[Em apenas uma semana, essa é a segunda boa notícia de proteção ao consumidor que nos vem do sul do país - há pouco a Claro foi multada em R$ 2,3 milhões pelo Procon do Paraná. Parece que o consumidor recebe proteção melhor no sul do Brasil.]
A TIM foi condenada pela 16ª vara cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a pagar uma multa de R$ 500 mil, como forma de indenização
por danos ao direito dos consumidores. A decisão é referente a uma ação
ajuizada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto
Alegre em junho de 2010. Segundo o Ministério Público do Estado, ações
semelhantes contra outras operadoras também estão em tramitação. A decisão possibilita ao consumidor a rescisão do contrato, com isenção
da multa, ou a restituição imediata da quantia paga, com correção dos
valores, quando constatada a deficiência da qualidade do serviço.
Também foi determinado que a operadora informe o porcentual mínimo da
velocidade de acesso que garante contratualmente, as circunstâncias que
possam acarretar a redução da velocidade contratada, bem como as
localidades que são abrangidas pela tecnologia 3G. As informações devem
ser oferecidas ao consumidor em todos os meios de comunicação e pontos
de venda dos serviços.
Em julho, as quatro operadoras que prestam serviços no Rio Grande do Sul
(Vivo, Claro, TIM e Oi), foram impedidas pelo Procon de Porto Alegre de
vender novas linhas de celular e banda larga, por não cumprirem o
mínimo contratado e desrespeitarem os direitos do consumidor. O Procon
estadual também assinou um compromisso de ajustamento de conduta com as
empresas de telefonia, exigindo o cumprimento do direito do consumidor. A
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também chegou a suspender
as operadoras com pior avaliação em cada Estado.
Procurada, a TIM disse que ainda não havia sido informada da sentença.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Van Gogh era daltônico, diz cientista japonês
O constante céu azul turquesa, as fortes tonalidades de amarelo e a
profundidade torta do traço pós-impressionista de Vincent van Gogh podem ter uma explicação além da genialidade do artista que viveu entre 1853 e
1890. O cientista japonês Kazunori Asada publicou uma tese em seu site
oficial em que defende que o holandês sofria de daltonismo e que isso
teria impactado em sua obra. Clique na fotogaleria abaixo para ver
as pinturas originais de Van Gogh e aquelas alteradas por Asada, para
simular a diferença entre as visões de um daltônico e de alguém com
olhos sadios .
[Pela descrição do cientista japonês, sua "descoberta" (não comprovada por nenhuma evidência) deu-se por acaso, durante uma apresentação sua no "Color Vision Experience Room" (CVER) no Hokkaido Color Universal Design Organization (HCUDO). O CVER usa iluminação filtrada por um filtro óptico, gerando um espectro de luz modificado. No CVER, quem tem visão normal para cores, as vê do mesmo modo como são vistas por portadores de protanopia (distúrbio de visão das cores caracterizado pela perda do mecanismo sensorial relativo ao vermelho e ao verde, e de seus derivados) ou de deuteranopia (percepção deficiente do verde, que é confundido com uma cor arroxeada). Esses tipos de deficiências para cores significam que certas combinações de cores tornam-se difíceis de serem diferenciadas.
No CVER havia pinturas de Van Gogh. Sob a luz filtrada, Asada observou que tais pinturas tinham uma aparência diferente das pinturas originais de Van Gogh que sempre tinha visto. Segundo Asada, Van Gogh tinha um jeito um tanto estranho de usar cores. Embora seja rico seu uso das cores, há linhas de cores diferentes que ocorrem concorrentemente, confluentemente, ou um ponto de cor diferente surge de repente. Ele [Asada] havia ouvido conjecturas de que Van Gogh tinha deficiência visual para cores.]
"Sunflowers" (Girassóis), de 1888. "Flores são mais tangíveis", diz Asada sobre a pintura original (imagem superior), justificando a modificação que fez (imagem inferior), com filtros.
"The Cafe Terrace on the the Place du Forum Arles at Night" (O Café Terraço na Praça do Forum, Arles à noite). Ainda segundo Asada, cada pedra do pavimento se torna mais sólida com a manipulação da pintura (imagem inferior) -- na imagem superior, o original de Van Gogh.
"Sel-portrait" (Autorretrato), de 1889. "A expressão severa de um homem de difícil proximidade", analisa o cientista japonês Kazunori Asada sobre o autorretrato de Van Gogh. O original (imagem superior) apresentaria a coloração alterada pelo daltonismo, "corrigido" na imagem inferior.
[Pela descrição do cientista japonês, sua "descoberta" (não comprovada por nenhuma evidência) deu-se por acaso, durante uma apresentação sua no "Color Vision Experience Room" (CVER) no Hokkaido Color Universal Design Organization (HCUDO). O CVER usa iluminação filtrada por um filtro óptico, gerando um espectro de luz modificado. No CVER, quem tem visão normal para cores, as vê do mesmo modo como são vistas por portadores de protanopia (distúrbio de visão das cores caracterizado pela perda do mecanismo sensorial relativo ao vermelho e ao verde, e de seus derivados) ou de deuteranopia (percepção deficiente do verde, que é confundido com uma cor arroxeada). Esses tipos de deficiências para cores significam que certas combinações de cores tornam-se difíceis de serem diferenciadas.
No CVER havia pinturas de Van Gogh. Sob a luz filtrada, Asada observou que tais pinturas tinham uma aparência diferente das pinturas originais de Van Gogh que sempre tinha visto. Segundo Asada, Van Gogh tinha um jeito um tanto estranho de usar cores. Embora seja rico seu uso das cores, há linhas de cores diferentes que ocorrem concorrentemente, confluentemente, ou um ponto de cor diferente surge de repente. Ele [Asada] havia ouvido conjecturas de que Van Gogh tinha deficiência visual para cores.]
Quadro "Wheat field behind Saint-Paul hospital with a reaper" (Campo de trigo atrás do hospital Saint-Paul com coplheiteiro), de 1889. A imagem superior é do original de Van Gogh, a imagem inferior seria a "real", vista por um não-daltônico segundo Asada.
"The Langlois Bridge at Arles" (A Ponte Laglois em Arles), de 1888. Para Asada, a maneira como a ponte é refletida na água no original (imagem superior) é "surreal" -- na imagem inferior, a visão de um não-daltônico, segundo Asada.
"Starry night" (Noite estrelada), de 1889. A imagem superior é a do original de Van Gogh, a inferior é a não distorcida pelo daltonismo, segundo Asada.
"Flowering garden with path" (Jardim florido, com caminho), de 1888. O original (imagem superior) ganha traços de fotografia, enquanto a imagem inferior é a "corrigida" por Asada, com outra sensação de profundidade.
"Road menders" (Reparadores de estrada), de 1889. No original (imagem superior) as cores das árvores e do solo são um pouco estranhas, as linhas são rudes. Após a "correção" (imagem inferior), as árvores e o solo começam a parecer sólidos e a profundidade é percebida na estrada, diz Asada.
"Sower with Setting Sun after Millet" (Semeador com sol poente à maneira de Millet) - Na parte superior, o original de Van Gogh, na inferior a versão "não daltônica" de Asada.
"Sunflowers" (Girassóis), de 1888. "Flores são mais tangíveis", diz Asada sobre a pintura original (imagem superior), justificando a modificação que fez (imagem inferior), com filtros.
"The Cafe Terrace on the the Place du Forum Arles at Night" (O Café Terraço na Praça do Forum, Arles à noite). Ainda segundo Asada, cada pedra do pavimento se torna mais sólida com a manipulação da pintura (imagem inferior) -- na imagem superior, o original de Van Gogh.
"Sel-portrait" (Autorretrato), de 1889. "A expressão severa de um homem de difícil proximidade", analisa o cientista japonês Kazunori Asada sobre o autorretrato de Van Gogh. O original (imagem superior) apresentaria a coloração alterada pelo daltonismo, "corrigido" na imagem inferior.
“Apesar de a percepção de cores ser diferente para cada indivíduo, eu
penso que possivelmente a visão de Van Gogh também é diferente da
maioria das pessoas. Provavelmente, ele encontrou regras de como
escolher e usar tintas que fossem adequadas para seus olhos”, escreveu o
cientista.
Asada usou um mecanismo de lentes criado por ele mesmo, o “Chromatic
Vision Simulator”, para simular a diferença entre a visão do artista e
de uma pessoa com visão sadia. Com a alteração, perspectivas aparecem
mais convencionais com a realidade da arquitetura. E as cores,
consideradas pelo cientista como “estranhas”, se aproximam da paleta que
nos rodeia no cotidiano. Ele desconsidera, no entanto, que uma das
propostas da corrente impressionista (que começou no século XIX e
influenciou diretamente o trabalho de Van Gogh) era desconstruir
figuras, objetos e paisagens.
"A pesquisa é notável, não só porque aborda de forma inteligente a
questão da diferença de percepção de mundo entre uma pessoa normal e um
deficiente visual, mas também se propõe a dar acesso a novas tecnologias
a essas pessoas", explica ao GLOBO Francisco Bandeira, médico
oftalmologista, especialista em doenças oculares externas e córnea. "No caso de Van Gogh, é pouco provável sabermos exatamente o que ele
tinha, uma vez que o daltonismo pode se apresentar sob diversas formas e
somente realizando testes de cores específico. Mas o fato de ter uma
deficiência visual só faz dele ainda melhor, já que mesmo debilitado ele
ainda conseguiu se expressar de uma maneira tão pura que até hoje toca o
mundo".
A boçalidade de torcidas e torcedores está acabando com o prazer lúdico e o papel social e cultural do futebol
Um amigo dileto contou-me há pouco um episódio que se passou com ele no estádio do Engenhão (Rio) que me deixou perplexo, preocupado e revoltado. Ele foi domingo passado assistir ao jogo Flamengo x Botafogo, com seus dois filhos gêmeos de cerca de 9 anos, um botafoguense e o outro rubro-negro, cada um vestindo a camisa de seu time. O pai é botafoguense.
Na bilheteria, meu amigo foi alertado por um policial de que no estádio não há zona "neutra" e que, portanto, teria que optar por ficar no lado de uma das torcidas e que, ao fazer a opção, seu filho que não usasse a camisa dessa torcida deveria tirá-la, para sua própria segurança. Meu amigo optou pela torcida do Botafogo, e seu filho flamenguista de 9 anos teve que tirar e guardar a camisa do Flamengo que vestia -- vi na foto que o pai tirou o misto de raiva e decepção do garoto, impedido de manifestar-se livremente por seu time.
Esse é o ponto lamentável a que chegamos. A boçalidade das torcidas e dos torcedores, que demonizaram a saudável rivalidade esportiva e a transformaram em algo pior que xingamento à mãe e estopim de batalhas campais, com feridos e vítimas fatais, destruiram o prazer lúdico de se ver uma partida de futebol e praticamente acabaram com o poder de socialização desse esporte, despojando-o também de seu conteúdo como elemento representativo de um tipo de cultura do brasileiro. Agregando-se a isso a omissão da Lei e dos governos, o resultado são o caos e a baderna que se vê a cada clássico.
