terça-feira, 21 de agosto de 2012

O português errado da professora e do Globo

Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que o português ensinado no país é péssimo, deve ter se convencido disso definitivamente ontem, ao ler na página nobre do jornal O Globo (a página 12, de editoriais) um artigo com o título -- em péssimo português -- de "Educação que o país precisa". A autora do artigo é Marinalva Oliveira, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes).

Bom, se uma professora do ensino superior não sabe sequer a regência do verbo "precisar" -- todo mundo (o Brasil, nossa educação e até a  própria Dª Marinalva) precisa de alguma coisa -- é fácil e lícito imaginar que outras barbaridade de português essa e outras(os) professoras(es) da Andes e do ensino superior andam "ensinando" por aí ... É oportuno lembrar que é justamente essa Andes, sob a liderança da Dª Marinalva, que está em greve há três meses. Melhor seria que voltassem a estudar o português, antes de causar danos irreversíveis à nossa educação -- pela greve e pelo português de Tarzan que falam e escrevem.

Revoltado com o erro e o destaque dado ao artigo pelo jornal, o que comprova inequivocamente que o pessoal que edita o Globo também não sabe português, mandei ontem a seguinte carta ao jornal:

O título da matéria "Outra opinião"  da edição de 20/8 do Globo ("Educação que o país precisa"), assinada por Marinalva Oliveira, mostra inequivocamente quão séria é a questão da educação no Brasil. Se a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) desconhece a regência do verbo "precisar" -- precisa-se "de" alguma coisa -- o problema realmente é sério. É lamentável também que o jornal tenha endossado o erro.

Sintomaticamente (ou obviamente) a carta não foi publicada, mas num cantinho escondido à esquerda da segunda página da edição de hoje, sob o título "Autocrítica", o jornal corrige o erro. Ou seja, o português errado ganha espaço nobre, o jornal não publica uma carta que denuncia o erro dele e da autora, e para inglês ver faz-se uma autocriticazinha minúscula de pé de página. O Globo mostrou escancaradamente sua ignorância no português, deseducou e fraudou seus leitores, mas não teve a honestidade de dar ao seu erro o mesmo destaque que deu ao título que atropela o nosso idioma.  Quando mal cuidado, o jornalismo é uma arma perigosa de desinformação e incultura.

3 comentários:

  1. Talvez o título original fosse "Educação que o país precisa EVITAR".
    Como já li e ouvi na GLOBO: "Eu lhe mato!", "Eu lhe vi!" e "Eu lhe amo!" ... dentre outros petiscos igualmente avassaladores, calo-me para não escrever mais asneiras. Buenos dias!

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  2. Caro Vasco, um posto de gasolina em Niterói (não sei se ainda existe) estampou, por muitos e muitos anos: "A gasolina que você confia". Abs. Paulo

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  3. Amigo VASCO:

    O PIOR: TODOS ELES VOTAM!!!!!

    Abraços - LEVY

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