões nos últimos três anos -- agora, foi acusado pelo Ministério Público do Acre de comprar carne de fazenda com trabalho escravo.
- O JBS, mesmo com toda essa montanha de ajuda, deu prejuízo no ano passado, tem demitido funcionários, como aconteceu recentemente em Campo Grande, e suas ações despencaram -- de primeiro de janeiro até sexta-feira 15 a queda foi de 41,2%.
- Um estudo de Antônio José Maristrello Porto e Rafaela Nogueira, do Centro de Pesquisa em Direito e Economia da FGV - Rio, apontou "indícios de que os empréstimos fornecidos pelo BNDES possibilitaram a ampliação dos lucros dos frigoríficos à custa dos consumidores e dos produtores de carne brasileiros".
- A ação do BNDES era para aumentar nossa presença no mercado internacional, tanto que o banco incentivou o JBS na compra de frigoríficos no exterior -- no ano passado, caiu o volume de exportação de carne bovina, em volume foi o pior resultado desde 2004.
- A empresa Bertin, dentro da estratégia de consolidação induzida pelo Estado, recebeu em três anos R$ 3,3 bilhões, saiu da carne, entrou em energia e não consegue cumprir nenhum contrato.
- Em 2009, o setor de carnes da Bertin foi comprado pelo JBS-Friboi.
- A ação do Ministério Público do Acre é contra 14 frigoríficos pelos crimes de compra de gado de fazenda flagrada em trabalho escravo ou em fazendas que foram autuadas por desmatamento ilegal -- um desses frigoríficos é o JBS.
- A Ação do MP do Acre informa que as "guias de transporte animal" comprovaram que o JBS-Friboi comprou bovinos em 2009 e 2010 das fazendas de Gramado e Bella Alliança, no Acre, que "foram flagradas com a prática de exploração de trabalho análogo ao de escravo". A descrição das condições em que foram encontrados os trabalhadores é de envergonhar o país -- eles eram submetidos a moradia indigna, alimentação inadequada, água suja, anotações em cadernos de compras, descontos em seus salários do material de segurança, e trabalho com agrotóxico sem proteção. Isto cria uma situação absurda: o BNDES escolheu como campeão, emprestou e virou sócio de empresa (o JBS) que aceita essa prática ao comprar carne desses produtores.
domingo, 17 de abril de 2011
A outra face do frigorífico brasileiro JBS
Na sexta, dia 15, reproduzi parte de um artigo do The Washington Post altamente elogioso sobre o frigorífico brasileiro JBS. Eis que, no Globo de hoje, sob o título "Os campeões", a colunista Miriam Leitão publica informações altamente desabonadoras sobre essa mesma empresa, com respingos sobre o BNDES. Trechos do texto da coluna:
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