O futebol no Brasil virou um retrato preocupante da lassidão ética e moral que assola o país. Praticamente tudo está errado no nosso futebol. Criou-se uma elitizinha merreca absolutamente ridícula e disparatada de pessoas completamente despreparadas social, cultural e intelectualmente para os salários que ganham, salários esses inteiramente desfocados da realidade do país. Num país em que a educação é uma calamidade, endeusa-se a competência das chuteiras em detrimento de outros valores mais nobres e necessários. É claro que o futebol -- assim como os esportes em geral -- é importante e precisa ser parte do nosso lazer, mas não com o exagero idiota que se vê. Essa "elite" de segunda categoria é um péssimo exemplo para a nossa juventude.
Além dessa mazela dos salários, os clubes brasileiros -- não consegui me lembrar de nenhuma exceção -- são um exemplo escarrado e acabado de má administração (não raramente misturada com corrupção), de descumprimento de legislações (trabalhista e outras), de sonegação de impostos, de conchavos de baixo coturno e várias outras mazelas. E o governo, o que faz? Lhufas! Passa a mão na cabeça de dirigentes relapsos e faz vista grossa para a esculhambação, se lixando para o efeito pernicioso disso tudo sobre a sociedade.
Se não moralizarmos o mundo do futebol -- e outros "mundos" que campeiam por aqui -- e não baixarmos p'ra valer o sarrafo pleno da Lei sobre os torcedores e torcidas boçais, continuaremos a ver o espetáculo deprimente de crianças inocentes impedidas de desfrutar do simples e justo prazer de assistir a um jogo de futebol vestindo a camisa de seu time preferido.
Na bilheteria, meu amigo foi alertado por um policial de que no estádio não há zona "neutra" e que, portanto, teria que optar por ficar no lado de uma das torcidas e que, ao fazer a opção, seu filho que não usasse a camisa dessa torcida deveria tirá-la, para sua própria segurança. Meu amigo optou pela torcida do Botafogo, e seu filho flamenguista de 9 anos teve que tirar e guardar a camisa do Flamengo que vestia -- vi na foto que o pai tirou o misto de raiva e decepção do garoto, impedido de manifestar-se livremente por seu time.
Esse é o ponto lamentável a que chegamos. A boçalidade das torcidas e dos torcedores, que demonizaram a saudável rivalidade esportiva e a transformaram em algo pior que xingamento à mãe e estopim de batalhas campais, com feridos e vítimas fatais, destruiram o prazer lúdico de se ver uma partida de futebol e praticamente acabaram com o poder de socialização desse esporte, despojando-o também de seu conteúdo como elemento representativo de um tipo de cultura do brasileiro. Agregando-se a isso a omissão da Lei e dos governos, o resultado são o caos e a baderna que se vê a cada clássico.
O futebol no Brasil virou um retrato preocupante da lassidão ética e moral que assola o país. Praticamente tudo está errado no nosso futebol. Criou-se uma elitizinha merreca absolutamente ridícula e disparatada de pessoas completamente despreparadas social, cultural e intelectualmente para os salários que ganham, salários esses inteiramente desfocados da realidade do país. Num país em que a educação é uma calamidade, endeusa-se a competência das chuteiras em detrimento de outros valores mais nobres e necessários. É claro que o futebol -- assim como os esportes em geral -- é importante e precisa ser parte do nosso lazer, mas não com o exagero idiota que se vê. Essa "elite" de segunda categoria é um péssimo exemplo para a nossa juventude.
Além dessa mazela dos salários, os clubes brasileiros -- não consegui me lembrar de nenhuma exceção -- são um exemplo escarrado e acabado de má administração (não raramente misturada com corrupção), de descumprimento de legislações (trabalhista e outras), de sonegação de impostos, de conchavos de baixo coturno e várias outras mazelas. E o governo, o que faz? Lhufas! Passa a mão na cabeça de dirigentes relapsos e faz vista grossa para a esculhambação, se lixando para o efeito pernicioso disso tudo sobre a sociedade.
Se não moralizarmos o mundo do futebol -- e outros "mundos" que campeiam por aqui -- e não baixarmos p'ra valer o sarrafo pleno da Lei sobre os torcedores e torcidas boçais, continuaremos a ver o espetáculo deprimente de crianças inocentes impedidas de desfrutar do simples e justo prazer de assistir a um jogo de futebol vestindo a camisa de seu time preferido.
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Telescópio detecta milhões de buracos negros e galáxias 'escondidos'
Um telescópio especial detectou milhões de buracos negros supermaciços e galáxias com temperaturas extremamente altas, que estavam "escondidos"
atrás de uma nuvem de poeira interestelar.
O Wide-Field Infrared Survey Explorer (Wise), telescópio da agência espacial americana Nasa, conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao calor dos astros, o que fez com que eles conseguissem enxergar e mapear pela primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo. A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender como as galáxias e buracos negros se formam.
Os astrônomos já sabiam que a maioria das galáxias possuem buracos
negros no seu centro, que são "alimentados" com gases, poeira e estrelas
ao seu redor. Às vezes, os buracos negros soltam energia suficiente
para impedir a formação de estrelas. A forma como estrelas e buracos negros evoluem juntos, no entanto,
continua sendo um mistério para os cientistas. A esperança é que os
dados do telescópio Wise possibilitem novas descobertas neste ramo.
O Wise tem capacidade de detectar comprimentos de onda que ficam muito além do campo de visão dos telescópios atuais. Isso permite ao equipamento fazer diversas descobertas inéditas na ciência. O telescópio ganhou a fama de "caçador de buracos negros". "Nós encurralamos os buracos negros", diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), um dos autores dos três estudos que foram apresentados nesta quarta-feira.
Stern e seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para analisar os dados dos buracos negros captados pelo Wise e apresentaram os dados em um artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal. Outros dois estudos detalham galáxias com temperaturas extremamente altas e com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas. O termo em inglês para essas galáxias é "hot dust-obscured galaxies", ou hot-Dogs (que também significa "cachorro-quente", em inglês).
Mais de mil galáxias já descobertas são mais de cem vezes mais brilhantes que o Sol da Via Láctea. Os dados da missão Wise estão sendo disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam contribuir nas pesquisas espaciais.
O Wide-Field Infrared Survey Explorer (Wise), telescópio da agência espacial americana Nasa, conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao calor dos astros, o que fez com que eles conseguissem enxergar e mapear pela primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo. A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender como as galáxias e buracos negros se formam.
Esta imagem com dados do Wise mostra cerca de mil objetos que até então não eram vistos - (Foto: Nasa).
"Caçador de buracos negros"
O Wise tem capacidade de detectar comprimentos de onda que ficam muito além do campo de visão dos telescópios atuais. Isso permite ao equipamento fazer diversas descobertas inéditas na ciência. O telescópio ganhou a fama de "caçador de buracos negros". "Nós encurralamos os buracos negros", diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), um dos autores dos três estudos que foram apresentados nesta quarta-feira.
Stern e seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para analisar os dados dos buracos negros captados pelo Wise e apresentaram os dados em um artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal. Outros dois estudos detalham galáxias com temperaturas extremamente altas e com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas. O termo em inglês para essas galáxias é "hot dust-obscured galaxies", ou hot-Dogs (que também significa "cachorro-quente", em inglês).
Mais de mil galáxias já descobertas são mais de cem vezes mais brilhantes que o Sol da Via Láctea. Os dados da missão Wise estão sendo disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam contribuir nas pesquisas espaciais.
Esta ilustração feita por um artista mostra um buraco negro se 'alimentando' de gás e poeira - (Fonte: Nasa).
Governo prevê cortar 10% da conta de luz dos consumidores residenciais e 20% para as indústrias
A última versão do plano de redução do custo de energia elétrica, que
deve ser anunciado em setembro, prevê um corte médio de 20% nas contas das indústrias e de 10% nas dos consumidores domésticos. A medida ainda não está totalmente fechada porque o governo ainda
calcula se poderá abrir mão da receita de tributos que seriam cortados
para reduzir o custo. A avaliação final deve acontecer após o fechamento do projeto do
Orçamento da União, que será enviado ao Congresso no final do mês.
A presidente Dilma aposta na medida para dar novo fôlego à economia e garantir, no próximo ano, um crescimento de pelo menos 4%.
A redução da tarifa passaria a valer em 2013 e atenderia a uma das maiores reclamações do empresariado, que aponta um preço maior da eletricidade brasileira em relação ao que pagam concorrentes em outros países. Setores de uso intensivo de energia, como o de alumínio, chegaram a cogitar reduzir de tamanho no país. Estes devem ser os mais beneficiados com a mudança. Segundo a Folha apurou, a redução vai variar de acordo com a tensão elétrica, garantindo cortes maiores para os setores de uso intensivo. [A história do suprimento e da tarifação de energia elétrica para a indústria do alumínio no Brasil não é exatamente uma história que possamos encarar sem ficarmos, no mínimo, ruborizados. A tarifa para esse setor no país é e sempre foi altamente subsidiada e, além disso, o Brasil supre o setor com energia limpa (de hidroelétricas), enquanto seus competidores -- como China e Rússia -- o fazem com energia suja (de térmicas a carvão). Pela expansão programada da geração no Brasil isso vai persistir, e o lobby da indústria do alumínio é pesado e fortíssimo. Quem paga a conta somos nós, contribuintes.]
Análise: Energia é setor estratégico e impacta competitividade
Plano
O plano começou a ser elaborado depois de uma reunião, no início do ano, entre a presidente e um grupo de grandes empresários, na qual Dilma prometeu baixar o custo da energia no país.
Além da retirada de encargos federais que encarecem o custo de eletricidade, a redução da tarifa deve vir por meio de negociação com as atuais concessionárias de usinas hidrelétricas. Os contratos vencem em 2015 e, pela lei atual, elas iriam a um novo leilão. O governo vai, porém, permitir nova renovação das concessões, desde que as empresas hoje donas das usinas aceitem reduzir a tarifa. O argumento é o de que a totalidade dos investimentos já foi paga, o que reduz o custo das empresas à operação e manutenção das usinas. [Esta é uma questão conceitualmente polêmica, já que há uma legislação que não foi revogada e, portanto, deveria ser cumprida ("segurança jurídica") e, por outro lado, quase todas -- se não todas -- as usinas de concessões vincendas são estatais (federais ou estaduais -- pelo menos as mais importantes), que arcaram com todos os investimentos e gastos dessas usinas hoje já amortizadas. Novamente, é a velha questão do tamanho do Estado na economia. O nosso problema é que o Estado brasileiro é paquidérmico, incompetente (basta ver o que acontece com a Petrobras, cujos problemas cresceram exponencialmente com a interferência direta do governo em seus negócios), ganancioso, extremamente permeável à corrupção, cínico, faz jogo duplo e, em matéria tributária, é tão ou mais selvagem que o Capital que hipocritamente crítica. Isso tudo vale para um Estado "1,0 p.u.", nas c.n.t.p. (condições normais de temperatura e pressão) -- no caso de Estado petista (em que vivemos há uma década), mandam o bom senso e a segurança que isso seja multiplicado no mínimo por 1.000. Nessa brincadeira de mau gosto, o país virou o salame do sanduíche.]
