O julgamento do mensalão virou um show surrealista de muito baixo nível. É deprimente, para dizer o mínimo, ver ministros da Suprema Corte do país quase chegando às vias de fato em público, trocando farpas que mais parecem tacapes -- ou então, aguentar um tal de Marco Aurélio Mello deselegantemente criticando um par na imprensa ou antecipando opiniões sobre um julgamento ainda inconcluso. Rapaz, que baixaria!
Vejamos a mais recente novidade da CPI do Cachoeira, publicada hoje pela Folha de S. Paulo.]
O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, entrou com habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja obrigado a prestar depoimento na CPI do Cachoeira. A presença de Cavendish na comissão está prevista para o próximo dia 29. No pedido enviado ao Supremo, a defesa do empresário alega que, embora a convocação o classifique como testemunha, "tal condição não se amolda" a Cavendish, uma vez que, nos requerimentos, o empresário é "inequivocamente apontado como pessoa sujeita a investigação".
Cavendish deixou a direção da construtora após a Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal, revelar relação da Delta com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Interceptações telefônicas da PF identificaram ligações do ex-diretor da construtora no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, com integrantes do grupo de Cachoeira. A Delta afirma que os problemas se restringiram à conduta do ex-diretor.
No habeas corpus protocolado no Supremo, a defesa de Cavendish ainda pede que, caso a participação do empresário na comissão não seja negada, que ele tenha os mesmos direitos de outros convocados, ou seja, que possa permanecer calado.
O empresário Fernando Cavendish, dono da Delta - (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress).
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