No comunicado conjunto assinado pelos dois países, durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, Pequim se posicionou ao lado do Brasil no nosso pleito por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, ao assinalar que a representação das nações em desenvolvimento naquele fórum é agora uma "prioridade". "A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas", diz um trecho do comunicado.
Ainda que no papel, há uma nítida diferença de posição explícita, nesse assunto, entre a China de Hu Jintao e os EUA de Obama -- o presidente americano, quando aqui esteve em março, declarou apenas "apreço" por nossa reivindicação. Declarada a se manifestar sobre isso, Dilma se saiu diplomaticamente dizendo: "Não acho que dê para fazer uma comparação assim".
O tema dos direitos humanos, no qual a China tem sofrido críticas mundo afora, foi abordado muito laconicamente no comunicado conjunto, cujo item 23 diz que "as duas partes fortalecerão consultas bilaterais em matéria de direitos humanos e promoverão o intercâmbio de experiências e boas práticas". O assunto é abordado no comunicado como se fosse uma questão de garantir a inclusão social e a distribuição de renda. Em nenhum momento se trata da falta de liberdade de expressão e das violações nessa seara.
"Eu queria dizer que nós tivemos a mesma manifestação sobre direitos humanos que tivemos com os Estados Unidos", observou Dilma, ao ser questionada sobre o assunto, em rápida entrevista. A presidente seguiu o script previamente acertado com o Itamaraty, de não "singularizar" a questão nem apontar o dedo para um ou outro país. "Todos os países têm problemas de direitos humanos. Nós temos problemas de direitos humanos", afirmou. Leia mais.
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