A medida provisória que tratará do tema vai garantir que a renovação das concessões já aconteça no próximo ano, para que os efeitos da redução do preço sejam repassados a empresários e consumidores em 2013. Em relação aos encargos, o governo já fechou questão na retirada de três deles: a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e a RGR (Reserva Global de Reversão). Outros podem ser incluídos no pacote.
[Como é sempre bom ouvir os dois lados da história -- não esquecendo o detalhe do suprimento ao alumínio, comentado acima -- , há um estudo da Fiesp sobre Tributos e Encargos Setoriais em Energia Elétrica.]
A presidente Dilma aposta na medida para dar novo fôlego à economia e garantir, no próximo ano, um crescimento de pelo menos 4%.
A redução da tarifa passaria a valer em 2013 e atenderia a uma das maiores reclamações do empresariado, que aponta um preço maior da eletricidade brasileira em relação ao que pagam concorrentes em outros países. Setores de uso intensivo de energia, como o de alumínio, chegaram a cogitar reduzir de tamanho no país. Estes devem ser os mais beneficiados com a mudança. Segundo a Folha apurou, a redução vai variar de acordo com a tensão elétrica, garantindo cortes maiores para os setores de uso intensivo. [A história do suprimento e da tarifação de energia elétrica para a indústria do alumínio no Brasil não é exatamente uma história que possamos encarar sem ficarmos, no mínimo, ruborizados. A tarifa para esse setor no país é e sempre foi altamente subsidiada e, além disso, o Brasil supre o setor com energia limpa (de hidroelétricas), enquanto seus competidores -- como China e Rússia -- o fazem com energia suja (de térmicas a carvão). Pela expansão programada da geração no Brasil isso vai persistir, e o lobby da indústria do alumínio é pesado e fortíssimo. Quem paga a conta somos nós, contribuintes.]
Análise: Energia é setor estratégico e impacta competitividade
Plano
O plano começou a ser elaborado depois de uma reunião, no início do ano, entre a presidente e um grupo de grandes empresários, na qual Dilma prometeu baixar o custo da energia no país.
Além da retirada de encargos federais que encarecem o custo de eletricidade, a redução da tarifa deve vir por meio de negociação com as atuais concessionárias de usinas hidrelétricas. Os contratos vencem em 2015 e, pela lei atual, elas iriam a um novo leilão. O governo vai, porém, permitir nova renovação das concessões, desde que as empresas hoje donas das usinas aceitem reduzir a tarifa. O argumento é o de que a totalidade dos investimentos já foi paga, o que reduz o custo das empresas à operação e manutenção das usinas. [Esta é uma questão conceitualmente polêmica, já que há uma legislação que não foi revogada e, portanto, deveria ser cumprida ("segurança jurídica") e, por outro lado, quase todas -- se não todas -- as usinas de concessões vincendas são estatais (federais ou estaduais -- pelo menos as mais importantes), que arcaram com todos os investimentos e gastos dessas usinas hoje já amortizadas. Novamente, é a velha questão do tamanho do Estado na economia. O nosso problema é que o Estado brasileiro é paquidérmico, incompetente (basta ver o que acontece com a Petrobras, cujos problemas cresceram exponencialmente com a interferência direta do governo em seus negócios), ganancioso, extremamente permeável à corrupção, cínico, faz jogo duplo e, em matéria tributária, é tão ou mais selvagem que o Capital que hipocritamente crítica. Isso tudo vale para um Estado "1,0 p.u.", nas c.n.t.p. (condições normais de temperatura e pressão) -- no caso de Estado petista (em que vivemos há uma década), mandam o bom senso e a segurança que isso seja multiplicado no mínimo por 1.000. Nessa brincadeira de mau gosto, o país virou o salame do sanduíche.]
A medida provisória que tratará do tema vai garantir que a renovação das concessões já aconteça no próximo ano, para que os efeitos da redução do preço sejam repassados a empresários e consumidores em 2013. Em relação aos encargos, o governo já fechou questão na retirada de três deles: a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e a RGR (Reserva Global de Reversão). Outros podem ser incluídos no pacote.
[Como é sempre bom ouvir os dois lados da história -- não esquecendo o detalhe do suprimento ao alumínio, comentado acima -- , há um estudo da Fiesp sobre Tributos e Encargos Setoriais em Energia Elétrica.]
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Toda a computação das missões Apollo em uma única busca no Google!
[De um queridíssimo amigo -- meu filho André -- recebi o interessante texto, que traduzo abaixo, sobre a fantástica evolução da computação, tomando como referência a capacidade dos computadores que levaram as missões Apollo ao espaço. O artigo original é da autoria de Udi Manber e Peter Norvig.]
Nós dois somos velhos o suficiente para lembrarmos da excitação e da emoção que foi ver Neil Armstrong andar na Lua no verão de 1969. Muitas coisas mudaram desde então, e progressos incríveis foram feitos em algumas áreas. Olhando para o passado e refletindo sobre nossa própria experiência, e tentando contrapor o mundo de hoje ao de 1969, decidimos comparar a capacidade computacional disponível para os engenheiros da NASA na época com a que está disponível hoje.
O Computador de Orientação da Apollo (AGC - Apollo Guidance Computer), a bordo do módulo lunar, executava instruções a uma velocidade de cerca de 40 kHz (ou 0,00004 GHz), cerca de 100.000 vezes mais lenta do que a de um laptop de ponta de linha atual. Havia também um computador de tempo real semelhante, embutido no foguete Saturno V. Em terra, a NASA tinha acesso a alguns dos computadores mais poderosos da época: cinco computadores IBM 360/75 do tipo mainframe, cada um deles cerca de 250 vezes mais rápido do que o AGC. Eles rodavam praticamente 24h/dia na semana, calculando dados de lançamento e órbitas, monitorando dados biomédicos durante a missão, e realizando inúmeros outros cálculos.
Comparamos isso com o que o Google faz hoje e concluímos que:
Gasta-se aproximadamente a mesma computação para responder a uma busca no Google que toda a computação feita -- em voo e em terra -- para todo o programa Apollo!
Quando você entra com uma única pergunta na caixa de busca do Google, ou simplesmente a faz em seu telefone, você coloca em movimento tanta computação quanto a que foi necessária para enviar Neil Armstrong e 11 outros astronautas à Lua. Isso se refere não apenas aos voos efetivamente feitos, mas a toda a computação realizada ao longo do planejamento e execução dos onze anos e 17 missões do programa Apollo. Isso mostra quanto a computação avançou. É fácil não dar importância a isso, mas essa capacidade de computação ajuda a fazer do mundo um lugar melhor e abre as portas para coisas espantosas ainda por vir.
[É absolutamente fantástico e admirável o poder da inteligência humana! Da genialidade dos Isaac Newtons, Einsteins, Flemings, e tantos outros expoentes da inteligência do homem, aos gênios do Sputnik, da Nasa e alhures, a história da humanidade é pontilhada de exemplos admiráveis de nossa capacidade para descobrir e fazer coisas incríveis -- lamentavelmente usada também para ceifar vidas aos milhões.
A historiazinha acima me fez voltar aos meus tempos de régua de cálculo Hyperbolog na Fluminense e, já como engenheiro, aos estudos com os computadores IBM 1130 e -- o suprassumo da época -- o IBM 360. Ótimos tempos!!]
Nós dois somos velhos o suficiente para lembrarmos da excitação e da emoção que foi ver Neil Armstrong andar na Lua no verão de 1969. Muitas coisas mudaram desde então, e progressos incríveis foram feitos em algumas áreas. Olhando para o passado e refletindo sobre nossa própria experiência, e tentando contrapor o mundo de hoje ao de 1969, decidimos comparar a capacidade computacional disponível para os engenheiros da NASA na época com a que está disponível hoje.
O Computador de Orientação da Apollo (AGC - Apollo Guidance Computer), a bordo do módulo lunar, executava instruções a uma velocidade de cerca de 40 kHz (ou 0,00004 GHz), cerca de 100.000 vezes mais lenta do que a de um laptop de ponta de linha atual. Havia também um computador de tempo real semelhante, embutido no foguete Saturno V. Em terra, a NASA tinha acesso a alguns dos computadores mais poderosos da época: cinco computadores IBM 360/75 do tipo mainframe, cada um deles cerca de 250 vezes mais rápido do que o AGC. Eles rodavam praticamente 24h/dia na semana, calculando dados de lançamento e órbitas, monitorando dados biomédicos durante a missão, e realizando inúmeros outros cálculos.
Comparamos isso com o que o Google faz hoje e concluímos que:
Gasta-se aproximadamente a mesma computação para responder a uma busca no Google que toda a computação feita -- em voo e em terra -- para todo o programa Apollo!
Quando você entra com uma única pergunta na caixa de busca do Google, ou simplesmente a faz em seu telefone, você coloca em movimento tanta computação quanto a que foi necessária para enviar Neil Armstrong e 11 outros astronautas à Lua. Isso se refere não apenas aos voos efetivamente feitos, mas a toda a computação realizada ao longo do planejamento e execução dos onze anos e 17 missões do programa Apollo. Isso mostra quanto a computação avançou. É fácil não dar importância a isso, mas essa capacidade de computação ajuda a fazer do mundo um lugar melhor e abre as portas para coisas espantosas ainda por vir.
[É absolutamente fantástico e admirável o poder da inteligência humana! Da genialidade dos Isaac Newtons, Einsteins, Flemings, e tantos outros expoentes da inteligência do homem, aos gênios do Sputnik, da Nasa e alhures, a história da humanidade é pontilhada de exemplos admiráveis de nossa capacidade para descobrir e fazer coisas incríveis -- lamentavelmente usada também para ceifar vidas aos milhões.
A historiazinha acima me fez voltar aos meus tempos de régua de cálculo Hyperbolog na Fluminense e, já como engenheiro, aos estudos com os computadores IBM 1130 e -- o suprassumo da época -- o IBM 360. Ótimos tempos!!]
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quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Só Lula (o Nosso Pinóquio Acrobata), o PT, Lewandowski e Toffoli acham que não houve mensalão ...
Concluída a votação de hoje, o deputado João Paulo Cunha já foi condenado por 8 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) -- falta apenas o voto do ministro Ayres Britto -- por corrupção e peculato. Resta apenas saber a pena que lhe será imposta.
A votação de hoje, que felizmente "destoou" pela serenidade dos ministros votantes, começa a lavar a alma do país e a mostrar que a impunidade de políticos corruptos não é mais absoluta entre nós.
A votação de hoje desmascara definitivamente, por cínica e desavergonhada, a ética de fachada do PT e de seus principais dirigentes. Desnuda, pela milésima vez, um político demagogo, mentiroso reincidente e contumaz, aético, amoral, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA). Felizmente curado do câncer -- porque não desejo essa doença ao meu pior inimigo -- restam-lhe defeitos insanáveis de caráter e personalidade, com os quais se sente absolutamente feliz e à vontade. Até seu nariz, típico do lendário mentiroso com cujo nome o alcunhei, é incorrigível por qualquer cirurgia plástica por não ser material e físico, é algo muito mais profundo. A manifestação mais recente do caráter irremediavelmente corrompido do NPA deu-se há escassos três dias atrás, em entrevista ao jornal The New York Times, em que negou a existência do mensalão -- o Nosso Pinóquio Acrobata surfa em suas mentiras também no exterior.
