Como não podia deixar de ser, novamente debaixo dos refletores -- seu lugar predileto -- está o ministro Marco Aurélio Mello, o ego falante do STF, o porta-voz de si mesmo, aquele que não tem o mínimo prurido em analisar para a mídia assuntos ainda em julgamento no STF e em emitir comentários dificilmente elegantes sobre seus pares, especialmente quanto a Joaquim Barbosa.]
"Precisa de proteção?", perguntou o advogado Cláudio Fruet ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Não foi necessário. A apenas 5,4 km do STF (Supremo Tribunal Federal), Gurgel, o ministro Marco Aurélio Mello e advogados dos réus do mensalão confraternizaram numa festa que invadiu a madrugada de ontem. Algoz dos réus, Gurgel celebrou com os advogados o 80º aniversário de José Gerardo Grossi no salão de um hotel, em Brasília.
"Elegantíssimos, gentilíssimos", repetiu Gurgel ao cumprimentar Arnaldo Malheiros e Alberto Toron, defensores de Delúbio Soares e João Paulo Cunha, respectivamente.
O advogado Arnaldo Malheiros (defensor de Delúbio Soares) com o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, e o advogado Alberto Toron (defensor de João Paulo Cunha) - (Foto: Sérgio Lima/Folhapress).
No jantar, a aposta generalizada era pela absolvição de João Paulo, o que ocorreu [ao que se sabe, quem inocentou o deputado petista até agora foi apenas o ministro Ricardo Lewandowski].
Um dos primeiros a chegar, Gurgel recebeu, ao lado da mulher, a
subprocuradora Cláudia Sampaio, o advogado Márcio Thomaz Bastos com
caloroso abraço. "O embate acontece lá. Aqui, é confraternização",
justificou Gurgel.
Apesar do afago, assentiu quando desejavam força para "limpar o Brasil".
E concordou com uma senhora que chamou os réus de "ladrões". "Ladrões",
endossou.
Ao lado de Gurgel, o antecessor Antonio Fernando Souza não exibia tanta
desenvoltura. Autor da denúncia e alvo dos advogados, atacou: "Eles
também diziam que não havia dinheiro público. E já há dois votos a
favor".
Cercado de advogados, Marco Aurélio brincou com Toron, ausente de
Brasília quando Joaquim Barbosa pediu a condenação de seu cliente: "Vou
cortar seu ponto", disse.
Ao ex-ministro Sepúlveda Pertence falou do gênio de Barbosa.
Descreveu-lhe a sessão em que ele acusou Ricardo Lewandowski de
deslealdade.
Lembrando que foi repreendido por Sepúlveda após um arroubo, opinou: "Aquilo ali é meio de vida. Não de morte".
Evanise Santos representou o namorado, o ex-ministro José Dirceu --que,
de Vinhedo (SP), telefonou para parabenizar o aniversariante [pelo jeito, nesse jantar só faltou a presença ao vivo e em cores dos próprios réus do mensalão, pois seus prepostos estavam todos lá].
O jantar terminou com um show de gaita. No repertório, o tema de "O Poderoso Chefão".
Advogados dos réus do mensalão conversam no plenário do STF depois do voto do ministro Lewandowski ontem -- por que tanta alegria?... - (Foto: Alan Marques/Folhapress).
Nenhum comentário:
Postar um comentário