quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EUA enfrentam o pior surto de vírus do Nilo Ocidental de sua história

Os EUA enfrentam o pior surto de vírus do Nilo Ocidental (VNO) de sua história, segundo alertaram ontem as autoritárias sanitárias do país.  Segundo os dados fornecidos pelo Centro de Prevenção e Controle de Enfermidades (CDC, na sigla em inglês), foram registradas até o momento 41 mortes e 1.118 pessoas contaminadas, e o número de casos cresceu de forma agressiva (60%) nas últimas semanas. Só no mês de julho passado foram contabilizados 25 casos.

"Desde 1999, ano em que se descobriu o primeiro caso nos EUA, nunca houve tantas contaminações -- naquele ano, houve 7 mortos e 62 contaminados. Ainda assim, essas cifras estão muito aquém das atuais", assegurou Candice Hoffmann, porta-voz do CDC.

47 dos 50 estados americanos comunicaram casos de infecção por esse vírus em pessoas, pássaros e mosquitos -- em 38 deles foram informadas contaminações de pessoas.  Até o momento, os únicos estados livres de pessoas ou animais contaminados são o Havaí, Alasca e Vermont. Geralmente, o vírus do Nilo Ociodental se transmite pela picada de um mosquito contaminado e, em ocasiões muito reduzidas, por transfusões de sangue, transplante de órgãos ou amamentação materna. Não se transmite pelo contato casual, como tocar ou beijar uma pessoa que tenha o vírus.

A infecção pelo VNO afeta o sistema nervoso. Aproximadamente 1 de cada 150 pessoas contaminadas adoece gravemente. Seus sintomas podem incluir febre alta, dor de cabeça, rigidez no pescoço, sonolência, desorientação, perda de conscIência prolongada [podendo chegar ao coma], tremores, convulsões, fraqueza muscular, perda da visão, entorpecimento e paralisia. Esses sintomas podem durar várias semanas, e os efeitos neurológicos podem ser permanentes. Em 20% dos casos os sintomas são leves, e podem durar uns poucos dias, e aproximadamente 80% das pessoas contaminadas não apresentam nenhum tipo de sintoma. Do total de 1.118 contaminados, em cerca de 56% dos casos foram diagnosticados distúrbios neuroinvasivos, como meningite ou encefalite.

"Desconhecemos a causa exata desse surto. Isso pode ser devido a inúmeros fatores, entre outros: o inverno passado foi quente, as altas temperaturas que vêm ocorrendo desde junho, o número de mosquitos e pássaros portadores do vírus. A notícia boa é que a infecção passa por seu pico mais alto -- registrado em meados de agosto --, pelo que é normal que a incidência diminua nas próximas semanas. Ainda assim, prevemos que continuarão surgindo casos pelo menos até o final de setembro", acrescentou Hoffmann.

Aproximadamente 75% dos casos têm ocorrido em cinco estados: Luisiana, Dakota do Sul, Mississipi, Oklahoma e Texas. Este último, o mais afetado, com 50% dos casos, contabiliza mais de 600 contaminados e, até agora, 21 mortos --  11 apenas na cidade de Dallas. "No Texas já estão sendo tomadas medidas como regar os campos com pesticidas e educar as pessoas quanto à prevenção, que é o que queremos transmitir à sociedade civil. Além disso, lhes foram enviados US$ 2,5 milhões para reforçar as medidas de controle", informou Hoffmann.

O CDC recomenda às pessoas que usem cremes repelentes quando saírem de casa, consertem janelas e portas para evitar a entrada de mosquitos, ou se vistam com calças compridas e camisas de mangas longas. "São pequenas coisas que podem ajudar muito. Além disso, não devem tomar água de torneira nos estados mais afetados", recomenda Hoffmann. "Foram registrados também casos em doadores de sangue -- exatamente 242 incidências -- pelo que estamos recomendando que não se façam doações nas áreas em que o vírus é mais violento, para assim proteger nossos bancos de sangue", finalizou ela.

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