Os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli pela absolvição de João Paulo Cunha, a rigor, não surpreenderam ninguém. No contexto de seu peculiar conceito de fidelidade, não necessariamente à Justiça, os dois vêm se esforçando bravamente para não decepcionar e muito menos irritar quem os conduziu à Suprema Corte do país.
Como o NPA conseguiu, também nesse julgamento do mensalão, escapar espantosamente do banco dos réus, falta agora a guilhotina (espada, para ele, é pouco) da Justiça cair sobre a cabeça de José Dirceu de Oliveira e Silva, sua eminência parda. Aí, então, poderemos saudar efusivamente o início de uma nova era na moralidade política do país.
A votação de hoje, que felizmente "destoou" pela serenidade dos ministros votantes, começa a lavar a alma do país e a mostrar que a impunidade de políticos corruptos não é mais absoluta entre nós.
A votação de hoje desmascara definitivamente, por cínica e desavergonhada, a ética de fachada do PT e de seus principais dirigentes. Desnuda, pela milésima vez, um político demagogo, mentiroso reincidente e contumaz, aético, amoral, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA). Felizmente curado do câncer -- porque não desejo essa doença ao meu pior inimigo -- restam-lhe defeitos insanáveis de caráter e personalidade, com os quais se sente absolutamente feliz e à vontade. Até seu nariz, típico do lendário mentiroso com cujo nome o alcunhei, é incorrigível por qualquer cirurgia plástica por não ser material e físico, é algo muito mais profundo. A manifestação mais recente do caráter irremediavelmente corrompido do NPA deu-se há escassos três dias atrás, em entrevista ao jornal The New York Times, em que negou a existência do mensalão -- o Nosso Pinóquio Acrobata surfa em suas mentiras também no exterior.
Os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli pela absolvição de João Paulo Cunha, a rigor, não surpreenderam ninguém. No contexto de seu peculiar conceito de fidelidade, não necessariamente à Justiça, os dois vêm se esforçando bravamente para não decepcionar e muito menos irritar quem os conduziu à Suprema Corte do país.
Como o NPA conseguiu, também nesse julgamento do mensalão, escapar espantosamente do banco dos réus, falta agora a guilhotina (espada, para ele, é pouco) da Justiça cair sobre a cabeça de José Dirceu de Oliveira e Silva, sua eminência parda. Aí, então, poderemos saudar efusivamente o início de uma nova era na moralidade política do país.
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Montadoras no Brasil deitam e rolam às nossas custas
[A reportagem de primeira página do Globo de hoje, que mostra a margem de lucro exorbitante praticada pelas montadoras no Brasil em relação ao resto do mundo, é tipicamente desses textos que nos deixam com a sensação de idiotas e duplamente revoltados (a revolta dupla é pela garfada e pelo fato de estarmos sendo feitos de parvos há tantos anos). É mais um exemplo inequívoco de como o brasileiro adora a história do "me engana que eu gosto" -- o governo e nós enchemos o peito com a pujança do nosso setor automobilístico, enquanto as montadoras deitam e rolam às nossas custas. Reproduzo abaixo a citada reportagem.]
Como se divide o preço de um veículo - (Ilustração: O Globo -- obs.: o "uma" veículo é erro de revisão do jornal).
Na garagem de casa, o carro da família pode ser o mesmo de americanos,
europeus, argentinos ou japoneses. Mas o preço certamente é muito
diferente. Margem de lucro maior, impostos elevados, altos custos de mão
de obra, de logística, de infraestrutura e de matérias-primas, falta de
competitividade, forte demanda e um consumidor disposto a pagar um
preço alto ajudam a explicar o porquê de o veículo aqui no Brasil chegar
a ser vendido por mais do que o dobro que lá fora. [Essa história de que um carro feito no Brasil é "idêntico" ao de mesmo nome e tipo feito lá fora é uma mentira deslavada -- no quesito "segurança", por exemplo, é sabido que inúmeros carros "made in Brazil" que aqui transitam são inferiores aos similares lá fora, e têm que ser modificados (= melhorados) para serem exportados. Carros populares vendidos no Brasil e na América Latina estão 20 anos atrasados, em termos de segurança, em relação aos comercializados na
Europa e nos Estados Unidos, segundo testes feitos pelo Latin NCAP. A notícia repercutiu em diversos sites noticiosos estrangeiros, como “The Washington Post” e “Financial Times“.]
Levantamento em cinco países — Brasil, EUA, Argentina, França e Japão —
mostrou que o carro brasileiro é sempre o mais caro. A diferença chega a
106,03% no Honda Fit vendido na França (onde se chama Honda Jazz).
Aqui, sai por R$ 57.480, enquanto lá, pelo equivalente a R$ 27.898,99. A
distância também é expressiva no caso do Nissan Frontier vendido nos
EUA. Aqui, custa R$ 121.390 — 91,31% a mais que os R$ 63.450,06 dos
americanos. Há cerca de duas semanas, a “Forbes” ridicularizou os preços
no Brasil, mostrando que um Jeep Grand Cherokee básico custa US$ 89.500
(R$ 179 mil) aqui, enquanto, por esse valor, em Miami, é possível
comprar três unidades do modelo, que custa US$ 28 mil. [O primeiro parágrafo da reportagem da Forbes, ("O ridículo Jeep Grand Cherokee de US$ 80.000 do Brasil") de 11/8/2012, já passa para os americanos e quem mais o ler a imagem do brasileiro com um enorme par de orelhas: "Alguém pode achar que pagar US$ 80.000 por um Jeep Grand Cherokee significa que ele vem equipado com asas e aros banhados em ouro, mas no Brasil ele vem no modelo standard".]
O setor teve o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido. O
incentivo terminaria sexta-feira, mas deve ser prorrogada por dois
meses.
Especialistas estimam que a margem de lucro das montadoras no Brasil
seja pelo menos o dobro que no exterior, por causa de um quadro de pouca
concorrência — ainda que já seja o quarto maior mercado de carros do
mundo, incluindo caminhões e ônibus, atrás de China, Estados Unidos e
Japão. O diretor-gerente da consultoria IHS Automotive no Brasil, Paulo
Cardamone, estima ganho de 10% do preço de um veículo no Brasil,
enquanto no mundo seria de 5%. Nos EUA, esse ganho é de 3%: "Lucro de montadora no Brasil é maior que em qualquer lugar do mundo,
pelo menos o dobro. O mercado automobilístico no Brasil é protegido,
taxam-se os importados e há concentração forte das vendas nas quatro
grandes marcas. Lá fora, as maiores têm cerca de 30% do mercado", afirma
ele.
Volkswagen, General Motors, Fiat e Ford — responderam por 81,8% dos 2,825 bilhões de carros vendidos no país em 2011 [aqui, temos outro erro bravo de revisão do Globo, que nesse item anda péssimo (só nessa reportagem são dois erros grosseiros), é evidente que se trata de 2,8 milhões de veículos]. "Existe uma demanda grande pelos veículos no Brasil, o que mantém os
preços em alta. Se a montadora sabe que há compradores, por que dar
desconto?", diz Milad Kalume Neto, gerente de atendimento da consultoria
Jato Dynamics do Brasil.
De todo modo, há outros vilões para preços tão elevados. O imposto é, de
praxe, apontado como o grande causador. Mas, mesmo descontando as
alíquotas, os consumidores nacionais ainda são os que precisariam pagar
mais para ter o bem. O preço do Nissan Frontier vendido no Brasil
cairia, por exemplo, de R$ 121.390 para R$ 81.209,91, ainda é mais que
França e EUA com impostos. "Não se pode ignorar o custo Brasil, que encarece toda a cadeia produtiva
com os problemas de logística e infraestrutura do país, além do custo
da mão de obra brasileira", diz José Caporal, consultor da Megadealer,
especializada no setor automotivo [essa história do "custo Brasil", que já virou pretexto caixa preta para tudo o que acontece de ruim na nossa indústria, precisa, e pode facilmente, ser esmiuçado no caso da indústria automobilística. Sua cadeia produtiva não é das mais complexas, e os itens que são grandes oneradores de preço podem ser facilmente identificados -- um deles, certamente, é o aço. Mas, há um item sobre o qual pouco se fala e que, certamente, é uma mina para as montadoras: são os royalties pagos às matrizes. Lembro-me sempre da resposta de um amigo, engenheiro mecânico que trabalhou na indústria automobilística, quando há tempos lhe perguntei por que todos os carros de um mesmo fabricante não têm caixas de marchas idênticas -- cada caixa diferente paga também royalties diferentes à matriz, respondeu-me ele.]
Imposto nos EUA é de até 9%
Segundo a Anfavea, a associação das montadoras, os impostos representam
cerca de 30% do preço dos veículos, considerando as alíquotas normais do
IPI. Nos carros 1.0, os impostos representam 27,1% do preço. Na faixa
de veículos entre 1.0 e 2.0, o peso dos impostos é de 30,4% para os que
rodam a gasolina e de 29,2% para motores flex e etanol. Acima de 2.0,
respondem por 36,4% e 33,1% do preço, respectivamente. Nos EUA, os
impostos são de até 9% do preço ao consumidor.
No Brasil, outro fator complicador é o fato de grande parte das compras
ser financiada. O consumidor se preocupa mais com o tamanho da parcela
que com o preço final do veículo. "Nosso carro ainda é muito caro, é um absurdo", afirma Adriana Marotti de
Mello, professora do Departamento de Administração da FEA/USP [este caso da oneração do preço do carro por causa do custo de seu financiamento é outra história, que absolutamente nada tem a ver com o preço de fábrica do veículo -- este é que é o busílis da questão. -- A tabela abaixo foi montada por mim, com base em tabela idêntica apresentada na pág. 23 da versão impressa do Globo].
AS DIFERENÇAS DE PREÇOS (Fonte: O Globo)
Honda Fit
Básico |
Peso do imposto no preço |
Diferença do modelo
brasileiro para os demais |
Preço (em R$) |
Brasil Argentina França EUA Japão |
25,6% 21% 19,6% 6% 5% |
-- 28,65% 106,03% 75,74% 69,65% |
57.480 [14.714,88 são
impostos] 44.678,55 27.898,99 32.706,43 33.880,49 |
Nissan Frontier (*) |
|
|
|
Brasil Argentina França EUA |
33,1% 21% 19,6% 6% |
-- 15,63% 57,60% 91,31% |
121.390 [40.180,09 são
impostos] 104.977,69 77.020,51 63.450,06 |
Chevrolet Cruze (*) |
|
|
|
Brasil Argentina França EUA |
25,6% 21% 19,6% 6% |
-- 13,46% 33,83% 73,28% |
73.957 [18.932,99 são
impostos] 65.185,25 55.262,13 42.679,41 |
(*)
Não são vendidos no Japão.
Obs.:
As alíquotas no Brasil consideram motor flex ou etanol, que tem taxa
menor
que
o motor apenas de gasolina.
