quarta-feira, 13 de abril de 2011

Posição da China sobre Conselho de Segurança da ONU não mudou, diz o ministro das Relações Exteriores

Passada a falsa impressão de que a China resolveu efetivamente nos apoiar no nosso pleito para um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, é oportuna, coerente e benéfica a manifestação de hoje do nosso chanceler, Antonio Patriota, a esse respeito. Sem as firulas acrobáticas com que seu antecessor, Celso Amorim, jogava p'ra plateia, Patriota tratou logo de esclarecer o exato significado da manifestação chinesa sobre o tema na declaração conjunta dos dois países, e o que está por trás dessa atitude. "Mudança de fundo não creio que tenha havido. É uma conciliação de uma disposição favorável em relação ao Brasil, de uma valorização do trabalho do Brasil, e acho que hoje em dia até maior do que no passado, com essa reserva com relação à articulação brasileira no G4, que une Brasil, Índia, Japão e Alemanha", disse.

É exatamente nessa articulação do Brasil no G4 que estaria o problema, já que a China tem disputas territoriais e desavenças históricas com a Índia e o Japão, também candidatos a membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, contra cujas candidaturas a China trabalha nos bastidores.


"Desde alguns anos que a China diz que, quando chegar a hora da reforma, de identificar quem poderão ser os novos membros permanentes, o Brasil será um país com óbvias credenciais', disse Patriota. Segundo ele, 'é uma conversa dos anos 1990".

É difícil para os humildes mortais entender exatamente as nuances da linguagem democrática. No comunicado assinado ontem pela presidente Dilma Rousseff e seu anfitrião, Hu Jintao, os dois governos "apoiam uma reforma abrangente da ONU, incluindo o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança como uma prioridade". Segundo diplomatas envolvidos no tema, a grande novidade foi a inclusão do termo "Conselho de Segurança" na declaração. -- Na última reunião de cúpula entre dois países, há cerca de um ano, o comunicado conjunto falava na "urgência de ampliar, por meio de reformas abrangentes, a representatividade e a voz dos países em desenvolvimento nas organizações internacionais". Leia mais.
 

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