quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Fluminense honra o futebol brasileiro e manda mais um time argentino p'ras cucuias

Sou um vascaíno que, como qualquer ser normal, gosta de um bom futebol, principalmente quando jogado com raça, coisa que o Fluminense tem feito muito bem ultimamente. Quando então, além do bom futebol, o derrotado é um time argentino o prazer é orgásmico, parafraseando o imortal tricolor Nelson Rodrigues.

A classificação agorinha do Flu, enfiando quatro gols pela goela adentro do Argentinos Jrs. dentro daquela merreca de estádio que é o campo deles, foi de encher de orgulho qualquer brasileiro que se preza, independente p'ra que time torça.

Assisistir jogo de time argentino na Argentina (pela TV, lógico, ver no local é programa de índio) é para mim uma viagem no tempo. Quando vejo aqueles caras cabeludos, anacrônicos, num campo cheio de papel higiênico (Freud explica), fico imaginando a riqueza disso para antropólogos, arqueólogos, paleontólogos, sociólogos, e outros "ólogos" da vida que vivem buscando vestígios do comportamento do homem das cavernas e à cata do elo perdido. Vivo de olho nas notícias científicas, aguardando o dia em que cientistas descobrirão pelo menos uma caverna repleta de pinturas rupestres representando um jogo de futebol em que inevitavelmente um dos times usará as cores azul e branco -- a bola não poderá ser a cabeça de um deles, porque não rolará com a cabeleira que usam (a menos que seja bem escalpelada).

Passado o trauma do visual dos jogadores e da decoração de acessório de vaso sanitário (tem que ser papel higiênico de segunda, porque o Neve, por exemplo, é "leve como uma pétala" e ficaria esvoaçante no campo), resta sempre a expectativa de uma batalha campal se a turma da casa perder, principalmente se for p'ra brasileiro (Freud também explica). Hoje não deu outra, baixou outra vez o espírito do homem de Neandertal nos cucarachos portenhos, e os caras partiram para a ignorância que bem os caracteriza e distingue. Não livraram nem a cara do patrício Conca.

Fica facílimo entender como e porquê a Argentina é a pátria dos psicanalistas. Volta e meia tenho pesadelos em que sou um médico na Argentina, trabalhando no setor de pronto socorro e emergência, e me vejo atendendo jogadores de futebol da terra que ali chegam aos borbotões, cheios de equimoses provocadas por cabos de vassoura e rolos de fazer pastel, ou queimaduras provocadas por ferro de passar roupa -- invariavelmente, não sei porquê, vejo  Freud na cena com um leve sorriso e murmurando "Eureka"!

Parabéns à nação tricolor!!

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