TABELA
DE CONVERSÕES [Conversões feitas em 27 de agosto]
1
peso = R$ 0,44
1
euro = R$ 2,54
1
dólar = R$ 2,02
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Banda larga móvel registra 60 milhões de acessos em julho, diz Teleco
O número de acessos à internet via banda larga móvel chegou a 60,1 milhões em julho, segundo o Balanço da Banda Larga 2012, realizado pela
Huawei em parceria com a consultoria Teleco. No acumulado do ano, de
janeiro a julho, houve um crescimento de 46%.
A densidade da banda larga móvel alcançou a marca de 30% da população, de acordo com o balanço. Ou seja, 30 acessos para cada 100 habitantes. O número continua abaixo do de países desenvolvidos, que têm, em média, 56,5 acessos para cada 100 habitantes. A popularização dos smartphones é um dos fatores responsáveis pelo avanço do número de acessos à web via banda larga móvel. O preço médio destes aparelhos, entretanto, não tem apresentado quedas expressivas.
De acordo com a pesquisa, um smartphone custava, em média, R$ 1.054 no primeiro trimestre deste ano. No segundo trimestre, o preço médio cobrado por um aparelho desse tipo era de R$ 1.002, uma redução de 4,9%.
A densidade da banda larga móvel alcançou a marca de 30% da população, de acordo com o balanço. Ou seja, 30 acessos para cada 100 habitantes. O número continua abaixo do de países desenvolvidos, que têm, em média, 56,5 acessos para cada 100 habitantes. A popularização dos smartphones é um dos fatores responsáveis pelo avanço do número de acessos à web via banda larga móvel. O preço médio destes aparelhos, entretanto, não tem apresentado quedas expressivas.
De acordo com a pesquisa, um smartphone custava, em média, R$ 1.054 no primeiro trimestre deste ano. No segundo trimestre, o preço médio cobrado por um aparelho desse tipo era de R$ 1.002, uma redução de 4,9%.
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Governo prepara lei de greve para setor público
Diante da crise provocada pela paralisação de muitas categorias do
funcionalismo, a presidente Dilma Rousseff tomou a decisão política de tentar aprovar uma lei que regulamente as greves no setor público. A
investida deve começar depois que as negociações sobre o reajuste
salarial dos servidores forem concluídas e do envio da proposta de lei
orçamentária para 2013 ao Congresso. [Ver postagem anterior sobre o assunto.] - A iniciativa enfrentará novas resistências das centrais sindicais e
parlamentares de partidos da base aliada ligados aos trabalhadores. O
Executivo, entretanto, deve contar com o apoio da oposição no Congresso.
E aposta na rejeição da população às greves para obter o respaldo da
opinião pública e levar a ideia adiante. [Dª Dilma está sentindo na carne os efeitos do veneno que ela mesma ajudou a criar e potencializar. O projeto de lei de restrição ao direito de greve foi preparado pela
Advocacia-Geral da União em 2007, mas parou na Casa Civil, que, então comandada por Dilma Rousseff, não levou a proposta adiante. Mais uma prova de quão ruim é nossa ex-guerrilheira como estrategista -- o que me chateia é que não votei nela, e tenho que carregar essa mala ... . -- Em 30/11/2011, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) apresentou o PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 710 de 2011, que visava a disciplinar o exercício do direito de greve dos servidores públicos, previsto no inciso VII do art. 37 da Constituição Federal. Evidentemente, esse projeto empacou -- alguém imagina um governo petista dando chance a projeto de lei regulamentando greve em serviços públicos, ainda mais do PSDB?!]
Apesar da sinalização de Dilma, a proposta do Executivo ainda está em fase de elaboração. Num movimento para pacificar entendimentos da Justiça e uniformizar a legislação existente sobre o assunto, a ideia do governo é proibir paralisações de categorias armadas e garantir que serviços essenciais à população sejam mantidos pelo menos por uma parcela dos servidores responsáveis pela execução dessas atividades [Por que uma ex-guerrilheira fica tão cheia de dedos para fazer cumprir a Constituição?! A Constituição Federal em seu art. 142 § 3°, inciso IV diz textualmente "IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve"]. A lista de serviços considerados essenciais pelo governo abrange 24 áreas. Pelo projeto, os servidores terão de manter em funcionamento a distribuição de energia elétrica e gás, o abastecimento de água, as telecomunicações, a inspeção agropecuária, a arrecadação, o controle de fronteiras e do tráfego aéreo e a inspeção de estabelecimentos industriais e comerciais.
A presidente quer regulamentar o corte do ponto dos grevistas, assim como incluir no projeto a possibilidade de substituição dos grevistas por outros trabalhadores. Essa última medida já está prevista em decreto editado recentemente. "Tem que ter uma lei. Do jeito que está hoje o sujeito acha que pode ficar 60 dias em greve e acha absurdo o governo cortar o ponto", comentou uma autoridade do governo. "Se os servidores tiverem só direitos e não deveres, aí fica difícil". [Apesar de toda essa essa encenação e essa coreografia de "durona", nossa ex-quase-Dama de Ferro já deu uma afrouxada que deve ter soado como música aos ouvidos dos grevistas: ela prometeu devolver o ponto cortado, se os dias de greve forem compensados. Pelo jeito, Dª Dilma ainda acredita em Papai Noel e Branca de Neve -- ganha um doce quem adivinhar quem irá atestar que houve a tal "compensação"...
Nossa ex-guerrilheira devia mirar-se no exemplo fantástico de Ronald Reagan. Em 03/8/1981, 13.000 dos 17.500 controladores de voo da Professional Air Traffic Controllers Organization (PATCO) entraram em greve, contrariando lei que lhes barrava esse direito. Reagan deu-lhes 48 h para voltarem ao trabalho, ou seriam demitidos. Os grevistas não fizeram fé no cowboy de Hollywood, pagaram p'ra ver e quebraram a cara: Reagan demitiu todos os 13.000 grevistas e montou um esquema alternativo completamente bem sucedido, com o apoio dos que não aderiram à greve e das empresas aéreas gravemente afetadas pela paralização. Pergunta se alguém do serviço público americano, depois disso, fez alguma outra greve maciça ...]
Os sindicalistas já se preparam para tentar barrar a Lei de Greve, assim como o fizeram durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva [o Nosso Pinóquio Acrobata - NPA].
As centrais sindicais querem que o governo regulamente a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual normatiza a negociação coletiva no serviço público. Argumentam que, antes de assegurar o direito do trabalhador de negociar sua pauta de reivindicações, o governo busca criar instrumentos de punição. "É uma inversão de valores. Estou acompanhando o assunto com bastante preocupação", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "O que o governo deveria fazer é regulamentar o direito a negociação. É muito mais eficaz e tem muito mais a ver para com o que este governo foi eleito". [Esta última frase embute ameaça, chantagem e calhordice -- ou haveria algum conchavo de gaveta entre o NPA e os sindicatos, que estaria sendo agora cobrado de Dilma?...].
Os sindicalistas acreditam que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, convocará em breve reunião com o setor para tratar do assunto. Mas eles apresentam resistências à agenda, argumentando que a maior parte das greves só é deflagrada como um meio para abrir negociações que o governo tenta evitar.
O mesmo tipo de pressão das centrais ocorreu em 2007. Auxiliares de Lula tentaram levar adiante a aprovação de uma Lei de Greve, mas o anteprojeto preparado foi engavetado. Uma autoridade que trabalhou no governo anterior e foi mantido na administração Dilma conta, por exemplo, que não é incomum ministros receberem telefonemas de deputados da base aliada com pedidos para o governo não cortar o ponto dos servidores grevistas.
A minuta da proposta do governo Lula previa, por exemplo, que a aprovação da deflagração de greves do funcionalismo público só poderia ocorrer em assembleias que contassem com a presença de mais de dois terços das categorias mobilizadas. Além disso, a declaração do "estado de greve" só poderia ser feita depois de o governo ignorar a pauta de reivindicações dos servidores por dez dias úteis.
O anteprojeto também estabelecia que as autoridades precisariam ser avisadas da greve com antecedência, sobretudo se as paralisações fossem atingir serviços essenciais à população. De acordo com a minuta, caberia aos trabalhadores informar a sociedade por meio dos meios de comunicação sobre a motivação da greve, a extensão dos serviços suspensos e as atividades mantidas em funcionamento. A proposta elaborada no governo Lula também previa o cômputo das faltas como "ausências injustificadas", e a obrigatoriedade da manutenção de pelo menos 40% da força de trabalho dos órgãos responsáveis por serviços "inadiáveis" afetados pelas greves.
Apesar da sinalização de Dilma, a proposta do Executivo ainda está em fase de elaboração. Num movimento para pacificar entendimentos da Justiça e uniformizar a legislação existente sobre o assunto, a ideia do governo é proibir paralisações de categorias armadas e garantir que serviços essenciais à população sejam mantidos pelo menos por uma parcela dos servidores responsáveis pela execução dessas atividades [Por que uma ex-guerrilheira fica tão cheia de dedos para fazer cumprir a Constituição?! A Constituição Federal em seu art. 142 § 3°, inciso IV diz textualmente "IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve"]. A lista de serviços considerados essenciais pelo governo abrange 24 áreas. Pelo projeto, os servidores terão de manter em funcionamento a distribuição de energia elétrica e gás, o abastecimento de água, as telecomunicações, a inspeção agropecuária, a arrecadação, o controle de fronteiras e do tráfego aéreo e a inspeção de estabelecimentos industriais e comerciais.
As 24 áreas de serviços públicos consideradas essenciais pelo governo e que não poderiam ter sua operação interrompida por greve - (Fonte: Valor Econômico).
A presidente quer regulamentar o corte do ponto dos grevistas, assim como incluir no projeto a possibilidade de substituição dos grevistas por outros trabalhadores. Essa última medida já está prevista em decreto editado recentemente. "Tem que ter uma lei. Do jeito que está hoje o sujeito acha que pode ficar 60 dias em greve e acha absurdo o governo cortar o ponto", comentou uma autoridade do governo. "Se os servidores tiverem só direitos e não deveres, aí fica difícil". [Apesar de toda essa essa encenação e essa coreografia de "durona", nossa ex-quase-Dama de Ferro já deu uma afrouxada que deve ter soado como música aos ouvidos dos grevistas: ela prometeu devolver o ponto cortado, se os dias de greve forem compensados. Pelo jeito, Dª Dilma ainda acredita em Papai Noel e Branca de Neve -- ganha um doce quem adivinhar quem irá atestar que houve a tal "compensação"...
Nossa ex-guerrilheira devia mirar-se no exemplo fantástico de Ronald Reagan. Em 03/8/1981, 13.000 dos 17.500 controladores de voo da Professional Air Traffic Controllers Organization (PATCO) entraram em greve, contrariando lei que lhes barrava esse direito. Reagan deu-lhes 48 h para voltarem ao trabalho, ou seriam demitidos. Os grevistas não fizeram fé no cowboy de Hollywood, pagaram p'ra ver e quebraram a cara: Reagan demitiu todos os 13.000 grevistas e montou um esquema alternativo completamente bem sucedido, com o apoio dos que não aderiram à greve e das empresas aéreas gravemente afetadas pela paralização. Pergunta se alguém do serviço público americano, depois disso, fez alguma outra greve maciça ...]
