segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Amplia-se o espaço para o etanol brasileiro na União Europeia e na China

As vantagens já conhecidas do etanol brasileiro estão ganhando novo impulso diante de cenários internacionais cada vez mais favoráveis. Além da necessidade global de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, o Brasil pode se beneficiar de uma série de fatos. Um deles é a definição de metas de mistura do etanol na gasolina dos Estados Unidos e da União Europeia. A produção americana está próxima do teto estabelecido para 2022, o que significa que terão de importar quantidades maiores a cada ano.

A União Europeia, da mesma forma, estabeleceu na sua legislação a obrigatoriedade de combustíveis renováveis até 2020, de tal forma que 10% do consumo do setor de transportes tem que vir de fontes renováveis. Tanto a Europa como os Estados Unidos produzem cerca de 50% do que consomem. Além disso, os mercados asiáticos, principalmente a China, devem reforçar a lista de compradores.

"É uma grande oportunidade para o Brasil, porque o etanol de cana de açúcar é considerado um etanol sustentável, exatamente o que o mundo deseja. Estamos falando de algo próximo de 17 bilhões de litros no consumo anual na União Europeia e de 136 bilhões de litros para os Estados Unidos, isso para 2022", afirmou Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União Brasileira de Cana de Açúcar (Unica) no 13º Encontro Internacional de Energia promovido pela Fiesp. Além da qualidade, o etanol brasileiro supera os demais quando se trata de minimizar os danos do efeito estufa. "O etanol produz nove unidades de energia renovável para cada unidade de energia fóssil colocada no sistema, muito superior ao milho e ao trigo, que são de quatro e dois, respectivamente", informa Sousa. 

[Essa possivel ampliação significativa de mercado para o etanol brasileiro no exterior traz igualmente em seu bojo alguns problemas potenciais para o país, que a meu ver não podem ser desprezados. À parte a questão da real e efetiva capacidade brasileira de suprir de maneira sustentável e responsável essa demanda toda, ou parte dela, esse mercado externo certamente irá -- ou poderá com grande probabilidade -- drenar parte significativa do etanol destinado ao nosso mercado interno de veículos e, principalmente, prejudicar significativamente nossa produção de açúcar. O primeiro desses problemas potenciais já abordei no ano passado, e o segundo foi objeto de postagem recente, neste ano.]


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