sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dono da Delta recorre ao Supremo para não depor na CPI do Cachoeira

[Até prova em contrário, a inteligência e a paciência do povo brasileiro estão sendo testadas ao limite, face às greves, à CPI do Cachoeira e ao julgamento do mensalão no STF, entre outros pepinos. Quanto às greves, ouve-se muito blá-blá-blá do governo -- sempre por prepostos, porque Dª Dilma está com a agenda de viagens internacionais e nacionais muito carregada p'ra perder tempo com a paralização ou sabotagem (malandramente chamada de "operação padrão") de setores vitais de nossa economia -- mas atitude p'ra valer contra a baderna, nenhuma.  A CPI do Cachoeira é a prova escarrada e requintada de que juntar um monte de deputados e senadores para resolver qualquer coisa é a receita infalível para a esculhambação e o besteirol -- se encomendarem um camelo a essa gente, ela produzirá um dromedário.

O julgamento do mensalão virou um show surrealista de muito baixo nível. É deprimente, para dizer o mínimo, ver ministros da Suprema Corte do país quase chegando às vias de fato em público, trocando farpas que mais parecem tacapes -- ou então, aguentar um tal de Marco Aurélio Mello deselegantemente criticando um par na imprensa ou antecipando opiniões sobre um julgamento ainda inconcluso. Rapaz, que baixaria!

Vejamos a mais recente novidade da CPI do Cachoeira, publicada hoje pela Folha de S. Paulo.]

O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, entrou com habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja obrigado a prestar depoimento na CPI do Cachoeira. A presença de Cavendish na comissão está prevista para o próximo dia 29. No pedido enviado ao Supremo, a defesa do empresário alega que, embora a convocação o classifique como testemunha, "tal condição não se amolda" a Cavendish, uma vez que, nos requerimentos, o empresário é "inequivocamente apontado como pessoa sujeita a investigação".

Cavendish deixou a direção da construtora após a Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal, revelar relação da Delta com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. 

Interceptações telefônicas da PF identificaram ligações do ex-diretor da construtora no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, com integrantes do grupo de Cachoeira. A Delta afirma que os problemas se restringiram à conduta do ex-diretor.

No habeas corpus protocolado no Supremo, a defesa de Cavendish ainda pede que, caso a participação do empresário na comissão não seja negada, que ele tenha os mesmos direitos de outros convocados, ou seja, que possa permanecer calado.
O empresário Fernando Cavendish, dono da Delta - (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress).

Nenhum comentário:

Postar um comentário