Os sindicalistas já se preparam para tentar barrar a Lei de Greve, assim como o fizeram durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva [o Nosso Pinóquio Acrobata - NPA].
As centrais sindicais querem que o governo regulamente a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual normatiza a negociação coletiva no serviço público. Argumentam que, antes de assegurar o direito do trabalhador de negociar sua pauta de reivindicações, o governo busca criar instrumentos de punição. "É uma inversão de valores. Estou acompanhando o assunto com bastante preocupação", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "O que o governo deveria fazer é regulamentar o direito a negociação. É muito mais eficaz e tem muito mais a ver para com o que este governo foi eleito". [Esta última frase embute ameaça, chantagem e calhordice -- ou haveria algum conchavo de gaveta entre o NPA e os sindicatos, que estaria sendo agora cobrado de Dilma?...].
Os sindicalistas acreditam que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, convocará em breve reunião com o setor para tratar do assunto. Mas eles apresentam resistências à agenda, argumentando que a maior parte das greves só é deflagrada como um meio para abrir negociações que o governo tenta evitar.
O mesmo tipo de pressão das centrais ocorreu em 2007. Auxiliares de Lula tentaram levar adiante a aprovação de uma Lei de Greve, mas o anteprojeto preparado foi engavetado. Uma autoridade que trabalhou no governo anterior e foi mantido na administração Dilma conta, por exemplo, que não é incomum ministros receberem telefonemas de deputados da base aliada com pedidos para o governo não cortar o ponto dos servidores grevistas.
A minuta da proposta do governo Lula previa, por exemplo, que a aprovação da deflagração de greves do funcionalismo público só poderia ocorrer em assembleias que contassem com a presença de mais de dois terços das categorias mobilizadas. Além disso, a declaração do "estado de greve" só poderia ser feita depois de o governo ignorar a pauta de reivindicações dos servidores por dez dias úteis.
O anteprojeto também estabelecia que as autoridades precisariam ser avisadas da greve com antecedência, sobretudo se as paralisações fossem atingir serviços essenciais à população. De acordo com a minuta, caberia aos trabalhadores informar a sociedade por meio dos meios de comunicação sobre a motivação da greve, a extensão dos serviços suspensos e as atividades mantidas em funcionamento. A proposta elaborada no governo Lula também previa o cômputo das faltas como "ausências injustificadas", e a obrigatoriedade da manutenção de pelo menos 40% da força de trabalho dos órgãos responsáveis por serviços "inadiáveis" afetados pelas greves.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Receita de times brasileiros pode alcançar europeus em breve
[O texto abaixo é da autoria de Marcela Ayres e foi publicado hoje no site Exame.com]
Campeonatos milionários, jogadores idem. A Europa é reconhecidamente um campo em que a bola rola redonda para os negócios do futebol - e as somas movimentadas no velho continente são uma prova disso. Mas o Brasil está perto de chegar lá.
Segundo o consultor em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, os 20 maiores clubes daqui ocupam o sexto lugar do ranking mundial de receitas, com 1,89 bilhão de reais embolsados na temporada 2010-11. A expectativa é que o grupo suba para o quinto lugar em dois anos, desbancando a liga premium da França, que faturou 2,39 bilhões no mesmo período.
Dados da Delloite colocam os principais clubes da Inglaterra no primeiro lugar do pódio entre o que mais ganham com futebol, com receitas de 5,87 bilhões de reais em 2011. Em seguida, aparecem os times de elite da Alemanha (4,02 bilhões), Espanha (3,95 bilhões) e Itália (3,57 bilhões).
Como o Brasil não conta com uma liga formal, como na Europa, Somoggi consolidou os números dos 20 maiores times brasileiros, somando os ganhos com direitos de TV, marketing, clube social e estádio. Como resultado, apareceram no grupo clubes como Flamengo, Internacional e Santos. Nas últimas posições da lista, estão Avaí, Vitória e Portuguesa. Embora a força das equipes seja grande, já que os 20 nomes representam a maior força financeira do futebol global fora da Europa, as receitas individuais dos clubes nacionais ainda estão muito distantes das apresentadas pelos maiores times do mundo.
Líder entre brasileiros, o Corinthians faturou 231 milhões de reais em 2011. A cifra é inferior a de clubes médios da Europa, como o Atlético de Madrid, Stuttgart, Aston Villa e Benfica. O São Paulo, segundo do Brasil, ficou atrás de clubes como Everton, West Hum e Sunderland.
Na visão de Somoggi, há espaço para os times engordarem o caixa, de olho em negócios que já são explorados maciçamente no futebol europeu. Na área de mídia, em que são incorporados os ganhos com direitos de TV, além de ações promocionais nos sites oficiais, no Facebook e Twitter, Somoggi acredita na expansão de iniciativas de e-commerce, ainda incipientes no Brasil.
Por aqui, os ganhos com a transmissão na televisão ainda respondem pela maior parte do bolo embolsado pelos clubes – embora em volume muito inferior ao movimentado na Europa.
Para o consultor, o marketing dos times europeus se alimenta da escala
global de negócios. Não por menos, propagandas com astros do futebol que
jogam na Europa têm apelo no mundo inteiro. Para os clubes, o volume
gerado se equipara ao recebido com contratos de mídia. No Brasil, por
outro lado, os times ganham muito mais com acordos de TV. Mas como o
momento é de crise financeira na Europa, o país pode se beneficiar de um
ambiente econômico mais fraco no exterior, atraindo patrocinadores
globais e novos investidores.
Campeonatos milionários, jogadores idem. A Europa é reconhecidamente um campo em que a bola rola redonda para os negócios do futebol - e as somas movimentadas no velho continente são uma prova disso. Mas o Brasil está perto de chegar lá.
Segundo o consultor em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, os 20 maiores clubes daqui ocupam o sexto lugar do ranking mundial de receitas, com 1,89 bilhão de reais embolsados na temporada 2010-11. A expectativa é que o grupo suba para o quinto lugar em dois anos, desbancando a liga premium da França, que faturou 2,39 bilhões no mesmo período.
Dados da Delloite colocam os principais clubes da Inglaterra no primeiro lugar do pódio entre o que mais ganham com futebol, com receitas de 5,87 bilhões de reais em 2011. Em seguida, aparecem os times de elite da Alemanha (4,02 bilhões), Espanha (3,95 bilhões) e Itália (3,57 bilhões).
Como o Brasil não conta com uma liga formal, como na Europa, Somoggi consolidou os números dos 20 maiores times brasileiros, somando os ganhos com direitos de TV, marketing, clube social e estádio. Como resultado, apareceram no grupo clubes como Flamengo, Internacional e Santos. Nas últimas posições da lista, estão Avaí, Vitória e Portuguesa. Embora a força das equipes seja grande, já que os 20 nomes representam a maior força financeira do futebol global fora da Europa, as receitas individuais dos clubes nacionais ainda estão muito distantes das apresentadas pelos maiores times do mundo.
Líder entre brasileiros, o Corinthians faturou 231 milhões de reais em 2011. A cifra é inferior a de clubes médios da Europa, como o Atlético de Madrid, Stuttgart, Aston Villa e Benfica. O São Paulo, segundo do Brasil, ficou atrás de clubes como Everton, West Hum e Sunderland.
Na visão de Somoggi, há espaço para os times engordarem o caixa, de olho em negócios que já são explorados maciçamente no futebol europeu. Na área de mídia, em que são incorporados os ganhos com direitos de TV, além de ações promocionais nos sites oficiais, no Facebook e Twitter, Somoggi acredita na expansão de iniciativas de e-commerce, ainda incipientes no Brasil.
Por aqui, os ganhos com a transmissão na televisão ainda respondem pela maior parte do bolo embolsado pelos clubes – embora em volume muito inferior ao movimentado na Europa.
Maiores receitas de mídia em 2011 (R$)
Europa | Brasil (apenas com direitos de TV) | |||
---|---|---|---|---|
1 | Barcelona - 423 milhões | Corinthians - 112 milhões | ||
2 | Real Madrid - 422 milhões | Flamengo - 94 milhões | ||
3 | Manchester United - 304 milhões | São Paulo - 67 milhões | ||
4 | Inter de Milão - 286 milhões | Vasco da Gama - 66 milhões | ||
5 | Chelsea - 258 milhões | Santos - 59 milhões |
Maiores receitas com marketing em 2011 (R$)
Europa | Brasil | |||||
---|---|---|---|---|---|---|
1 | Bayern de Munique - 409 milhões | Corinthians - 58 milhões | ||||
2 | Real Madrid - 397 milhões | Palmeiras - 49 milhões | ||||
3 | Barcelona - 359 milhões | Flamengo - 44 milhões | ||||
4 | Manchester United - 263 milhões | Santos - 42 milhões | ||||
5 | AC Milan - 211 milhões | São Paulo - 41 milhões |
Finalmente, o ganho com o desembolso dos torcedores em dia de jogos
ainda engatinha. Somoggi defende que o conceito de "matchday revenue",
em que a receita é incrementada em "uma atmosfera de consumo e
entretenimento", vá crescer com a construção de novos estádios para a
Copa de 2014. "O segredo é conseguir mapear todas as receitas da arena
multiuso e explorá-las corretamente, adequando-as à demanda local", diz o
consultor. Considerado exemplo de sucesso por aqui, o São Paulo ganha
com o Morumbi quase cinco vezes menos que o Real Madrid, na Espanha.
Maiores receitas com estádio em 2011 (R$)
Europa | Brasil | |
---|---|---|
1 | Real Madrid - 284 milhões | São Paulo - 60 milhões |
2 | Manchester United - 277 milhões | Santos - 38 milhões |
3 | Barcelona - 255 milhões | Corinthians - 27 milhões |
4 | Arsenal - 237 milhões | Flamengo - 14 milhões |
5 | Chelsea - 172 milhões | Vasco da Gama - 13 milhões |
Fontes: Delloite (Europa) e Amir Somoggi (Brasil)
[O problema do artigo acima é que ele aborda apenas o lado da receita dos clubes brasileiros, e esse dado isolado não retrata a situação econômico-financeira de organização alguma. Todos sabemos da quase absoluta predominância da péssima gestão administrativo-financeira de nossos times de futebol, praticamente todos eles com receitas seriamente comprometidas e penhoradas por conta de dívidas trabalhistas, com o INSS, etc. Vejamos as tabelas abaixo, retiradas do artigo "A Gestão de Clubes de Futebol –Regulação, Modernização e Desafios para o Esporte no Brasil", por Manoel Henrique de Amorim Filho, publicado em 16 de julho de 2012 e que reproduzo parcialmente a seguir:
Indicadores Financeiros dos Clubes Brasileiros - clique na imagem para ampliá-la.
Para comparação, o autor apresenta na Tabela 2 as métricas financeiras,
evidenciadas em dólar americano para Barcelona, Real Madrid, Arsenal e
Bayern de Munique. A escolha desses clubes foi feita em função de todos
estarem entre os cinco primeiros no ranking de receitas na temporada
2010/2011, conforme a publicação da Football Money League.
