[Abaixo, mais um instantâneo do retrocesso político-econômico argentino. O problema é que, quanto mais na pior se sente, mais a Argentina resolve ir à forra contra o Brasil, criando-nos mil e um problemas -- aí vem aquele aquele apetite indigesto do Itamaraty p'ra engolir sapos portenhos (bolivianos, paraguaios, equatorianos ...), e a gente vira saco de pancada outra vez dos "hermanitos".]
Dados do Banco Central da Argentina indicam que, no segundo trimestre
deste ano, a fuga de divisas aumentou 22,4% em relação ao primeiro trimestre. No total, a fuga foi de US$ 1,966 bilhão no período entre
abril e junho. Os analistas econômicos da city financeira portenha acreditam que, por
trás da saída de divisas, estariam as incertezas geradas pelo governo da
presidente Cristina Kirchner em relação à política econômica,
principalmente o crescente intervencionismo estatal, os controles sobre a
aquisição de dólares e os movimentos dos aliados kirchneristas para
reformar a Constituição nacional, de forma a permitir reeleições
presidenciais indefinidas.
No primeiro semestre deste ano, a fuga foi de US$ 3,5 bilhões. Esse
volume mostra uma queda substancial na comparação com o mesmo período do
ano passado, quando a fuga foi de US$ 9,801 bilhões. Os analistas destacam que a redução da fuga na totalidade do primeiro
semestre deste ano foi causada pelas fortes restrições do governo
Kirchner sobre o dólar, que tornam praticamente impossível que os
argentinos adquiram atualmente a moeda americana no câmbio oficial. Por
esse motivo, voltaram a florescer, tal como nos anos 80, os arbolitos
(arvorezinhas, termo usado para designar os doleiros na Argentina).
Nos últimos cinco anos e meio, a fuga acumulada de divisas foi de US$ 81
bilhões, o equivalente a quase duas vezes as atuais reservas do BC. Parte desse dinheiro foi para os colchões (forma usada para referir-se
aos esconderijos domésticos para os dólares) e contas no exterior. Um
dos pontos preferidos pelos argentinos são os bancos no vizinho Uruguai,
vários dos quais abrem nos sábados para atender a clientela argentina.
Na contramão da fuga de divisas, a entrada de capitais privados na
Argentina não vinculados ao pagamento de exportações está cada vez mais
modesta. No segundo trimestre deste ano, de acordo com dados do Banco
Central, entraram no país somente US$ 696 milhões. Isso equivale a
apenas um terço dos capitais que ingressaram na Argentina no primeiro
trimestre. Ou, o equivalente a apenas 20% do volume que entrou no país
no trimestre do ano passado.
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