Indicadores Financeiros de Clubes Europeus - clique na imagem para ampliá-la.
Na Tabela 3, é apresentada a razão da receita anual para cada um dos
clubes pesquisados sobre as respectivas médias de público nos
campeonatos nacionais. Os valores apresentados são indicativos da
efetividade de exploração das marcas dos clubes e capturam a receita
além da bilheteria, em especial as receitas com transferência de
atletas. Nota-se que os clubes de São Paulo, além do Internacional, são
aqueles que mais se aproximam da realidade dos times europeus.
Receita Anual Média de Público, considerando apenas o Campeonato Nacional - clique na imagem para ampliá-la.
A despeito de ser o “país do futebol” e do advento de um mercado
consumidor doméstico que emergiu nos últimos anos, observa-se que o
público nos jogos da Série A do Campeonato Brasileiro está muito aquém
da fama do futebol nacional. A Tabela 4 mostra que a média de público da
primeira divisão do campeonato, em 2010, foi menor do que aquela
observada no campeonato argentino do mesmo ano, tendo sido também
superada pelo campeonato holandês de 2009/2010, pela Série B do
campeonato inglês de 2010/2011 e pela liga norte americana em 2010.
Nota-se, ainda, que a média de público da Série A do Campeonato
Brasileiro supera somente a segunda divisão do campeonato alemão e as
médias de público dos campeonatos escocês e português.
Total e Média de Público nos Principais Campeonatos Nacionais de Futebol - clique na imagem para ampliá-la.
Outra análise interessante feita pelos estudiosos é que há uma forte correlação entre o crescimento das receitas e o crescimento com os custos salariais. Resumidamente, percebe-se que a geração de riqueza no
futebol em grande parte termina por se concentrar nas mãos de alguns, em
especial dos atletas mais habilidosos, e provavelmente de seus
empresários e agentes.
A permanência dos clubes como entidades de prática esportiva sem fins
lucrativos não é impeditiva para que haja excelência na gestão dos
negócios no futebol. Todavia, para que os clubes possam se fortalecer
institucionalmente e proporcionem retornos efetivos à sociedade, tendo
em vista os recursos púbicos e privados de que fazem uso, é
indispensável que os mecanismos de responsabilização e de cobranças
sejam devidamente constituídos.]
Com Kenexa, IBM entra no mercado de softwares de RH na web
A IBM comprará a Kenexa por cerca de 1,3 bilhão de dólares com o objetivo de adentrar no mercado de softwares de recursos humanos, numa manobra que
provavelmente intensificará a competição com a Oracle e com a SAP, que
entrou recentemente no setor.
O acordo é representativo da importância colocada por gigantes do setor tecnológico de crescimento lento sobre desenvolvedoras de software baseados na web, que contam com taxas de crescimento mais elevadas. Além disso, seus produtos são menos vulneráveis a crises econômicas, já que não há custos ligados a licenciamento de programas, hardware dedicado ou instalação.
A alemã SAP comprou a SuccessFactors, concorrente da Kenexa, por 3,4 bilhões de dólares em dinheiro em dezembro passado, enquanto a Oracle comprou a rival Taleo Corp por cerca de 1,9 bilhão de dólares em fevereiro. As duas companhias fizeram outras aquisições de empresas que lidam com computação em nuvem, incluindo a RightNow Technologies e a Ariba.
A ação da Kenexa chegou a disparar quase 42 por cento, igual ao ágio oferecido, atingindo uma máxima histórica de 45,92 dólares na New York Stock Exchange nesta segunda-feira. O papel da Cornerstone OnDemand, que opera no mesmo setor, tinha alta de 6,73 por cento a 26,8 dólares às 15h42 (horário de Brasília).
O acordo é representativo da importância colocada por gigantes do setor tecnológico de crescimento lento sobre desenvolvedoras de software baseados na web, que contam com taxas de crescimento mais elevadas. Além disso, seus produtos são menos vulneráveis a crises econômicas, já que não há custos ligados a licenciamento de programas, hardware dedicado ou instalação.
A alemã SAP comprou a SuccessFactors, concorrente da Kenexa, por 3,4 bilhões de dólares em dinheiro em dezembro passado, enquanto a Oracle comprou a rival Taleo Corp por cerca de 1,9 bilhão de dólares em fevereiro. As duas companhias fizeram outras aquisições de empresas que lidam com computação em nuvem, incluindo a RightNow Technologies e a Ariba.
A ação da Kenexa chegou a disparar quase 42 por cento, igual ao ágio oferecido, atingindo uma máxima histórica de 45,92 dólares na New York Stock Exchange nesta segunda-feira. O papel da Cornerstone OnDemand, que opera no mesmo setor, tinha alta de 6,73 por cento a 26,8 dólares às 15h42 (horário de Brasília).
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Samsung perde mais de US$ 12 bilhões após derrota judicial
A Samsung
Electronics fechou em queda de 7,45 por cento nesta segunda-feira e
perdeu 12 bilhões de dólares em valor de mercado, após a vitória
judicial da Apple em uma disputa sobre patentes ter levantado temores
sobre o negócio de smartphones da companhia sul-coreana, que tem nos
celulares inteligentes a maior fonte de receita.
A Samsung, que vai recorrer da decisão, terá que pagar 1,05 bilhão de dólares à Apple porque o júri concluiu que tinha copiado características fundamentais do iPhone e iPad e que poderia proibir a venda de produtos-chave da empresa sul-coreana.
"Ainda há uma série de variáveis, incluindo a decisão final, que vai demorar pelo menos um mês em relação ao recente veredicto, e sobre se haverá proibição de vendas dos principais produtos da Samsung como o celular Galaxy S3", disse um gestor de recursos na Coreia do Sul que era um dos principais investidores institucionais na Samsung no fim de março.
A Samsung, maior empresa de tecnologia do mundo em receita, viu suas ações caírem até 8 por cento na mínima do pregão, sua maior baixa diária em quase quatro anos. O volume de ações negociado também foi expressivo, sendo quase quatro vezes a média da semana passada e o maior diário desde outubro de 2008.
A Samsung, que vai recorrer da decisão, terá que pagar 1,05 bilhão de dólares à Apple porque o júri concluiu que tinha copiado características fundamentais do iPhone e iPad e que poderia proibir a venda de produtos-chave da empresa sul-coreana.
"Ainda há uma série de variáveis, incluindo a decisão final, que vai demorar pelo menos um mês em relação ao recente veredicto, e sobre se haverá proibição de vendas dos principais produtos da Samsung como o celular Galaxy S3", disse um gestor de recursos na Coreia do Sul que era um dos principais investidores institucionais na Samsung no fim de março.
A Samsung, maior empresa de tecnologia do mundo em receita, viu suas ações caírem até 8 por cento na mínima do pregão, sua maior baixa diária em quase quatro anos. O volume de ações negociado também foi expressivo, sendo quase quatro vezes a média da semana passada e o maior diário desde outubro de 2008.
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EUA venderam em 2011 mais armas do que nunca
[Um ditado do século IV d.C -- si vis pacem, para bellum (se queres a paz, prepara-te para a guerra) -- cai sob medida tanto para os compradores quanto para os vendedores de armas. Que o digam os EUA, que em 2011 encheram a burra, vendendo armas como nunca, como relata o jornal espanhol El País -- os americanos são os 'pacifistas" mais belicistas do planeta. A pomba da paz dos EUA, que se autoproclamaram xerifes do mundo, voa vestida de colete à prova de balas de última geração e capacete com visor noturno.]
A venda de armas pelos EUA bateram um recorde histórico em 2011, atingindo cerca de 78% do comércio mundial correspondente. No ano passado, os americanos venderam ao exterior mais armas do que nunca, num total de US$ 66,3 bilhões (cerca de 53 bilhões de euros) segundo o The New York Times. A Rússia ocupou um distante segundo lugar, com US$ 4,8 bilhões. Os principais destinatários desse armamento (sobretudo sistemas de mísseis avançados e aviões de última geração) foram a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e Omã, países aliados do Golfo Pérsico preocupados com os avanços do programa nuclear iraniano.
As cifras das vendas de armamentos triplicam as de 2010, quando foram vendidos US$ 21,4 bilhões (cerca de € 17 bilhões), segundo o estudo citado pelo The New York Times, realizado pelo Serviço de Pesquisas do Congresso, uma divisão da Biblioteca do Congresso americano. Um aumento anterior relevante na venda de armas se deu em 2009, quando as exportações alcançaram US$ 31 bilhões (cerca de € 24,7 bilhões). Ainda que a crise financeira global tenha feito as vendas de armamentos caírem, as tensões crescentes provocadas pelo desenvolvimento nuclear iraniano reativaram esse tipo de comércio.
Os EUA venderam à Arábia Saudita um sistema antimísseis e 84 aviões F-15, além de "dezenas" de helicópteros Apache, Black Hawk e Chinook, num valor global de US$ 33,4 bilhões [ou seja, a Arábia Saudita sozinha comprou 50,4% das exportações de armas americanas em 2011!].
Os Emirados Árabes Unidos pagaram US$ 4,429 bilhões por um sistema antimísseis e 16 helicópteros Chinook, enquanto Omã comprou 18 aviões de combate F-16, entre outras armas, por US$ 1,4 bilhão. Além disso, os EUA venderam US$ 4,1 bilhões em aviões de transporte C-17 à Índia e outros US$ 2 bilhões de baterias antimísseis Patriot a Taiwan.
A venda de armas pelos EUA bateram um recorde histórico em 2011, atingindo cerca de 78% do comércio mundial correspondente. No ano passado, os americanos venderam ao exterior mais armas do que nunca, num total de US$ 66,3 bilhões (cerca de 53 bilhões de euros) segundo o The New York Times. A Rússia ocupou um distante segundo lugar, com US$ 4,8 bilhões. Os principais destinatários desse armamento (sobretudo sistemas de mísseis avançados e aviões de última geração) foram a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e Omã, países aliados do Golfo Pérsico preocupados com os avanços do programa nuclear iraniano.
As cifras das vendas de armamentos triplicam as de 2010, quando foram vendidos US$ 21,4 bilhões (cerca de € 17 bilhões), segundo o estudo citado pelo The New York Times, realizado pelo Serviço de Pesquisas do Congresso, uma divisão da Biblioteca do Congresso americano. Um aumento anterior relevante na venda de armas se deu em 2009, quando as exportações alcançaram US$ 31 bilhões (cerca de € 24,7 bilhões). Ainda que a crise financeira global tenha feito as vendas de armamentos caírem, as tensões crescentes provocadas pelo desenvolvimento nuclear iraniano reativaram esse tipo de comércio.
Os EUA venderam à Arábia Saudita um sistema antimísseis e 84 aviões F-15, além de "dezenas" de helicópteros Apache, Black Hawk e Chinook, num valor global de US$ 33,4 bilhões [ou seja, a Arábia Saudita sozinha comprou 50,4% das exportações de armas americanas em 2011!].
Os Emirados Árabes Unidos pagaram US$ 4,429 bilhões por um sistema antimísseis e 16 helicópteros Chinook, enquanto Omã comprou 18 aviões de combate F-16, entre outras armas, por US$ 1,4 bilhão. Além disso, os EUA venderam US$ 4,1 bilhões em aviões de transporte C-17 à Índia e outros US$ 2 bilhões de baterias antimísseis Patriot a Taiwan.
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Teles buscam maior controle da Internet
A explosão do tráfego de dados nas redes de comunicação - principalmente
fotos e vídeos - sobrecarregou a infraestrutura e abriu uma disputa comercial entre operadores de telecomunicações e grandes grupos da internet sobre quem deve pagar a conta dos investimentos necessários para a expansão. Segundo a União Internacional de Telecomunicações, será
preciso alocar US$ 800 bilhões em redes nos próximos cinco anos para
que a internet não pare.
As operadoras dizem que os investimentos devem ser repartidos com as empresas de internet, como Google, Yahoo e Facebook. O argumento é que boa parte do tráfego é gerado por serviços como o YouTube, do Google, e o Skype, da Microsoft, e que seria justo que essas companhias colaborassem na expansão. Carol Conway, diretora de assuntos regulatórios do grupo Folha, discorda e diz que as teles detêm mais de 66% das receitas dos serviços de banda larga, com margens operacionais em torno de 30%, o suficiente para investir mais.
As teles querem também mudar o preceito que impera na internet de que todos os dados têm igual tratamento no tráfego. Um usuário que passa a noite fazendo download de filmes e músicas, segundo elas, deveria pagar mais do que aquele que só acessa o e-mail. Para os opositores, isso transferiria para as teles o poder de definir o que é prioritário na internet.
Se você nunca ouviu falar em neutralidade de rede, é bom prestar atenção ao assunto. O tema envolve um debate sobre quem controla o tráfego na web, e tem como pano de fundo uma disputa comercial entre operadoras de telecomunicações e grandes grupos de internet, que ameaça explodir nos próximos meses. Isso tudo pode parecer distante do dia a dia das pessoas comuns, mas dessa discussão depende a maneira como todos nós vamos acessar a internet no futuro - e quanto vamos pagar para fazer isso.
O problema básico é a explosão do tráfego de dados nas redes de comunicação - principalmente fotos e vídeos -, que passaram a sobrecarregar a infraestrutura existente, causando lentidão no acesso à internet. É um problema que só tende a se agravar. A previsão da Cisco, fabricante americana de equipamentos para redes, é que em 2016 circularão mensalmente 1,3 zetabyte de dados por meio de redes fixas e móveis em todo o mundo, quatro vezes mais que os 369 exabytes atuais. No Brasil, o caso é ainda mais grave: a expectativa é de um aumento de oito vezes, para 3,5 exabytes mensais em 2016. Para comparação, 1 exabyte equivale a 250 milhões de DVDs. Já 1 zetabyte tem 1.000 exabytes, que comportam 250 bilhões de DVDs.
Para dar conta desse movimento, a previsão da União Internacional de Telecomunicações (UIT) é que serão necessários investimentos em rede da ordem de US$ 800 bilhões nos próximos cinco anos, sem os quais a internet pode parar.
As operadoras dizem que os investimentos devem ser repartidos com as empresas de internet, como Google, Yahoo e Facebook. O argumento é que boa parte do tráfego é gerado por serviços como o YouTube, do Google, e o Skype, da Microsoft, e que seria justo que essas companhias colaborassem na expansão. Carol Conway, diretora de assuntos regulatórios do grupo Folha, discorda e diz que as teles detêm mais de 66% das receitas dos serviços de banda larga, com margens operacionais em torno de 30%, o suficiente para investir mais.
As teles querem também mudar o preceito que impera na internet de que todos os dados têm igual tratamento no tráfego. Um usuário que passa a noite fazendo download de filmes e músicas, segundo elas, deveria pagar mais do que aquele que só acessa o e-mail. Para os opositores, isso transferiria para as teles o poder de definir o que é prioritário na internet.
Se você nunca ouviu falar em neutralidade de rede, é bom prestar atenção ao assunto. O tema envolve um debate sobre quem controla o tráfego na web, e tem como pano de fundo uma disputa comercial entre operadoras de telecomunicações e grandes grupos de internet, que ameaça explodir nos próximos meses. Isso tudo pode parecer distante do dia a dia das pessoas comuns, mas dessa discussão depende a maneira como todos nós vamos acessar a internet no futuro - e quanto vamos pagar para fazer isso.
O problema básico é a explosão do tráfego de dados nas redes de comunicação - principalmente fotos e vídeos -, que passaram a sobrecarregar a infraestrutura existente, causando lentidão no acesso à internet. É um problema que só tende a se agravar. A previsão da Cisco, fabricante americana de equipamentos para redes, é que em 2016 circularão mensalmente 1,3 zetabyte de dados por meio de redes fixas e móveis em todo o mundo, quatro vezes mais que os 369 exabytes atuais. No Brasil, o caso é ainda mais grave: a expectativa é de um aumento de oito vezes, para 3,5 exabytes mensais em 2016. Para comparação, 1 exabyte equivale a 250 milhões de DVDs. Já 1 zetabyte tem 1.000 exabytes, que comportam 250 bilhões de DVDs.
Para dar conta desse movimento, a previsão da União Internacional de Telecomunicações (UIT) é que serão necessários investimentos em rede da ordem de US$ 800 bilhões nos próximos cinco anos, sem os quais a internet pode parar.
Raio X de telecomunicações (clique na imagem para ampliá-la) - Fonte: Valor Econômico.
As operadoras de telecomunicações dizem que essa conta deve ser
repartida com as empresas de internet, como Google, Yahoo e Facebook. O
argumento é que boa parte do tráfego é gerado por serviços como o
YouTube, do Google, e o Skype, da Microsoft, e que seria justo que essas
companhias respondessem por parte do aumento da infraestrutura. Para muitos, o argumento não se justifica. No 9º Congresso Brasileiro de
Jornais, realizado no início da semana, em São Paulo, Carol Conway,
diretora de assuntos regulatórios do grupo Folha, disse que as empresas
de telecomunicação detêm mais de 66% das receitas dos serviços de banda
larga, com margens operacionais em torno de 30%, o suficiente para
investir mais na infraestrutura.
A questão do investimento é apenas parte da história. Desde os anos 90,
quando a internet ganhou escala global, prevalece a premissa de que
todos os dados devem receber o mesmo tratamento em termos de tráfego -
não importa a natureza deles, ou se o usuário paga mais ou menos à tele
para obter o serviço. Esse é o princípio da neutralidade.
As teles querem mudar as regras. Um usuário que passa a noite fazendo o download de filmes e músicas, segundo as empresas, deveria pagar mais que aquele que só usa a rede para acessar e-mail. As operadoras defendem um modelo pelo qual poderiam cobrar por pacotes diferentes, dependendo do que o usuário acessa, e privilegiando um ou outro acordo com seu perfil de uso, o que já acontece na prática, mas não consideram quebra de neutralidade. "É errado os Correios terem o serviço de Sedex, que é mais caro, para quem quer que sua carta chegue antes? Mas nem por isso a carta simples, mais barata, vai deixar de chegar", comparou Eduardo Levy, diretor do Sinditelebrasil, que reúne as operadoras de telecomunicações. Para os opositores, essa redefinição marcaria o fim da neutralidade da rede e transferiria para as teles o poder de definir o que é prioritário.
Procurados pelo Valor, representantes do Google e do Facebook no Brasil não se pronunciaram.
As teles querem mudar as regras. Um usuário que passa a noite fazendo o download de filmes e músicas, segundo as empresas, deveria pagar mais que aquele que só usa a rede para acessar e-mail. As operadoras defendem um modelo pelo qual poderiam cobrar por pacotes diferentes, dependendo do que o usuário acessa, e privilegiando um ou outro acordo com seu perfil de uso, o que já acontece na prática, mas não consideram quebra de neutralidade. "É errado os Correios terem o serviço de Sedex, que é mais caro, para quem quer que sua carta chegue antes? Mas nem por isso a carta simples, mais barata, vai deixar de chegar", comparou Eduardo Levy, diretor do Sinditelebrasil, que reúne as operadoras de telecomunicações. Para os opositores, essa redefinição marcaria o fim da neutralidade da rede e transferiria para as teles o poder de definir o que é prioritário.
Levy, do Sinditelebrasil, propõe preços diferentes de acordo com velocidade - (Foto: Valor Econômico).
No Congresso de Jornais, David Hyman, advogado-chefe da locadora virtual
americana Netflix, disse que as operadoras não podem ser contrárias à
expansão de serviços on-line gratuitos ou mais baratos. "São esses
serviços que vão aumentar a procura pelo usuário por mais banda larga e,
portanto, darão mais receitas a elas", afirmou.
Hyman, da Netflix, diz que teles não podem ser contra serviços baratos - (Foyo: Valor Econômico).
Carol, da Folha, disse que a internet é de todos os que colocam conteúdo
na rede - e não de quem constrói a infraestrutura. Deixar que as teles
tenham esse poder, comparou, é o mesmo que permitir que a fábrica de
papel defina o que será escrito nas páginas produzidas com essa
matéria-prima.
A discussão é longa. As operadoras não querem "comandar a internet", disse ao Valor
André Borges, diretor de regulamentação e estratégias da Oi. "O que
pedimos é uma gestão de nossa infraestrutura, pela qual o usuário que
precisa de mais velocidade pague mais por ela". Um fator decisivo no debate está marcado 19 de setembro, quando está
prevista a votação, pelo Congresso Nacional, da redação final do Marco
Civil da Internet. O documento, que teve sua votação adiada duas vezes,
foi elaborado em 2011 pela Casa Civil, com os Ministérios das
Comunicações e da Justiça. Até agora, só a Holanda e o Chile têm
legislações semelhantes.
A Holanda proíbe qualquer tipo de gestão de rede por parte dos
provedores de infraestrutura. Todo e qualquer questionamento sobre a
quebra de neutralidade deverá ser decidido via Judiciário. O Chile
aprovou uma solução híbrida, que permite algum gerenciamento, de caráter
técnico, pelas operadoras.
O Ministério das Comunicações informou que ainda estuda as questões
sobre a divisão de custos entre teles e empresas de internet e a
possibilidade de operadoras cobrarem preços diferentes pelo uso da rede. A previsão é que, como ocorre no Chile, seja permitido algum tipo de
controle pelas teles, mas restrito a critérios técnicos. Barrar um spam
(publicidade não desejada) é um modo legítimo de gerir a rede, disse ao Valor
o deputado Alessandro Molon (PT/RJ), relator do projeto do Marco Civil.
"O que não pode é privilegiar conteúdos de parceiros de um mesmo grupo
econômico em detrimento de outra empresa. E sabemos que isso acontece",
afirmou.
A mesma posição é adotada pelo ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo. "Um usuário de Skype [serviço de telefonia via internet] não
pode ter uma conexão lenta, mas um e-mail pode levar alguns minutos para
chegar, sem prejudicar o consumidor", disse o ministro.
Procurados pelo Valor, representantes do Google e do Facebook no Brasil não se pronunciaram.
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